3 praias deslumbrantes para conhecer em Maragogi

Conhecida como o “Caribe Brasileiro”, Maragogi é um paraíso natural situado no litoral norte de Alagoas. O destino é famoso por suas piscinas naturais, também chamadas de “galés”, formadas durante a maré baixa, onde os visitantes podem observar uma vasta vida marinha em águas cristalinas. Com um clima agradável o ano todo, Maragogi oferece um cenário perfeito para atividades aquáticas e é um dos melhores lugares do Brasil para snorkeling e mergulho, atraindo tanto famílias quanto aventureiros.

Além de suas famosas piscinas naturais, Maragogi possui uma série de praias de areias brancas e águas azul-turquesa que compõem um visual de cartão-postal. A cidade tem uma atmosfera acolhedora e conta com uma boa infraestrutura turística, incluindo pousadas charmosas, hotéis à beira-mar e uma gastronomia que destaca os frutos-do-mar frescos e pratos típicos da região.

A Praia de Antunes tem águas claras e tranquilas (Imagem: Felipe Carvalho Brito | Shutterstock)

1. Praia de Antunes

Uma das mais belas de Maragogi, a Praia de Antunes encanta com suas águas claras e tranquilas. O cenário paradisíaco é ideal para quem busca relaxar e tirar fotos deslumbrantes.

2. Praia de Barra Grande

Esta praia é famosa por suas piscinas naturais e pelo pôr do sol espetacular. As águas são perfeitas para mergulhos, onde se pode admirar a vida marinha de perto.

3. Praia de Maragogi

A principal praia da região, com uma boa estrutura de barracas e restaurantes, onde partem os passeios para as galés. As águas mornas e a faixa de areia ampla são perfeitas para famílias.

Por Cláudia Costa, Eliria Buso e Patrícia Chemin – revista Qual Viagem

Um ano de Milei na Argentina: como o libertário mudou a economia do país até agora

Quando Javier Milei assumiu a Presidência da Argentina em 10 de dezembro de 2023, ele se tornou o primeiro economista na história do país a ocupar esse cargo.

Mas este marco seria apenas um dos muitos que o primeiro libertário a governar uma nação alcançaria em seu primeiro ano de mandato.

Apesar de não ter muita experiência política — ele só ocupou seu primeiro cargo público em 2021, como deputado —, o ex-comentarista de TV dominou completamente a cena nacional neste ano, deixando até mesmo sua marca na política externa (foi o primeiro chefe de Estado estrangeiro a se reunir com Donald Trump após sua vitória nas eleições presidenciais dos EUA).

“Ele tem uma centralidade absoluta, que se baseia em sua forma ‘disruptiva’ de fazer política e em sua capacidade de iniciativa”, diz o cientista político Miguel De Luca, do Instituto de Pesquisa Gino Germani da Universidade de Buenos Aires (UBA).

Milei, de 54 anos, assumiu a Presidência prometendo fazer frente às duas principais preocupações dos cidadãos: recuperar a economia do país com a inflação mais alta do mundo e reduzir a insegurança.

E, em apenas um ano, fez grandes avanços em ambas as áreas.

A inflação, que havia subido acima de 25% ao mês quando ele assumiu o cargo, caiu para 2,7% ao mês (enquanto a inflação interanual chegou perto de 290% em abril e foi reduzida para 107% em outubro — dado mais recente disponível).

Enquanto isso, o dólar— a outra obsessão dos argentinos — permanece estável. E os títulos e ações do país registram preços recordes.

Ao mesmo tempo, os argentinos viveram um dos anos mais difíceis de sua história, com a pior recessão da América Latina, uma queda acentuada no consumo de massa (caiu 15% entre janeiro e novembro, segundo a Assembleia de Pequenas e Médias Empresas) e o maior salto da pobreza desde a crise econômica de 2001-2002, o que significa que mais de 5 milhões de pessoas passaram a viver em situação de pobreza desde que Milei assumiu o cargo.

Em termos de segurança, as mortes na cidade de Rosário, que havia se tornado a “capital dos homicídios” da Argentina devido à violência relacionada ao narcotráfico, foram drasticamente reduzidas.

E quase não há mais “piquetes” (ou protestos com bloqueios de estradas), que durante anos foram um pesadelo diário para aqueles que precisavam transitar pelo movimentado centro de Buenos Aires.

A ministra da Segurança de Milei, Patricia Bullrich, que foi sua concorrente na corrida presidencial, conseguiu reduzir a violência relacionada ao narcotráfico em Rosário e acabar com os ‘piquetes’

Tudo isso explica porque, um ano após assumir o cargo, Milei mantém a popularidade — ele foi eleito no segundo turno com 56% dos votos, e hoje tem índices de aprovação entre 53% e 56%, de acordo com as últimas pesquisas da Opina Argentina e da Poliarquía, respectivamente.

A BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, faz uma retrospectiva do primeiro ano de governo do líder libertário — e conta quatro coisas inéditas que ele fez e que representam uma mudança radical para a Argentina.

1. Presidente sem partido

Na história argentina, nunca houve um outsider da política que, em apenas dois anos e sem estrutura partidária, conseguisse chegar ao cargo mais alto do país.

“Uma das leis de ferro da política argentina era que era preciso ter um partido político para garantir a vitória em uma eleição presidencial”, diz De Luca.

Mas Milei não tinha. A Liberdade Avança (LLA, na sigla em espanhol), seu grupo político, nasceu como uma coalizão eleitoral formada por vários partidos para promover a candidatura do economista a deputado pela cidade de Buenos Aires em 2021.

A LLA só obteve o status legal de partido nacional em setembro deste ano, depois que Milei já era presidente.

Karina Milei, irmã do presidente e secretária da presidência, foi a responsável pelo lançamento do LLA como partido nacional em setembro

No entanto, o economista libertário conseguiu se impor devido a dois fatores, de acordo com o analista: primeiro, a decepção diante do fracasso dos dois últimos governos, liderados por partidos tradicionais (o kirchnerismo peronista e o macrismo).

“E segundo, pela figura do próprio Milei, alguém com um discurso mais voltado para as redes sociais do que para as formas tradicionais de fazer política”, afirma De Luca.

Mas, embora este domínio do mundo digital tenha permitido a ele construir uma base de seguidores fervorosos — especialmente homens com menos de 35 anos, que o tornaram viral, ganhando destaque nacional —, a ausência de uma estrutura partidária o prejudicou.

Embora tenha conquistado a presidência, o “mileísmo” não ganhou um único cargo de governador e obteve menos de 10% das cadeiras no Senado, e apenas 15% na Câmara dos Deputados.

Com estes resultados, muitos analistas previram que o grande problema de Milei seria a governabilidade.

No entanto, logo no primeiro ano de mandato, ele conseguiu que suas principais propostas fossem aprovadas.

Como ele fez isso?

Marcos Novaro, diretor do Centro de Pesquisas Políticas (Cipol), explicou à BBC News Mundo que o presidente soube aproveitar a fragmentação dos partidos políticos tradicionais para governar com minoria.

“Contribuiu muito seu pragmatismo, seu jogo de cintura para negociar e chegar a pontos em comum com uma grande maioria de legisladores da oposição que estavam fragmentados em muitos termos, com grande dificuldade de coordenação entre si”, afirmou.

Mas, para alguns, o fator mais determinante foi o fato de ele ter aproveitado uma ferramenta que os presidentes anteriores já haviam usado para governar com minoria no Congresso: os Decretos de Necessidade e Urgência (DNU) e os vetos presidenciais, que permitiram a ele contornar legalmente o Parlamento.

Os críticos advertem que governar por decreto e desconsiderar o Congresso coloca em risco a divisão de poderes e enfraquece a democracia.

“Milei quer governar como um monarca, com vetos e DNU. É preciso impedi-lo”, denunciou o deputado socialista Christian Castillo no X (antigo Twitter).

Milei, sem experiência política, conseguiu governar com minoria

Mesmo assim, Milei, um economista sem experiência em gestão pública, demonstrou grande habilidade política, destaca Novaro.

“É um político muito intuitivo, muito astuto, tem uma enorme capacidade de construir poder e instinto suficiente para preservá-lo”, acrescenta.

2. Novo estilo presidencial

Não foi apenas o uso — ou abuso — de decretos que levantou questionamentos sobre a forma como Milei governa. Ele também é altamente criticado por sua maneira de agir e constantes ataques contra muitos daqueles que pensam diferente dele.

Em sua conta pessoal no X — em que se define apenas como “economista” —, o presidente costuma criticar e desqualificar outras pessoas, seja diretamente ou por meio de curtidas ou republicações de mensagens de seus seguidores, e em um tom que está muito distante da moderação tradicional associada ao seu cargo.

Sua ampla variedade de postagens contra todo tipo de gente, desde economistas ou políticos que o questionam até líderes universitários, funcionários públicos, artistas, cientistas e acadêmicos — a maioria deles progressistas e muitos afetados por seus cortes orçamentários —, costumam incluir palavrões e referências escatológicas.

Ele também foi criticado por mensagens homofóbicas e por usar a palavra “deficiente” como insulto.

O estilo de afronta de Milei não está restrito apenas ao mundo digital.

Em entrevistas e discursos, ele chama as lideranças de esquerda de “baratas”, e já insultou outros presidentes, como Luiz Inácio Lula da Silva, Andrés Manuel López Obrador (México) e Gustavo Petro (Colômbia).

Milei se encontrou com Lula pela primeira vez há algumas semanas, na cúpula do G20, e ainda não se reuniu a sós com o líder do principal parceiro comercial da Argentina

Nem sequer os integrantes do próprio governo foram poupados do temperamento tempestuoso do presidente, que em seu primeiro ano já demitiu dezenas de funcionários, incluindo seu chefe de gabinete, o ministro da Infraestrutura e a ministra das Relações Exteriores.

Seu relacionamento com a vice-presidente, Victoria Villarruel, que ele definiu como uma pessoa que “não tem nenhum tipo de interferência na tomada de decisões”, também esfriou.

Os críticos de Milei advertem que seus discursos contra aqueles que pensam diferente — muitas vezes virais por conta de seus seguidores no X —, podem fomentar a violência política. E alertam que as constantes demissões afetam a estabilidade do governo.

Também é motivo de preocupação para muitos analistas os constantes ataques à imprensa.

Milei já chamou os jornalistas de “corruptos, sujos, prostituídos, mentirosos, extorsivos” e de “criminosos de microfone”, comentários que renderam a ele uma série de denúncias das principais organizações de imprensa.

“Graças às redes sociais, o privilégio de casta que vocês tiveram por tanto tempo e exerceram de forma tão violenta acabou. Portanto, aceitem que o mundo mudou para melhor e que seu monopólio das palavras acabou”, escreveu ele no X em 20 de novembro.

O radialista Marcelo Longobardi, um profissional de prestígio que costuma ser alvo de ataques libertários, afirmou que “Milei é um autocrata que diz e faz qualquer coisa”.

Mas os seguidores do presidente afirmam que ele é simplesmente alguém genuíno que diz o que pensa.

Os apoiadores de Milei celebram o estilo disruptivo do presidente, enquanto seus críticos o veem com preocupação

Eles também celebram suas outras excentricidades, como usar o cabelo bagunçado (ele é chamado de “el Peluca”) ou cantar músicas de rock em seus comícios, todas características que o tornaram famoso antes de entrar na política e que hoje o distinguem da tradicional “casta política” que ele afirma desprezar.

“Do contrário, não seria eu”, justifica-se Milei toda vez que se afasta das formalidades de seu cargo.

3. ‘O maior ajuste da história da humanidade’

Milei não só chegou à presidência de uma forma inédita — ele tem um estilo de governar inédito. Também fez coisas que ninguém havia feito antes.

Para começar, cumprir desde o primeiro dia uma promessa eleitoral: acabar com o déficit fiscal.

O economista libertário pegou a “motosserra” metafórica que usou como símbolo durante sua campanha e cortou os gastos públicos em 35% no primeiro semestre do ano — o equivalente a 5,6 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) —, algo sem precedentes na história moderna da Argentina.

De acordo com o próprio Milei, este foi o “maior ajuste da história da humanidade”, e seu objetivo era fazer com que a Argentina deixasse de ter mais despesa do que receita (ou seja, déficit fiscal), um problema que assola o país há 113 dos últimos 123 anos, e que explica seus constantes problemas de inflação.

Ao mesmo tempo, as medidas causaram uma onda de greves de trabalhadores que se opunham às políticas de austeridade.

Embora muitos duvidassem que o governo conseguisse sustentar o superávit fiscal — ter mais receita do que despesa —, ele conseguiu mantê-lo, o que tem sido fundamental para reduzir a inflação, de acordo com especialistas, uma vez que diminuiu a emissão monetária (a impressão de cédulas para cobrir gastos maiores), que impulsionava os preços.

Alguns críticos do presidente, porém, acusam o governo de fazer um “malabarismo financeiro” que simplesmente “esconde” o déficit.

Na visão do ex-assessor de Milei e economista Carlos Rodríguez, isso se daria porque o governo argentino não teria superávit se não fosse financiado com títulos do Tesouro, conhecidos como Lecap e LEFI.

Esses títulos permitem o adiamento do pagamento de juros uma vez que estes são pagos apenas no vencimento do título da dívida.

Segundo Rodríguez, essa dívida remunerada que vai se acumulando “não aparece no déficit financeiro do Tesouro nem no cuasifiscal (nome oficial do déficit do Banco Central)”.

Ao reduzir os gastos, Milei diminuiu o ritmo da impressão de pesos, o que está reduzindo a inflação

Milei também tirou do vermelho as reservas do Banco Central, que herdou com saldo negativo.

E está recuperando a credibilidade financeira da Argentina: o chamado “risco-país”, indicador que classifica o quão arriscada a dívida pública é considerada para os investidores estrangeiros, está em seu ponto mais baixo em cinco anos.

Tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) quanto o Banco Mundial preveem que, até 2025, a Argentina será o país que mais vai crescer na região: impressionantes 5%.

No entanto, o preço que os argentinos pagaram por este ajuste sem precedentes foi enorme.

Na verdade, parte do motivo pelo qual o crescimento do próximo ano vai ser maior do que o do restante das economias latino-americanas é que a Argentina vai começar em último lugar.

A recessão causada pelas medidas de Milei fez com que este ano o país fosse o que mais contraiu economicamente: 3,4%, de acordo com as duas organizações internacionais.

E essa freada na economia exacerbou a pobreza, que aumentou 11 pontos percentuais desde a chegada de Milei ao poder, o maior salto em 20 anos.

Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censo (Indec), sete em cada dez crianças argentinas são pobres. E mais da metade da população — quase 53% — não consegue satisfazer suas necessidades básicas.

A desnutrição infantil também tem causado estragos na saúde da população que representa o futuro da Argentina.

Norma Piazza, pediatra especializada em nutrição, disse à agência de notícias Reuters que algumas crianças estavam sendo hospitalizadas com problemas neurológicos e convulsões devido à deficiência de vitaminas, como a B12, algo associado à falta de consumo de carne.

Embora o governo atribua essa deterioração às políticas anteriores do kirchnerismo, foi o realinhamento de preços feito por Milei ao assumir o cargo, incluindo uma súbita e brutal desvalorização do peso — que perdeu metade de seu valor em relação ao dólar, cuja cotação estava muito defasada —, que tornou o aumento tão acentuado.

Milei reconheceu que a “honestidade de preços” fez com que a pobreza aumentasse para 57% no primeiro trimestre. Mas ele garante que, desde então, as correções econômicas que está fazendo estão gerando uma queda nas taxas de pobreza, fato com o qual o Observatório da Dívida Social Argentina da Universidade Católica da Argentina (UCA) concorda.

No início de novembro, Milei também anunciou que “a recessão acabou” — e prometeu que “de agora em diante, tudo o que resta é crescimento”.

Muitas famílias, principalmente de classe média, ainda sofrem com o ajuste fiscal de Milei

Apesar do seu otimismo e da boa situação macroeconômica, as pesquisas mostram que quase metade da população desaprova sua gestão, um reflexo do fato de que muitos ainda não veem melhorias em sua situação econômica, e outros desaprovam seus constantes ataques a ícones das áreas de educação, cultura, ciência e jornalismo.

4. Peso forte

Talvez a coisa mais inesperada que Milei fez em seu primeiro ano de governo foi valorizar o peso, moeda que ele chamou de “excremento” durante a campanha eleitoral.

Duas das políticas que o distinguiram como candidato foram suas propostas de dolarizar a economia e “dinamitar” o Banco Central.

Portanto, foi uma surpresa que, longe de destruir o peso e a instituição encarregada de administrar a política monetária, Milei os tenha fortalecido.

Fausto Spotorno, diretor do Centro de Estudos Econômicos da consultoria Orlando J. Ferreres e ex-membro do Conselho de Assessores Econômicos do governo, disse à BBC News Mundo que o presidente “decidiu adiar” seus planos porque se deparou com um problema: a enorme dívida que o Banco Central havia contraído com bancos privados em governos anteriores.

“Se ele dinamitasse o Banco Central com toda essa dívida, o que aconteceria é que ele teria um problema com o sistema bancário”, afirmou.

O economista explicou que “ao resolver o problema do Banco Central e o déficit do Tesouro, dois dos maiores problemas que o peso argentino tinha, a moeda começou a valorizar”.

O governo deixou de emitir pesos, o que fez com que o seu valor aumentasse, segundo ele.

No entanto, Milei garante que seu projeto original continua de pé. Em um discurso para empresários, ele afirmou que seu plano é que haja uma “dolarização endógena” que acabaria tornando o Banco Central desnecessário.

“Isso significa permitir o uso do dólar ou de qualquer outra moeda de troca em uma livre concorrência de moedas”, explica Spotorno.

“O peso está desaparecendo porque a moeda de poupança dos argentinos é basicamente o dólar.”

Milei afirma que os argentinos vão adotar o dólar e, em seguida, vai fechar o Banco Central

Mas esta nova estratégia de Milei trouxe um problema inesperado: a Argentina ficou cara em dólares.

Isso não apenas aumenta o custo de vida dos argentinos, como também preocupa o setor de turismo, que já não recebe mais a onda de visitantes estrangeiros dos últimos anos, e prevê uma temporada de verão bastante complicada, com um êxodo de argentinos para países vizinhos, como Brasil, Chile e Uruguai.

Isso também tem gerado preocupação na indústria, uma vez que a produção, tanto para o mercado local quanto para exportação, ficou mais cara.

Segundo o economista Diego Giacomini, ex-apoiador de Milei, “é um câmbio que não serve nem a quem produz para o mercado interno nem a quem exporta. Portanto, o nível de atividade está condenado a ser ruim”.

Mas, apesar do consenso de que o valor do dólar oficial — aquele que é controlado pelas autoridades — está defasado em relação à inflação, o governo garante que não vai voltar a fazer uma grande desvalorização do peso que fortaleceria a moeda americana.

O ministro da Economia, Luis Caputo, disse que o plano é que o dólar oficial e o dólar “blue” (ou dólar livre) — a principal referência de preços no país, cujo valor caiu nos últimos meses — convirjam.

Uma vez que isso aconteça, e o governo termine de sanar as dívidas do Banco Central, vão estar criadas as condições para o próximo grande desafio de Milei: suspender os controles de capital (ou “cepo”) que hoje limitam o acesso ao dólar americano, e cuja eliminação é vista pelos analistas como um passo essencial para atrair investimentos e restabelecer a confiança na Argentina.

Pix bate recorde e registra mais de 250 milhões de transações em um único dia

Sistema de pagamento desenvolvido pelo Banco Central, o Pix registrou 250,5 milhões de transações no Brasil na última sexta-feira (6/12). O resultado é o maior alcançado desde o início da utilização deste método de pagamento, em novembro de 2020. O recorde anterior havia sido registrado no último dia 29 de novembro, quando houve 239,9 milhões de transações, ao todo.

O volume total transacionado na sexta passada atingiu R$ 124,3 bilhões. Na visão do BC, o resultado indica “mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura digital pública, para a promoção da inclusão financeira, da inovação e da concorrência na prestação de serviços de pagamentos no Brasil”.

No primeiro semestre de 2024, as transações feitas por Pix cresceram 61%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em 2023, os pagamentos com Pix representaram 39% de todas as operações financeiras do Brasil e ficaram pouco abaixo dos cartões de crédito/débito, que responderam por 41% desse total.

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A favor do Brasil e dos brasileiros

» JUSCELINO FILHO, Ministro das Comunicações

Desde 2009, a China se firmou como o maior parceiro comercial do Brasil, uma relação que se fortalece a cada ano. A recente visita do presidente chinês, Xi Jinping, à capital brasileira não só reforça o prestígio do Brasil no cenário internacional, mas também sublinha a importância estratégica dessa parceria para ambos os países. Celebramos, neste ano, meio século de relações diplomáticas, um marco que atesta a solidez e a longevidade dessa cooperação.

No âmbito das telecomunicações, o Ministério das Comunicações deu um importante passo ao assinar acordos com a empresa chinesa SpaceSail e com a Administração Nacional de Dados do país asiático. Esses acordos visam impulsionar a conectividade e a economia digital no Brasil, áreas cruciais para o desenvolvimento socioeconômico do país. No entanto, é importante esclarecer que essa parceria não deve ser vista como uma escolha entre tecnologias chinesa ou americana, como a da Starlink, mas, sim, como uma estratégia para ampliar a concorrência com mais opções disponíveis aos brasileiros.

A tecnologia de internet via satélites de baixa órbita apresenta uma solução inovadora para levar internet de alta velocidade a regiões remotas do Brasil, onde as infraestruturas tradicionais de conexão são limitadas ou inexistentes. Estamos falando de moradores de regiões rurais, territórios indígenas, comunidades ribeirinhas e quilombolas, onde, muitas vezes, é muito difícil a chegada de cabos de fibra óptica por causa de uma série de dificuldades. Se não é possível levar a infraestrutura de internet por terra, então é necessária a alternativa satelital. O Brasil, com sua vasta extensão territorial e diversidade geográfica, enfrenta desafios únicos em termos de conectividade. Portanto, é essencial que busquemos todas as opções disponíveis para superar essas barreiras e promover a inclusão digital.

A Starlink já oferece seus serviços no Brasil e continuará a expandir sua presença, com 224,5 mil conexões registradas, das quais um terço está na Região Norte. O Brasil é um grande mercado consumidor, com um potencial significativo de crescimento. Portanto, a introdução da SpaceSail no cenário brasileiro nos próximos anos não deve ser vista como uma competição, mas como uma oportunidade de diversificação e fortalecimento da infraestrutura digital do país. Afinal, nenhum mercado é sadio quando apenas uma empresa domina.

Além da empresa chinesa, outra companhia americana, a Amazon, com seu projeto Kuiper, pretende lançar a sua constelação de satélites de baixa órbita e oferecer seus serviços de conectividade no Brasil. A direção nacional da empresa nos procurou neste segundo semestre para apresentar seu projeto e a intenção de operar no país.

Uma maior concorrência pode impulsionar melhorias nos serviços oferecidos e fomentar a inovação tecnológica e a redução de custos, tornando a internet de alta velocidade mais acessível para todos. Queremos garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua localização, tenham acesso a serviços de internet de alta qualidade e a preços justos.

Isso é fundamental para dar acesso a uma série de serviços públicos e privados, além de inserir essa população na economia digital, que é a economia do futuro. Não apenas para poderem realizar compras em lojas on-line e receberem em suas casas, como também para abrir a possibilidade de novas oportunidades de geração de emprego e renda, seja por meio de um trabalho remoto seja pelo empreendedorismo, com a venda de seus produtos para clientes de todo o Brasil.

O Ministério das Comunicações não trabalha em defesa de outras nações nem a favor de empresas ou tecnologias específicas. Nosso compromisso é — e sempre será — com o povo brasileiro. Acreditamos que, ao promover a diversidade de opções e incentivar a presença de mais empresas operando no país, quem realmente ganha é a população. E é isso que continuaremos a fazer: buscar incessantemente soluções que beneficiem o povo brasileiro.

O Fundo Constitucional do DF e o risco à diplomacia

» PACO BRITTO, Secretário de Relações Internacionais do Distrito Federal

O debate em torno do corte no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) transcende as fronteiras locais e ameaça a reputação do Brasil no cenário internacional. Com 170 representações diplomáticas, organismos internacionais e mais de 1.500 diplomatas vivendo em Brasília, a capital brasileira é muito mais do que uma simples sede administrativa. É uma vitrine para o mundo.

A proposta de reduzir os recursos destinados à manutenção da segurança, saúde e infraestrutura do DF, apresentada pelo governo federal, pode desencadear consequências que ultrapassam o impacto sobre os moradores locais, afetando diretamente as relações diplomáticas e a imagem do país.

Criado em 2003, o FCDF é vital para garantir serviços públicos que atendem tanto à população quanto às necessidades de uma cidade que desempenha um papel estratégico globalmente. O fundo financia áreas essenciais, como segurança pública, saúde e educação, todas indispensáveis para a operação de embaixadas e organismos internacionais.

A proposta de alterar o critério de reajuste do fundo, substituindo a Receita Corrente Líquida (RCL) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pode levar a uma redução significativa de recursos. Essa revisão, colocada em pauta novamente, desconsidera o consenso alcançado em 2023, quando, após intenso debate, os recursos foram mantidos.

Brasília abriga embaixadas, consulados e escritórios de organismos internacionais que dependem de serviços públicos de qualidade para operar eficazmente. Um corte no fundo comprometeria a segurança pública, uma das áreas mais sensíveis para essas representações. A proteção diplomática, o policiamento ostensivo e a capacidade de resposta rápida a emergências são cruciais para a confiança das nações representadas no Brasil. Qualquer enfraquecimento nesse sistema pode levar a questionamentos sobre a capacidade do Brasil de cumprir suas obrigações como anfitrião da comunidade diplomática global.

Além da segurança, a redução dos serviços de saúde e infraestrutura urbana impactaria diretamente a qualidade de vida dos diplomatas e de suas famílias. A percepção de que Brasília não oferece condições adequadas para acolher representações estrangeiras pode levar à redução de operações ou até mesmo ao afastamento de representantes internacionais. Isso afetaria não apenas as relações diplomáticas, mas também a dinâmica de comércio exterior e cooperação internacional, áreas cruciais para o desenvolvimento do país.

Ao retomar um tema já amplamente debatido e resolvido em 2023, o governo federal transmite um sinal de instabilidade. A proposta de revisão do FCDF reflete um descompromisso não apenas com os moradores do DF, mas também com as responsabilidades internacionais do Brasil. Personalidades públicas, como o ex-presidente José Sarney, já destacaram que o fundo é uma “causa nacional” e que preservá-lo é essencial para garantir a funcionalidade da capital e a estabilidade do país. Tal revisão, além de prejudicar serviços essenciais, representa uma afronta ao status de Brasília como símbolo de modernidade e unidade nacional.

Brasília é mais do que a capital do Brasil; é o coração diplomático do país e uma das poucas capitais planejadas do mundo. A deterioração de seus serviços públicos envia ao mundo uma mensagem de descaso e falta de compromisso com as responsabilidades de um ator global. O corte no Fundo Constitucional ameaça essa imagem e pode enfraquecer a posição do Brasil como potência emergente e líder regional.

O governo federal precisa reavaliar essa proposta, considerando não apenas os impactos locais, mas também as repercussões globais. Proteger Brasília não é apenas uma questão administrativa; é uma estratégia essencial para garantir a influência e o respeito do Brasil no cenário internacional.

Taxa de desemprego em AL recua e atinge mínima histórica pelo 2º trimestre

A taxa de desemprego em Alagoas recuou 0,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano e atingiu 7,7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada na sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da menor taxa da história, desde que o órgão iniciou o levantamento, em 2012.

Este é o segundo trimestre consecutivo em que Alagoas registra mínima histórica na taxa de desocupação. No trimestre entre abril e junho, a taxa de desemprego atingiu 8,1%, até então a menor da série.

De acordo com o IBGE, entre julho e setembro, havia 107 mil alagoanos fora do mercado de trabalho, contra 113 mil desempregados entre abril e junho. Em números absolutos, significa que seis mil trabalhadores voltaram para o mercado de trabalho entre um trimestre e outro.

No terceiro trimestre, o rendimento médio do trabalhador alagoano foi de R$ 2.273, um crescimento de 6,3% na comparação com o trimestre anterior, e de 11,6% na comparação com o mesmo período de 2023.

Carteira assinada

A Pnad Contínua também mostra que Alagoas apresentou a segunda maior alta do Nordeste em número de trabalhadores com carteira assinada, com 61,8%. O percentual fica atrás apenas do Rio Grande do Norte, com 64,9%.

Depois de Alagoas, Pernambuco aparece com 60,2%, o mesmo índice de Sergipe. Na região, o Piauí é o último do ranking, com 49,2%.

O analista da pesquisa do IBGE, William Kratochwill, a tendência de queda na taxa de desocupação pode ser atribuída à chegada do segundo semestre do ano, período em que as indústrias iniciam o ciclo de contratações voltado à produção e formação de estoques, visando a atender ao aumento do consumo no final do ano.

Em Alagoas, a melhora na taxa de desocupação é resultado direto dos investimentos feitos pelo Governo do Estado em diversas áreas, entre eles segurança pública, infraestrutura e turismo, que possibilitou a chegada de grandes empreendimentos e, consequentemente, a geração de mais empregos.

Em 2012, quando o IBGE iniciou a série histórica, a taxa de desocupação no estado era de 11,3% – 3,6 pontos percentuais a mais do que o índice atual. Segundo a Pnad Contínua, o desemprego em Alagoas atingiu o maior nível no quarto trimestre de 2020 – durante a pandemia de Covid-19 -, chegando a 20,4%. Naquele ano, o número de pessoas desocupadas chegou a 260 mil, mais do que o dobro dos atuais 107 mil trabalhadores fora do mercado de trabalho.

Taxa de desemprego em AL recua e atinge mínima histórica pelo 2º trimestre

A taxa de desemprego em Alagoas recuou 0,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano e atingiu 7,7%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada na sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da menor taxa da história, desde que o órgão iniciou o levantamento, em 2012.

Este é o segundo trimestre consecutivo em que Alagoas registra mínima histórica na taxa de desocupação. No trimestre entre abril e junho, a taxa de desemprego atingiu 8,1%, até então a menor da série.

De acordo com o IBGE, entre julho e setembro, havia 107 mil alagoanos fora do mercado de trabalho, contra 113 mil desempregados entre abril e junho. Em números absolutos, significa que seis mil trabalhadores voltaram para o mercado de trabalho entre um trimestre e outro.

No terceiro trimestre, o rendimento médio do trabalhador alagoano foi de R$ 2.273, um crescimento de 6,3% na comparação com o trimestre anterior, e de 11,6% na comparação com o mesmo período de 2023.

Carteira assinada

A Pnad Contínua também mostra que Alagoas apresentou a segunda maior alta do Nordeste em número de trabalhadores com carteira assinada, com 61,8%. O percentual fica atrás apenas do Rio Grande do Norte, com 64,9%.

Depois de Alagoas, Pernambuco aparece com 60,2%, o mesmo índice de Sergipe. Na região, o Piauí é o último do ranking, com 49,2%.

O analista da pesquisa do IBGE, William Kratochwill, a tendência de queda na taxa de desocupação pode ser atribuída à chegada do segundo semestre do ano, período em que as indústrias iniciam o ciclo de contratações voltado à produção e formação de estoques, visando a atender ao aumento do consumo no final do ano.

Em Alagoas, a melhora na taxa de desocupação é resultado direto dos investimentos feitos pelo Governo do Estado em diversas áreas, entre eles segurança pública, infraestrutura e turismo, que possibilitou a chegada de grandes empreendimentos e, consequentemente, a geração de mais empregos.

Em 2012, quando o IBGE iniciou a série histórica, a taxa de desocupação no estado era de 11,3% – 3,6 pontos percentuais a mais do que o índice atual. Segundo a Pnad Contínua, o desemprego em Alagoas atingiu o maior nível no quarto trimestre de 2020 – durante a pandemia de Covid-19 -, chegando a 20,4%. Naquele ano, o número de pessoas desocupadas chegou a 260 mil, mais do que o dobro dos atuais 107 mil trabalhadores fora do mercado de trabalho.

Silveira emplaca vitórias sobre Alcolumbre e Pacheco em indicações para agências

As indicações para as três vagas abertas na Agência Nacional do Petróleo (ANP) que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enviou para a Casa Civil nesta terça-feira, com a autorização do presidente Lula, desencadearam uma guerra de bastidores entre os diversos grupos interessados em indicar diretores para as agências reguladoras.

Na ANP, além de indicar Pietro Mendes, que é seu secretário-executivo e sairá do Conselho de Administração da Petrobras para virar diretor da agência, o ministro também deve emplacar na diretoria-geral Artur Watt, que é consultor jurídico da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA).

O ministro ainda indicou para a vaga aberta na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) seu secretário nacional de Energia Elétrica, Gentil Nogueira de Sá Junior.

Os novos diretores devem ser indicados pela Presidência da República ao Senado Federal nos próximos dias.

Só que a notícia de que Silveira acertou com Lula a indicação de seus candidatos, publicada em primeira mão pelo blog, provocou uma corrida nos bastidores para tentar barrá-las. Disputam espaço com Silveira na ANP os senadores Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), enquanto o senador Eduardo Braga (MDB-AM) e o PT da Bahia pleiteiam as vagas da Aneel.

Pacheco, que é presidente do Senado, e Alcolumbre, que deve sucedê-lo em fevereiro, têm outros dois preferidos para a ANP – os atuais diretores Allan Kardec e Daniel Maia Vieira.

Alcolumbre e Pacheco chegaram a vetar a indicação do secretário de Silveira para a Aneel, mas auxiliares de Lula disseram que, nos últimos dias, o ministro driblou a restrição. Acontece que o preferido de Eduardo Braga é Willamy Frota, ex-presidente da Amazonas Energia e ex-diretor da Eletronorte. E o senador Jaques Wagner (PT-BA) defende Angelo Rezende, advogado ligado ao PT da Bahia.

Racha em aliança

A disputa por essas vagas vem desde meados do ano, e foi afetada pelo racha entre Silveira, de um lado, Pacheco e Alcolumbre de outro. O racha começou porque os senadores estariam insatisfeitos com o espaço que ocupam no setor de Minas e Energia. Silveira teria monopolizado indicações para a Petrobras, estatais, conselhos e agências e “esquecido” os antigos parceiros – que foram inclusive avalistas de sua ida para a Esplanada pelo PSD. O ministro também foi senador e integrou a bancada do PSD, mas não se reelegeu em 2022.

Silveira teria conseguido emplacar seus três indicados depois de uma articulação com o senador Otto Alencar (PSD-BA), que ensaiou se candidatar à presidência do Senado em fevereiro de 2025, mas desistiu em favor de Alcolumbre. As indicações serviriam como forma de compensação a Otto.

Todos os indicados para agências reguladoras têm que ser aprovados pelo Senado. O plano do governo é não só enviar, mas também aprovar os três novos diretores antes do final do ano para aproveitar a atual composição da Comissão de Infraestrutura da Casa, que avalia os currículos e submete à votação.

O Planalto avalia que será mais fácil passar os diretores agora do que no ano que vem, quando a comissão hoje presidida por Confúcio Moura (MDB-RO) passará a ser comandada pelo bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO).

Antes de partir para a briga no Congresso, porém, o governo terá que resolver a disputa entre seus próprios aliados – que no momento parece até mais difícil de arbitrar.

STF quer colocar Congresso no ‘cabresto’ com restrições nas emendas, afirmam parlamentares

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Rio e Niterói oficializam a candidatura para sediar o Pan-Americano de 2031

Rio de Janeiro e Niterói oficializaram nesta terça-feira a intenção de receber os Jogos Pan-Americanos de 2031. As duas cidades entregaram ao Comitê Olímpico do Brasil uma carta se colocando como postulantes para sediar a competição.

A iniciativa foi formalizada em um evento que contou com a presença dos prefeitos Eduardo Paes, do Rio, e de Rodrigo Neves, de Niterói. Eles entregaram uma carga conjunta ao presidente do COB, Paulo Wanderley, no Centro de Treinamento da entidade, localizado na Barra da Tijuca.

Antes da candidatura das duas cidades, São Paulo já havia manifestado interesse em atuar como a representante brasileira na disputa pelo direito de ser sede. Uma carta de intenção foi entregue aos dirigentes do COB durante a realização da Olimpíada de Paris.

No entanto, o COB só vai poder anunciar uma candidatura brasileira. Assim, a entidade terá de fazer uma opção entre as duas cidades do estado do Rio (que fizeram uma candidatura conjunta) ou a escolha pela metrópole paulista. O limite para a decisão é o dia 31 de janeiro de 2025.

No evento que marcou a entrega da carta de intenção, Eduardo Paes defendeu a escolha das duas cidades fluminenses defendendo a ideia de que já existe uma estrutura montada.

“Largamos na frente por causa da infraestrutura que existe no Rio e em Niterói. Os Jogos pan-americanos têm grande complexidade, com diversos eventos acontecendo em áreas urbanas. Vamos desenvolver o projeto da Vila Olímpica no Porto Maravilha contribuindo pra o desenvolvimento desta região aproveitando a proximidade com Niterói”, afirmou o prefeito do Rio.

Já Rodrigo Neves destacou que a candidatura conjunta é uma das mais bem preparadas para ser escolhida.

“Essa candidatura conjunta também está alinhada à tendência internacional do esporte de realizar eventos de forma compartilhada entre cidades e países, como será a Copa do Mundo de 2026. É uma iniciativa inovadora e mais sustentável, porque reduz os custos dos investimentos necessários”, disse o prefeito niteroiense.

Os Jogos pan-americanos reúnem atletas de países das Américas do Sul, Central e do Norte, incluindo o Caribe. São Paulo já sediou a competição em 1963 enquanto o Rio recebeu o torneio em 2007.

Parque Nacional da Tijuca terá R$ 75 milhões em investimentos em infraestrutura e pesquisa

O Corcovado e outras áreas do parque mais visitado do país, o Parque Nacional da Tijuca, vão receber um plano de melhorias no valor de R$75 milhões, segundo anunciou, na manhã de ontem, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Entre as intervenções, estão previstas obras essenciais de infraestrutura, de acessibilidade e revitalização de espaços da Unidade de Conservação (UC), desde os elevadores que dão acesso ao monumento, até o manejo florestal.

Os recursos serão distribuídos até 2027, sendo R$ 25 milhões por ano. Algumas intervenções essenciais começaram já no fim do mês passado. Entre elas, estão a estabilização de encostas e melhorias no sistema de drenagem de vias, como na Estrada das Paineiras, e a manutenção de contrafortes de sustentação do platô de visitação. Só no setor Serra da Carioca, onde está localizado o Corcovado, serão R$ 25 milhões, englobando obras de infraestrutura na Estrada das Paineiras, na Estrada do Corcovado, no reservatório Mãe D’Água e outros pontos.

Também estão previstos aportes para restauro de estruturas históricas, como a Mãe D’água, um reservatório da época do Império, apoio à pesquisa e a projetos de manejo de fauna e de espécie exóticas. No Corcovado, que recebe grande fluxo de turistas, faltam reparos nos elevadores, e reformas dos banheiros do Corcovado, com portas sem trinco e estrutura precária.

— A prioridade são as obras emergenciais, como a contenção de encostas e manutenções preventivas da estrutura de uma forma geral. Uma preocupação que a gente tem é com a questão da acessibilidade no Alto Corcovado, que é uma demanda e uma necessidade grande — conta Viviane Lasmar Pacheco, chefe do Parque Nacional da Tijuca.

A previsão é que o dinheiro seja utilizado nos próximos três anos, e investido pelas duas concessionárias que operam no Parque: Trem do Corcovado e Paineiras-Corcovado, no cumprimento de suas obrigações contratuais. No evento de ontem, dois termos aditivos aos contratos foram assinados.

— Antes, o concessionário tirava o valor de lucro dele, e o valor correspondente ao ICMBio, ele depositava para a União. Agora, com a assinatura dos aditivos, o recurso vai ser aplicado diretamente nas intervenções necessárias para a revitalização. O PNT não vai receber o valor diretamente, quem vai aplicar este recurso são os próprios concessionários, dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Parque — explica Viviane.

O secretário-executivo do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco afirmou que a conservação e melhora das condi

— O grande desafio das Unidades de Conservação no Brasil é justamente manter programas de apoio à visitação. Nós temos vários parques em que a parceria público-privada tem permitido melhorar a infraestrutura, beneficiando o patrimônio e a população. A história de restauração da Tijuca é uma inspiração para ajudar a conservar a cobertura vegetal em pelo menos 12 milhões de hectares nos diferentes biomas do Brasil — explicou Capobianco.

O presidente do ICMBio, Mauro Pires, reforçou que os termos aditivos garantem a verba necessária para essa revitalização, e são instrumentos que fortalecem a capacidade de gestão em prol da população.

— É um avanço em conservação, infraestrutura e segurança, ao mesmo tempo em que atendemos as demandas sociais e econômicas associadas ao Parque. Além disso, com esses aditivos, vamos fortalecer a fiscalização e a gestão contratual das concessões — disse Mauro.

Breno Herrera, gerente da Gerência Regional do Sudeste do ICMBio, detalha um pouco mais dos trabalhos.

— As obras de contenção das encostas do Parque já começaram e devem ser uma constante, devido às condições naturais e, claro, à intensificação dos eventos climáticos, que provocam chuvas cada vez mais intensas. Entre março e abril de 2025 deverá ser iniciada a obra de manutenção e reforço do contraforte do platô do Alto Corcovado.

Nos próximos meses, serão contempladas obras de acessibilidade, com a construção de rampas para acesso ao Cristo Redentor; adaptações nos banheiros para cadeirantes, instalação de piso tátil, vagas exclusivas para PcD no novo estacionamento do Centro de Visitantes.

Trilha inédita

Durante o evento, foi inaugurado um trecho inédito da trilha Transcarioca, no Parque Nacional da Tijuca: o caminho “Paineiras-Corcovado”. Na viagem de quatro dias ao Rio, o engenheiro chinês Xu Kun, de 36 anos, aproveitou ao máximo o que o Cristo Redentor poderia oferecer, desde o monumento em si, até a trilha nova.

Com 1,15 km de extensão, a trilha começa no Centro de Visitantes e leva até os acessos ao Cristo, com grau de dificuldade moderado. Apesar de não ser longa, é íngreme, e tem uma subida de 260 metros. O tempo estimado de caminhada é de 45 minutos, mas pode variar de acordo com o condicionamento físico de cada um. Ela fica aberta seguindo o horário de funcionamento do Parque, das 8h às 18h. A entrada é gratuita.

— É muito bonita, gostei muito de fazer, adoro natureza. Mas poderia ter um pouco mais de sinalização, porque eu me confundi e acabei me perdendo. Depois me achei e terminei o caminho, mas senti falta de mais placas. De resto, o lugar é lindo — disse Kun.

O novo caminho integra ainda o percurso de 180 km da Trilha Transcarioca, a primeira trilha de longo curso nacional e que conecta diversas unidades de conservação do município.

Saindo do Centro de Visitantes Paineiras, o acesso da nova trilha “Paineiras – Corcovado” fica ao lado do acesso da sede administrativa do Parque Nacional da Tijuca, atrás do Centro de Visitantes Paineiras, e não precisa pagar nada. Na hora de descer, o acesso fica próximo do primeiro estacionamento do Alto Corcovado.

Os pedestres que chegarem por trilha ao Corcovado podem comprar o ingresso para acessar o monumento do Cristo. O visitante adulto paga R$ 52,00 na alta temporada e R$ 32,00 na baixa temporada; enquanto crianças de 7 a 11 anos, estudantes, PcD, ID Jovem e idosos pagam R$ 32,00. O ingresso não dá direito ao transporte de trem ou de van para descer o trajeto de volta.

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