Embratur torna-se membro do Conselho Mundial de Viagens e Turismo e reforça papel do Brasil de protagonista no turismo internacional

Embratur torna-se membro do Conselho Mundial de Viagens e Turismo e reforça papel do Brasil de protagonista no turismo internacional ( O anúncio simboliza um marco, consolidando o país como protagonista no cenário internacional de turismo. (Foto: Divulgação))

Durante a Feira Internacional de Turismo (FITUR) 2025, uma das mais prestigiadas e influentes exposições de turismo do mundo, a Embratur oficializou sua adesão inédita ao World Travel & Tourism Council (WTTC), o Conselho Mundial de Viagens e Turismo. O anúncio simboliza um marco, consolidando o país como protagonista no cenário internacional de turismo.

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Com mais de 200 membros, o WTTC é uma organização global que representa o setor privado, abrangendo líderes de companhias aéreas, redes hoteleiras, operadoras de turismo e outros segmentos. Ao tornar-se membro, a Embratur reforça o compromisso do Brasil com as melhores práticas do mercado global, alinhando-se às tendências de sustentabilidade, inovação e colaboração internacional.

Presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destaca a importância dessa filiação. “Este é um marco para o turismo brasileiro. Nossa entrada no Conselho nos conecta diretamente aos principais players globais, permitindo avançar em direção a um turismo mais competitivo alinhado às expectativas dos viajantes internacionais,” afirma Freixo.

“Estamos posicionando o Brasil cada vez mais como um ator-chave na discussão global sobre o futuro do turismo. Esta parceria reforça nosso compromisso em estabelecer o Brasil como um destino que vê o turismo como uma atividade econômica alinhada aos desafios do século 21, impulsionando o desenvolvimento por meio da sustentabilidade ambiental e da celebração da diversidade humana”, reforça.

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CEO do WTTC, Julia Simpson, pontua a relevância desta parceria para o Brasil e para o setor global de turismo. “É uma honra que a Embratur e o Brasil sejam membros do WTTC, uma organização que reúne os principais atores do mercado privado mundial, especialmente no setor de turismo e viagens. O turismo é um setor fundamental para a economia brasileira”, disse. No caso do Brasil, ela destacou a importância da Embratur, que tem sido fundamental para atrair visitantes ao país, um destino único, repleto de belezas naturais e diversidade. “É um país tão lindo e tão grande, com tantas coisas para descobrir. Estou realmente muito feliz por termos a Embratur como associada”, concluiu.

Benefícios

A participação da Embratur no Conselho Mundial de Viagens e Turismo traz uma série de benefícios e oportunidades para o país. Ao se conectar aos padrões globais de qualidade, o país aumenta sua atratividade de investimentos e fortalece a credibilidade internacional.

A associação ao WTTC também garante acesso a dados e informações para orientar a promoção e o desenvolvimento dos destinos brasileiros. Por meio das pesquisas, relatórios e insights do Conselho, a Embratur terá mais elementos para alinhar a promoção do Brasil às tendências mundiais e terá facilitada conexões com empresas globais, potencializando projetos de infraestrutura e campanhas internacionais.

“A colaboração Embratur e WTTC vai maximizar o impacto das ações de promoção do Brasil em mercados de alta potencialidade, contribuindo para o fortalecimento da imagem do país como destino turístico competitivo com ênfase em experiências autênticas e sustentáveis”, reforça o diretor de Marketing, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Bruno Reis.

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Atribuições

A Embratur, como membro do WTTC, terá o papel estratégico de amplificar a presença do Brasil no mercado global de turismo, atrair parcerias, alinhar-se às tendências globais e promover o país como um destino sustentável e competitivo. Mais do que promover o Brasil, isso contribuirá ativamente em temas que moldam o futuro do turismo internacional.

As ações conjuntas entre a Embratur e o Conselho Mundial de Viagens e Turismo estão em fase de construção. Entre as principais frentes, destacam-se a realização de pesquisas sobre o retorno de investimentos em atividades promocionais internacionais e seu impacto na economia brasileira, além da participação em eventos de networking com líderes da indústria para ampliar parcerias e promover o Brasil nos mercados globais.

A Embratur também apresentará suas estratégias de promoção internacional aos membros do WTTC, participará de mesas-redondas sobre temas relevantes do setor e organizará um webinar sobre sustentabilidade hoteleira.

Programação

Nesta quinta-feira (23), a Embratur intensificou sua participação na FITUR. Além da adesão ao WTTC, o presidente Marcelo Freixo reuniu-se com Sandra Carvao, diretora de Inteligência de Mercado, Políticas e Competitividade da ONU Turismo (UNWTO), onde foi discutido sobre o estímulo à promoção de experiências turísticas no Brasil que priorizam a base comunitária e a sustentabilidade. Entre os tópicos foram abordados as comunidades quilombolas da Bahia, as ribeirinhas do Pará que serão impactadas pelo projeto Peabiru, focado na promoção do turismo em áreas como o quilombo Kaonge.

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Outra agenda fundamental foi o lançamento do programa Brasil Travel Specialist, um programa para tornar agentes de viagens e operadores em especialistas do Brasil. A partir de agora a Embratur tem uma plataforma exclusiva para comunicação com agentes de viagens, em inglês e espanhol. O objetivo é oferecer todo o suporte ao agente de viagem na jornada de venda.

Durante o lançamento no estande, os participantes tiveram a oportunidade de degustar caipirinhas, enquanto o presidente da Embratur apresentou um vídeo explicativo sobre o uso da nova ferramenta destinada aos operadores turísticos estrangeiros, que poderão se inscrever para se tornarem especialistas no Brasil.

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Alcolumbre é eleito pela segunda vez presidente do Senado

Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito novamente presidente do Senado, neste sábado, com 73 dos 81 votos, para mais dois anos à frente da Casa.

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O resultado confortável, a terceira maior votação desde a redemocratização, foi consequência da frente ampla de partidos que o apoiou, inibindo adversários. O parlamentar do União Brasil, que volta a presidência do Senado após quatro anos, também passa a estar no comando do Congresso Nacional. Ele foi escolhido após defender a independência do Legislativo e o poder conquistado nos últimos anos sobre o Orçamento.

Em discurso ao plenário, Alcolumbre citou a necessidade de “cumprimento de acordos” sobre as emendas parlamentares, em referência à crise que se arrasta desde 2024. Em seu novo período à frente do Senado, Alcolumbre terá como desafio se equilibrar entre atender a oposição e a proximidade com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na votação de hoje, foi apoiado formalmente tanto pelo PT quanto pelo PL.

Os demais adversários da eleição deste sábado confirmaram o isolamento. O bolsonarista Marcos Pontes (PL-SP), que se lançou à revelia do próprio partido e de Jair Bolsonaro, teve 4 votos. Eduardo Girão (Novo-CE) colheu 4 votos. Já Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) retiraram suas candidaturas horas antes da votação.

Já na arena institucional, será obrigado a lidar com o impasse sobre emendas envolvendo o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

— Quero ser claro: é essencial respeitar as decisões judiciais e o papel do Judiciário em nosso sistema democrático. Mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Legislativo e garantir que este Parlamento possa exercer seu dever constitucional de legislar e representar o povo brasileiro. Essa garantia pelas prerrogativas do mandato vai muito além das questões orçamentárias. Tem a ver com o mandato parlamentar, assegurado pela Constituição — disse Alcolumbre.

O cenário político não aponta um caminho fácil, após seguidas decisões do ministro Flávio Dino a favor do bloqueio de recursos por falta de transparência.

O novo presidente do Senado agora terá que atuar em conjunto com o próximo presidente da Câmara, que tem o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) como favorito, para manter a influência sobre as verbas. A situação é especialmente delicada porque a Polícia Federal (PF) avança em investigações sobre o mau uso das emendas.

Relação com governo e oposição

Diante da influência política que o senador preservou fora da cadeira de presidente da Casa, Alcolumbre foi tratado com deferência por Lula mesmo antes de o petista assumir o terceiro mandato. O político do Amapá foi responsável, por exemplo, pela indicação do ministro da Integração, o ex-governador Waldez Góes, um velho conhecido e conterrâneo ainda durante a transição.

Apesar das conversas cordiais e a influência sobre indicações no governo, há desconfianças no Executivo sobre o futuro da relação, que ainda precisa ser aprofundada.

Neste novo período à frente do Senado, a oposição terá peso importante nos espaços de poder da Casa. Além do primeiro vice-presidente ser indicado pelo PL — Eduardo Gomes (TO) —, nas comissões haverá destaque para bolsonaristas emplacarem sua agenda.

Após acordo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deve ser o presidente da Comissão de Segurança Pública e pretende levar adiante textos que tratam do aumento de penas para crimes. O colegiado é visto pela oposição como um palco relevante para o pleito do ano que vem, com o objetivo de ampliar o número de cadeiras no Congresso.

Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que foi ministra de Bolsonaro, vai comandar a Comissão de Direitos Humanos também com o intuito de expandir o espaço das pautas da oposição. O colegiado de Infraestrutura terá o senador Marcos Rogério (PL-RO) na presidência.

— Precisamos dar tempo ao diálogo, permitir que os debates amadureçam e que as soluções se construam de forma sólida, consistente e inclusiva. E quando os consensos se mostrarem impossíveis, que prevaleça a vontade da maioria, sempre respeitando os direitos das minorias e assegurando que cada voz seja ouvida — discursou Alcolumbre.

O novo presidente do Senado será pressionado pelos colegas mais à direita a tocar projetos como a anistia a presos e condenados do 8 de janeiro, além de projetos que procuram restringir os poderes do STF.

Para apoiadores da sua recondução ao comando do Congresso, um dos principais desafios será recuperar o protagonismo do Senado em relação à Câmara, tema que incomoda muitos colegas.

Pautas

De olho na construção de um legado, Alcolumbre deve tratar a pauta econômica com prioridade. O senador já deixou uma marca na primeira gestão, quando trabalhou pela aprovação da reforma da previdência. Aliados afirmam que o parlamentar colocará como sua prioridade neste ano a aprovação da segunda fase da reforma tributária.

A proposta está em análise no Senado e define regras sobre o Comitê Gestor, que vai administrar o Imposto sobre Bens e Serviços, o IBS, de competência estadual e municipal. O novo tributo vai unificar e substituir o ICMS e o ISS.

Em outra frente, o parlamentar já sinalizou que quer avançar com o projeto que libera jogos de azar. Ele foi um dos articuladores do avanço do texto, mas a votação da proposta que autoriza cassinos, bingos e jogo do bicho no país foi adiada no fim do ano passado. O projeto de lei estabelece que o Ministério da Fazenda terá de regulamentar a atividade.

Na mesma linha, Alcolumbre deve dar celeridade à reforma do código eleitoral, parada no Senado desde 2021, sob a relatoria do senador Marcelo Castro (MDB-PI). A urgência nessa questão é véspera do ano eleitoral e a pressão de presidentes de partidos.

De acordo com líderes partidários, há também expectativa de que o projeto de reforma do Código Civil avance a partir de fevereiro. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deixa o cargo, criou um grupo de trabalho que ficou responsável por elaborar um texto para o projeto.

Entre as mudanças que devem ser previstas pelo projeto estão atualizações no campo do direito empresarial, direito de família, de sucessão e direito digital.

Turismo no Brasil registra crescimento e atrai mais turistas

Nos últimos cinco anos, o turismo no Brasil apresentou um crescimento expressivo, evidenciado por diversos indicadores positivos. Em 2024, o país registrou a chegada de 6.657.377 turistas internacionais, superando o recorde anterior de 2018. Esse aumento representou um crescimento de 12,6% em relação a 2023, conforme dados da Agência Brasileira de Promoção do Turismo Internacional (Embratur).

Diversos fatores contribuíram para esse avanço no setor. Gilberto Monteiro Siqueira, agente de viagens e proprietário da Ártico Turismo, destaca que a pandemia de COVID-19 levou muitas pessoas a valorizarem mais o tempo com familiares e amigos, optando por explorar destinos nacionais. “A COVID fez com que muitos voltassem para o turismo interno para aproveitar melhor o tempo com os entes queridos”, observa Siqueira.

Além disso, o aumento do dólar incentivou os brasileiros a escolherem destinos domésticos, revelando o vasto potencial turístico do país. “Com o aumento significativo do dólar, muitas pessoas optaram por viajar mais aqui em nosso país e descobriram que o potencial é enorme, com praias paradisíacas, reservas florestais belíssimas e um interior com grandes hotéis”, acrescenta Siqueira.

A melhoria na infraestrutura de transporte, incluindo aeroportos, portos e estradas, também facilitou a locomoção dos turistas pelo país. “A infraestrutura está acelerada e irá contribuir muito para isso. Temos mais redes hoteleiras com grandes programas de investimentos para o Brasil e também a profissionalização mais constante das pessoas que atendem a estes clientes”, afirma Siqueira.

O ecoturismo e o turismo sustentável também tiveram um papel fundamental nesse crescimento, com os viajantes buscando experiências que promovam a preservação ambiental. “Para termos o ecoturismo, precisamos preservar o meio ambiente e, consequentemente, aumenta a demanda para este mercado. Com a conscientização das pessoas sobre a necessidade da garantia da vida futura, este mercado tem muito a crescer”, destaca Siqueira.

As projeções para o turismo brasileiro são otimistas, com as companhias aéreas se adequando para atender à crescente demanda e investimentos significativos em infraestrutura e qualificação profissional no setor. “Teremos, em breve, a entrada de mais aviões já encomendados pelas companhias aéreas nacionais, o que fará com que os preços caiam, aumentando sobremaneira a procura pelos passageiros”, conclui Siqueira.

O convívio social ficou de recuperação

Rudá Ricci — Cientista político e presidente do Instituto Cultiva

Em 24 de janeiro, o mundo celebrou o Dia Internacional da Educação. Instituída pela ONU, a efeméride deste ano foi dedicada à discussão sobre a inteligência artificial (IA) e seu impacto em sala de aula. Mais do que o uso adequado desse recurso, a discussão sobre esse ou qualquer outro tema ligado à educação precisa estar alinhada à missão civilizatória do ensino. Esse direito universal transcende não apenas a tecnologia, mas também as gerações e os territórios, na busca do desenvolvimento humano, com equidade e paz.

Como em todo o planeta, nosso Brasil chega a 2025 com muitos e complexos desafios na educação. Por aqui, os efeitos da pandemia ainda ecoam nas escolas, sobretudo nos estudantes que, durante o isolamento, enfrentaram uma situação de extrema vulnerabilidade econômica. Quase sempre de famílias lideradas por mulheres, esses alunos sentiram o abalo do já fragilizado equilíbrio familiar, vendo suas mães impedidas de trabalhar, logo, sem garantir o sustento e a capacidade daquela casa em acreditar no futuro. Dados coletados pelo Instituto Cultiva à época revelam que grande parte dessas pessoas passava mais de seis horas seguidas de frente para a televisão, em silêncio, dentro da verdadeira gruta que se transformaram as suas apertadas residências.

Com a limitação da interação, do universo vocabular e da prática da convivência em sociedade, os efeitos econômicos da pandemia se somaram a uma consequência ainda pior para a educação no país: a baixa tolerância de crianças e adultos para se respeitarem uns aos outros. Quando as escolas foram reabertas, houve uma grande preocupação em recuperar o tempo perdido do ensino com sobrecargas de conteúdo na garotada. Novas tecnologias foram implantadas e fórmulas de ensino salvadoras eram — e são até hoje — vendidas como a solução para preparar os jovens para o mercado.

Mas e o convívio social? Muito além das notas do Ideb ou do Enem, a educação também se aufere pelo desenvolvimento humano, como bem nos lembra a ONU neste dia 24 de janeiro. O que esperar dos nossos alunos diante da chegada da inteligência artificial, por exemplo? Para além da promessa de acesso ao conhecimento, sabemos que essa é mais uma tecnologia que irá exacerbar as desigualdades brasileiras se não for utilizada de forma inclusiva, sem contar o impacto psicológico e cognitivo nos estudantes.

Assistimos recentemente à proibição do uso dos celulares nas escolas, como uma tentativa de mitigar esse problema. Em A geração ansiosa, Jonathan Haidt apresenta evidências sobre como o uso excessivo de smartphones prejudica a saúde mental de adolescentes, especialmente meninas, que enfrentam uma pressão por validação social em plataformas digitais. Sabemos da relação direta entre o aumento de depressão, automutilação, tentativas de suicídio e violência com o uso de redes sociais. Contudo, como o foco excessivo em preparar o aluno para o vestibular vai nos ajudar a sanar essas questões tão urgentes?

Enquanto celulares e IA são regulados, a desvalorização dos professores completa nosso cenário desolador. Hoje, somente 2% dos estudantes de ensino médio desejam seguir a carreira docente. Não poderia ser diferente, dado os baixos salários e a completa falta de infraestrutura enfrentada pelos professores. Precisamos que a valorização do magistério vire tema de redação do Enem para os gestores públicos investirem na profissão?

É alarmante que o ensino público, sob a justificativa de inovação, esteja utilizando modelos prontos de gestão que desvirtuam o papel social, humanizador e comunitário da escola. Para avançarmos rumo a uma sociedade mais equitativa, precisamos redefinir as prioridades do sistema educacional. A educação não é uma mercadoria; é um bem público essencial para a consolidação da democracia.

Tudo isso é pauta para o novo Plano Nacional de Educação, a ser discutido no Congresso em 2025. A celebração deste Dia Internacional da Educação pode ser, portanto, uma das últimas chances para refletirmos sobre o tipo de educação que realmente desejamos para os próximos 10 anos do Brasil e o quão distantes estamos desse sonho.

O que está em jogo em disputa sobre mototáxi entre prefeitura de SP e Uber e 99

Diversos carros e guardas da GCM (Guarda Civil Municipal) fazendo batidas em algumas das vias mais movimentadas de São Paulo na última semana se tornaram a faceta mais visível de uma disputa acirrada sobre mototáxis entre a Prefeitura de São de Paulo e os principais aplicativos de transporte do país, Uber e 99.

A Uber e a 99 começaram a oferecer o transporte de passageiros por motocicleta em São Paulo na segunda (21/1), ignorando um decreto da Prefeitura da cidade de 2023 que proíbe o serviço.

A briga de trânsito foi rapidamente parar na Justiça.

A prefeitura tentou cobrar uma multa das empresas, mas foi barrada por uma decisão liminar (temporária). Passou então a fazer blitzes, a multar os motociclistas e chegou a apreender 276 motos.

“É uma guerra de gigantes onde só o trabalhador paga o preço”, diz o motociclista Jr. Freitas, que tem atuado na mobilização com colegas para protestar contra a proibição. “Uma multa de R$ 7 mil reais para o trabalhador é um absurdo”, diz ele.

Alguns motoristas conseguiram liminares para continuar trabalhando sem serem multados — a 99 ofereceu orientação jurídica para alguns que quiseram entrar com ações.

Mas a última decisão sobre o tema, na segunda (27/1), determinou que os aplicativos suspendessem o serviço, o que foi feito na terça (28/1).

As empresas afirmaram que, embora tenham acatado a decisão, vão recorrer.

Na Justiça, o que está em disputa é a validade do decreto municipal de proibição. Os aplicativos contestam a legislação com base em uma Lei Federal que permite o serviço.

Na última decisão, o juiz Eduardo Gouvêa, do Tribunal de Justiça de SP, entendeu que, embora a validade do decreto esteja sendo contestada em ações, ele continua valendo enquanto as ações não tiverem uma resolução.

Mas afinal, o que está em jogo nessa disputa além dos interesses das empresas?

Aplicativos disponibilizaram o serviço em meados de janeiro

Risco inerente

O principal argumento da prefeitura de São Paulo para a proibição é o alto risco de acidentes e mortes para passageiros, motoristas e até pedestres.

“A Prefeitura se baseou em dados concretos sobre o aumento de sinistros, mortes e lesões com o uso de motocicletas na cidade”, disse a prefeitura à BBC News Brasil.

O aumento não está diretamente ligado ao mototáxi — o número de mortes relacionadas a acidentes de moto aumentou 20% entre 2023 e 2024, segundo o Infosiga (sistema estadual de monitoramento da letalidade no trânsito) antes do estabelecimento do serviço — mas a perspectiva, segundo a prefeitura, é que o mototáxi aumente a frota, o número de passageiros e os acidentes.

“O crescimento de sinistros e mortes é proporcional ao da frota”, disse a prefeitura em uma nota publicada no dia em que os aplicativos iniciaram o serviço.

Quase metade (43%) das mortes no trânsito no Estado de São Paulo em 2024 foram de motociclistas ou pessoas na garupa — isso sem incluir as mortes de pedestres, ciclistas e pessoas em carro em acidentes envolvendo motos.

As empresas afirmam que tomaram uma série de medidas para ampliar a segurança, como monitorar a velocidade, fazer treinamentos e exigir equipamentos de segurança, entre outras (leia mais abaixo).

Para os motociclistas, usar o argumento do risco de acidentes para proibir o serviço é uma forma de não se responsabilizar pela segurança que ela mesma deveria garantir.

“Se a prefeitura está preocupada com a segurança, por que então não melhora a infraestrutura? A implementação da Faixa Azul (para circulação de motos) é uma coisa boa, mas está muito lenta. Por que a prefeitura não melhora o asfalto, que está todo esburacado e causa acidentes?”, afirma Freitas.

O motociclista afirma que o papel da cidade deveria ser regulamentar o serviço para garantir que as empresas ofereçam melhores condições para os motoristas.

“O trabalhador não é contra a regulamentação, se não for criar um monte de burocracia. Tem que ter regras para seguir. Mas o prefeito simplesmente proibiu, se fechou para o diálogo”, afirma.

Não existem estudos conclusivos que determinem exatamente o quanto da letalidade é devido a um risco inerente da modalidade e o quanto é resultado de falta de regulação no trânsito e falta de ação do poder público.

Em geral, os especialistas afirmam que é uma mistura dos dois.

Aplicativos afirmam que criaram medidas de segurança

Embora medidas mitigadoras sejam necessárias e muito bem-vindas, a motocicleta é realmente um veículo mais perigoso por natureza, explicam especialistas em segurança no trânsito.

“A motocicleta tem um risco inerente altíssimo”, afirma o urbanista Diogo Dias Lemos, coordenador Executivo da Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global. “Ela coloca o corpo humano a velocidades altíssimas, em conflito com veículos e objetos pesadíssimos, quando a proteção dessas pessoas é o próprio corpo, que funciona como lataria (de um carro) e airbag.”

Aliada à falta de proteção de uma lataria, explica Lemos, as motos são perigosas por causa da alta velocidade que permitem o motorista atingir.

“Em uma moto, a 60 km/h, a chance de sobrevivência do ser humano em caso de colisão é de 2%. Não estou falando de 100 km/h, 120 km/h, mas de uma velocidade padrão da cidade”, diz Lemos.

Esse é um dos fatores que diferencia a moto de uma bicicleta (que também não tem uma carroceria para prteger o condutor), por exemplo.

“A bicicleta quando está muito rápida, vai a 30 km/h. Além disso, ela não foi feita para circular entre os veículos. Já a motocicleta é feita para circular junto dos carros, ônibus e caminhões, dividindo a mesma pista.”

Apesar do risco inerente, existem medidas que podem ser tomadas para reduzir a letalidade, diz Lemos.

Políticas que dão resultado

“Acidentes de trânsito nunca têm uma causa única e nunca têm uma solução única. A gente precisa falar de medidas integradas sempre”, afirma o urbanista Diogo Lemos. “Em geral, isso é a coisa que mais reflete nos motociclistas, mas que também traz benefícios para todos os outros usuários.”

Segundo o especialista, as políticas públicas que mais dão resultados são as que promovem uma boa gestão da velocidade pelo poder público.

“Isso significa falar sobre a adequação dos limites, principalmente a pautada pela recomendação da Organização Mundial da Saúde, de que em ambientes urbanos não deveria haver velocidades maiores do que os 50 km/h”, afirma Lemos.

Além disso, é preciso que a cidade crie uma infraestrutura segura.

“Isso passa desde qual é a largura da faixa de rolamento para um veículo — faixas mais estreitas tendem a induzir os motoristas a circularem em velocidades menores — até a adequação das calçadas, a distância das travessias, os semáforos, entre outras medidas”, explica.

Lemos também cita medidas como as tomadas pela cidade de Nova York, que não tem mototáxi, mas criou uma série de regras para evitar acidentes durante entregas feitas com moto. Há um limite de quilometragem para cada corrida e as empresas são obrigadas a pagar uma taxa mínima para motociclistas que trabalham um número mínimo de horas — para evitar que eles fiquem dependentes somente do número de entregas e acabem acelerando para fazer mais entregas.

Pesquisadores também afirmam que o trabalho de fiscalização e conscientização do público é fundamental.

“O que a gente tem visto Brasil afora é que cada vez mais se dá espaço para uma ideia falaciosa de que existe uma indústria da multa, como se as pessoas não precisassem ser fiscalizadas”, afirma Lemos. “Além disso, as campanhas de conscientização precisam ser direcionadas, você precisa saber quem é o público e como atingi-lo.”

Um exemplo de cidade que conseguiu reduzir a mortalidade é Fortaleza (CE), que tem reduzido o número de mortes no trânsito por 9 anos consecutivos. O município implementou uma série de ações conjuntas em educação, fiscalização e engenharia de tráfego.

A cidade manteve uma alta taxa de mortalidade por acidentes de trânsito desde 1996, primeiro ano em que há dados disponíveis, até 2014, quando o trânsito matou 496 pessoas. A partir de 2016, os números começaram a cair, atingindo 254 mortes em 2023, segundo números do DataSUS.

No entanto, as iniciativas foram mais bem sucedidas para evitar mortes em carros do que em motos: houve uma diminuição de 96,7% das mortes em carros entre 2014 e 2023; enquanto a redução de mortes de motociclistas foi de 41,8% no mesmo período, segundo a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), de Fortaleza.

O serviço de mototáxi é regulamentado desde 1997 na cidade, mas já era utilizado informalmente pela população antes disso.

Outra cidade onde o serviço já é parte do dia a dia da população é Salvador, que, ao contrário de Fortaleza, teve um aumento de mortes nos últimos anos.

De acordo com especialistas, embora não seja possível fazer uma correlação direta entre as mortes e o serviço de mototáxi, pois os dados não diferenciam entre pessoas que estavam pagando pelo serviço e passageiros normais, os dados são preocupantes.

Segundo o relatório anual de segurança viária, o número de passageiros de motocicletas mortos dobrou entre 2022 e 2023, ano em que um decreto regulamentou e permitiu uma grande ampliação do serviço de mototáxi, que já existia na cidade. Foram 682 passageiros feridos e 109 mortos em 2023 em comparação com 369 feridos e 40 mortos em 2022. Já o número de motoristas de moto mortos aumentou 23% no mesmo período.

A Uber e a 99 afirmam que tomam uma série de medidas para ampliar a segurança, incluindo treinamentos e botão de emergência. Os apps afirmam também que monitoram a velocidade das corridas e emitem alertas caso o motorista ultrapasse o limite de velocidade.

A Uber, no entanto, não informou se existe algum tipo de punição para motoristas que desrespeitem os limites.

Já a 99 diz que além dos alertas, emite notificações e pode até suspender a conta em caso de desrespeito reiterado.

Alternativa para a periferia

Para a vereadora de São Paulo Amanda Paschoal (PSOL), é necessário garantir mais segurança em vez de ignorar a realidade de milhares de pessoas que dependem de motos para transporte e sustento.

Ela afirma que o mototáxi é uma alternativa à população da periferia em um “cenário de insuficiência do transporte público, da crescente insegurança e da ausência de políticas eficazes de emprego e renda na cidade.” Paschoal acionou o Ministério Público para tentar impedir a prefeitura de apreender motocicletas.

“Mascarar a realidade e proibir os mototáxis, uma forma de transporte já utilizada pela população, em especial nas periferias, não vai resolver o problema da falta de segurança no trânsito”, diz ela.

“Quando o prefeito usa a periculosidade no trânsito para justificar a proibição dos mototáxis, ele se desresponsabiliza de ter que resolver problemas reais e concretos da cidade. O poder público tem por obrigação garantir segurança no trânsito para todas as pessoas, e essa é uma questão que já deveria ter sido resolvida.”

Alta velocidade e trânsito entre carros aumentam o risco de acidentes de moto

O uso do mototáxi como alternativa para a falta de transporte na periferia é um dos pontos mais levantados por defensores da liberação do serviço.

Para o motociclista Jr. Freitas, além de ser mais uma fonte de remuneração para os entregadores, o serviço também é muito usado pela população diante de um cenário de insegura pública.

“Além de ser mais econômico, traz segurança. Muita gente chega muito tarde do trabalho, dez, onze da noite. A gente vê que especialmente as passageiras mulheres não se sentem seguras de andar na rua. Em vez de terem que andar sozinhas, elas podem usar o serviço”, afirma ele.

As empresas argumentam que, por ser até 40% mais barato que o transporte por carro, o serviço por moto é muito mais acessível à população de baixa renda e a moradores da periferia e ajuda na integração com outros modais de transporte.

Nas outras 3,3 mil cidades onde a 99 atua, mais de um terço das corridas começam ou terminam a menos de 100 metros de estações de metrô ou de pontos de ônibus, afirma a empresa. No primeiro dia de funcionamento do serviço em São Paulo — que estava disponível apenas fora do centro expandido — aconteceram mais de 10 mil corridas, sem acidentes, diz a empresa. As corridas tiveram em média 13 minutos e percorreram 6 km.

A 99 cita um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) que projeta ganhos de R$ 28 milhões em arrecadação para a cidade e a geração de 13 mil empregos diretos e indiretos com o serviço.

Para Diego Dias Lemos, no entanto, é preciso lembrar — além da questão moral da perda de vidas — do impacto econômico que os acidentes geram na saúde pública.

“O impacto no SUS é algo que não pode ser deixado de fora da equação. Não podemos pensar só no aqui e agora, do quanto gera de renda para pessoas ou lucro para as empresas”, afirma Lemos, corroborando o argumento da prefeitura. “Se a gente traz os gastos com saúde, atendimento às vítimas e com a previdência, a equação é outra.”

Lemos defende, no entanto, que cabe ao poder público garantir outras formas de transporte, desde a ampliação do transporte público até o incentivo e criação de infraestrutura para o uso de bicicletas — e a prefeitura tem responsabilidade direta em garantir essas alternativas.

Processo continua em andamento

No momento, o serviço está suspenso devido à última decisão judicial, mas a empresas afirmam que vão recorrer.

Na Justiça, as elas argumentam que existe uma lei federal de 2018 que permite a existência do serviço e que ela se sobrepõe ao decreto municipal.

As empresas afirmam que o serviço de transporte de passageiros em moto por aplicativo é diferente do mototáxi. Enquanto táxis e mototáxis precisam de um registro emitido pela prefeitura para funcionar, os motoristas dos aplicativos não fazem parte de uma frota oficial da cidade.

As empresas argumentam que a prefeitura não pode proibir o serviço — no caso de transporte de passageiros por carros, Uber e 99 já obtiveram decisões em seu favor contra proibições do poder público — embora as cidades possam regular o serviço.

Já a Prefeitura afirma que tem competência para legislar sobre o tema e que “a segurança dos motociclistas, a redução no número de sinistros fatais no trânsito e o impacto no sistema público de saúde são as preocupações do prefeito Ricardo Nunes”.

Enquanto isso, os motociclistas afirmam que também vão à luta,

“A gente vai continuar tentando. Agora estamos conversando com os vereadores para abrir audiências públicas para dar voz para o trabalhador”, afirma Freitas.

3 praias para conhecer na Península de Maraú

A Península de Maraú, um paraíso escondido no litoral sul da Bahia, oferece uma experiência única que combina praias paradisíacas, natureza exuberante e uma atmosfera tranquila. Localizada na Costa do Dendê, o lugar é um refúgio para quem busca escapar do agito e se conectar com a beleza natural.

Para chegar a este paraíso, a aventura começa com um passeio de barco pelo rio Acaraí. A partir de Camamu, a viagem revela paisagens deslumbrantes e a sensação de estar entrando em um lugar realmente especial. Ao desembarcar em Barra Grande, a principal vila da península, o clima interiorano te convida a relaxar e desacelerar.

Em Maraú, a natureza é a protagonista. As praias de areia branca e águas cristalinas são um convite ao descanso e à contemplação. Trilhas ecológicas levam a cachoeiras e mirantes com vistas espetaculares, enquanto passeios de barco exploram a Baía de Camamu, manguezais e ilhas desertas.

Além disso, o destino reserva outras surpresas para seus visitantes, como a cachoeira do Tremembé, com sua queda d’água que deságua diretamente no mar, que é um espetáculo da natureza que pode ser apreciado em passeios de barco. E a Ilha do Sapinho, um paraíso ecológico com rica fauna e flora, também é uma ótima opção para quem busca contato com a natureza.

Abaixo, confira 3 praias para conhecer na Península de Maraú!

Taipu de Fora tem uma piscina natural ideal para relaxar e mergulhar (Imagem: SergioRocha | Shutterstock)

1. Taipu de Fora

Considerada uma das mais belas do Brasil, com uma piscina natural de um quilômetro de extensão e coqueirais a perder de vista. Ideal para mergulho e relaxamento.

2. Barra Grande

Com praias calmas e rasas, é perfeita para famílias com crianças. A vila oferece infraestrutura completa com pousadas, restaurantes e bares.

3. Algodões

Um refúgio de tranquilidade, com praias desertas e mar calmo, ideal para quem busca privacidade e contato com a natureza.

Por Cláudia Costa, Eliria Buso e Patrícia Chemin – revista Qual Viagem

VLT no lugar de BRTs e metrô até o Recreio e sob a baía: conheça os projetos pautados pelos governos

Todas as quartas-feiras a diarista Maria de Jesus da Silva, de 44 anos, que mora no miolo da Cidade de Deus, vai a pé ou de bicicleta até a Estação Merck do BRT, na Taquara, onde embarca até o Jardim Oceânico e, de lá, segue de metrô para Botafogo. Além das filas para entrar no BRT, perde muito tempo na baldeação. Dependendo do dia, chega a levar mais de duas horas até o endereço onde trabalha, e o mesmo tempo na volta para casa. Se a Linha 4 do metrô — que parou no Jardim Oceânico — já chegasse até o Recreio dos Bandeirantes, a vida da diarista seria outra.

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— Também teria que ter mais ônibus para suprir a necessidade do BRT. Só temos um ônibus, o 990 (Merck -Joatinga), que passa perto da Cidade de Deus e vai para o metrô. E, quando passa, a gente nem consegue entrar de tão cheio. E ainda demora à beça — completa a diarista.

O trecho do metrô entre o Jardim Oceânico e o Recreio chegou a ser idealizado para a Olimpíada de 2016, mas empacou durante a grave crise financeira do estado, sendo substituído pelo BRT. Teria cerca de 20 quilômetros e seria escavado sob o canteiro central da Avenida das Américas. Esse e outros projetos de transportes sobre trilhos e no mar, com orçamentos que beiram R$ 100 bilhões, estão em pranchetas, gavetas e promessas dos governos.

A expansão do metrô carioca parou há quase dez anos, quando as obras da Estação Gávea foram interrompidas e o buraco preenchido por água para tentar sustentar a estrutura. Iniciado em 1979, o modal tem 54,4 quilômetros, 41 estações e três linhas. Apenas cinco anos mais velho, o metrô de São Paulo tem 104,4 quilômetros, 91 estações e seis linhas.

Depois de um acordo assinado em outubro do ano passado — envolvendo MPRJ, TCE, governo do Estado, MetrôRio e o consórcio construtor Rio Barra da Linha 4 —, e muitas promessas de recomeço, agora o secretário estadual de Transporte, Washington Reis, diz que a construção da Estação Gávea entra nos trilhos no mês que vem, após assinatura de aditivo com o MetrôRio, que investirá R$ 600 milhões nas obras e terá o seu contrato de concessão prorrogado por dez anos, até 2048. O estado se comprometeu a aplicar R$ 97 milhões e criou um fundo de reserva de R$ 300 milhões para serem usados, se necessário, na estação e na conclusão de um trecho da galeria São Conrado-Gávea.

Além da Estação Gávea

A Linha 4 consumiu até agora cerca de R$ 10 bilhões. E, para celebrar o novo contrato com o MetrôRio, o estado gastou mais R$ 3 milhões: contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para dar suporte, inclusive no cálculo de tarifa.

Para o presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho, a retomada das obras da Estação Gávea é simbólica e importante. Mas é preciso não parar por aí:

— Mais do que a Gávea, a gente tem que voltar a poder investir. O Rio precisa voltar a ter investimento constante em infraestrutura. A cidade tem demandas grandes no setor de transporte.

O último plano diretor do metrô, de 2017, somado ao Metrô Leve da Baixada (Pavuna-Nova Iguaçu) — prometido pelo governador Cláudio Castro durante campanha para a reeleição —, prevê mais de 178 quilômetros de trilhos, que não saíram do papel. A execução de todos custaria mais de R$ 80 bilhões. Ainda está pendente o trecho de 1,2 quilômetro para ligar o Alto Leblon — onde o tatuzão, máquina para escavar túneis, apodrece sob a Rua Igarapava — à Estação Gávea.

Para completar a nova Linha 4 projetada, seria necessário ainda interligar o Jardim Oceânico ao Recreio. Consta também do projeto original do metrô a Linha 4 passando por Humaitá, Laranjeiras e Botafogo, chegando ao Centro. Da Gávea ainda está projetada uma ampliação até a Rua Uruguai, cortando o Maciço da Tijuca. Especialistas consideram fundamental concluir a Linha 2, levando os trilhos do Estácio até a Praça Quinze, passando pela Cruz Vermelha. Mais uma linha incluída no traçado, a 3, passaria sob a Baía de Guanabara, chegando a Niterói e São Gonçalo.

Na campanha eleitoral, o prefeito Eduardo Paes anunciou que pretende transformar em VLT os corredores do BRT Transoeste e Transcarioca. Pelos cálculos iniciais, segundo disse Paes na ocasião, “veletizar” esses dois corredores exclusivos teria um custo inicial estimado de R$ 16 bilhões. A prefeitura também já fez estudo para implantar VLT ligando Botafogo, Gávea e Leblon, um investimento de R$ 1,5 bilhão.

Outra ideia é a implantação do BRT Metropolitano na cidade, que aparece em decreto no primeiro dia da nova administração Paes. Na prática, a ideia é fazer a integração entre os transportes municipais e intermunicipais. E isso poderá acontecer com a conclusão de dois terminais que constam do Transbrasil, estimados em R$ 100 milhões: o Trevo das Margaridas, que poderia absorver quem vem da Baixada Fluminense pela Via Dutra; e o do Trevo das Missões, idealizado para aliviar o trajeto para quem chega da Baixada pela Rodovia Washington Luís.

No transporte pela Baía de Guanabara, a Companhia Carioca de Parcerias e Concessões (CCPAR), da prefeitura, tenta licitar desde o ano passado uma ligação por barcas entre os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim. O investimento previsto para implantação era de R$ 109,5 milhões. Depois de vários adiamentos, a licitação foi realizada em dezembro, mas não apareceram interessados. A CCPar está refazendo o edital para relançá-lo.

Já a ligação por barca entre São Gonçalo e a Praça Quinze não tem qualquer estimativa de preço. A Secretaria de Transportes do estado informa que novos trajetos de barcas poderão ser criados “de acordo com a demanda de passageiros e a viabilidade econômica e a capacidade operacional”.

De concreto, a curto prazo o que está no horizonte da Secretaria estadual de Transportes é o lançamento de estudo e da modelagem da ligação Estácio-Praça Quinze, da Linha 3 e do metrô entre o Jardim Oceânico e o Recreio. Reis diz que sua meta é lançar a licitação da conclusão da Linha 2 e a implantação da Linha 3 ainda este ano:

— Vamos fazer uma licitação internacional e chamar o mundo para cá. Eu vou dizer uma coisa, se o governo federal atual, com a caneta na mão, não abraçar esse projeto, qualquer outro presidente que vier faz tudo.

Morador de São Gonçalo, o técnico de refrigeração Rodrigo Caetano, de 40 anos, trabalha nas zonas Sul e Oeste do Rio e sonha com a Linha 3 do metrô.

— Já ouvi falar, mas não sei se vai ter mesmo. Meu sonho era que fosse tudo metrô. Não dá para comparar. É rápido, mais barato, mais seguro. Até lá podia ter mais BRT pela cidade toda, cortar um pouco o trânsito — espera.

Transporte sustentável

A ampliação dos transportes sobre trilhos é rota mais indicada também quando o assunto é impacto ambiental. Considerando os deslocamentos da Região Metropolitana do Rio, os modais sobre trilhos são os que menos consomem energia, não emitem gases que aceleram o aquecimento global, como o dióxido de carbono (CO2), e duram pelo menos 60 anos.

— Uma urgência é reduzir o uso de automóvel particular, deveria ser a última opção na movimentação da cidade. Se queima muito combustível para transportar uma pessoa só, promove engarrafamento. Para se ter ideia, um SUV movido a gasolina gasta a energia equivalente a uma viagem de avião de um passageiro — diz Márcio D’Agosto, presidente do Instituto Brasileiro de Transporte Sustentável.

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As propostas para transformar radicalmente São Paulo que nunca saíram do papel

Esta reportagem foi originalmente publicada no dia 18 de novembro de 2017 e atualizada e republicada no dia 25 de janeiro de 2025.

Em um edifício na Rua São Bento, no centro de São Paulo, ficam as prateleiras empoeiradas e abarrotadas de papéis do arquivo da SPUrbanismo (empresa pública de promoção de ações de planejamento e desenvolvimento urbano).

No cubículo jazem calhamaços de imagens, plantas e textos descrevendo a cidade que poderia ter sido – projetos de arquitetura e urbanismo encomendados, aprovados e até pagos por sucessivas administrações municipais, mas que nunca saíram do papel.

Os planos arquivados na repartição datam desde a década de 1970, quando foi criada a Emurb (antiga empresa de urbanismo que foi substituída pela SPUrbanismo).

Há desde visões recentes de uma cidade mais arborizada e com transporte mais eficiente a sonhos modernistas criados por nomes como Oscar Niemeyer e Vilanova Artigas, passando por projetos de metrópole ainda mais voltados para o trânsito de carros, da época do prefeito Faria Lima (1965-1969).

“São Paulo se fez em função de obras ousadas, projetos importantes e transformadores. Foram grandes obras não do ponto de vista de monumentos e edifícios, mas o sentido de terem estruturado a cidade”, explica o urbanista Valter Caldana, professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie. “Mas da 1990 para cá, São Paulo foi esfriando seu ímpeto progressista. A cidade deixou de ousar e foi ficando à mercê de seus próprios problemas.”

Segundo ele, durante 80 anos a cidade usou o mesmo modelo para crescer – o de avenidas concêntricas, cujo melhor expoente é o Plano de Avenidas elaborado por Prestes Maia em 1930. Embora tratasse de vários aspectos urbanos, era focado na construção de avenidas monumentais, um conjuntos de radiais e perimetrais que tornou a cidade mais dispersa e o tráfego mais dependente do carro.

“O problema é que esse modelo entrou em colapso e passou a ser preciso encontrar um novo modelo, o que nunca foi feito”, afirma Caldana.

Tesouro enterrado

Entre os projetos arquivados há encomendas de praticamente todos os prefeitos – de Jânio Quadros a Gilberto Kassab, de Luiza Erundina a Fernando Haddad.

Jânio Quadros (1986 – 1988) encomendou o projeto desenvolvido por Oscar Niemeyer e Ruy Ohtake de reurbanização da margem do Rio Tietê, com a criação de uma área verde alagável ao redor do rio e a construção de um Centro Cívico para ser a sede da prefeitura – o arquivo da SPUrbanismo, no entanto, não guarda as plantas do projeto.

O arquivo também abriga o plano de criar um bairro novo na região da Água Branca, pedido pela prefeitura na gestão de Marta Suplicy (2001-2004) e desenhado por arquitetos como Guilherme Wisnik, da Faculdade de Arquitetura da USP. A ideia era ter novas estações na linha de trem existente, equipamentos e espaços públicos, unidades de habitação social e uma “praça de água” com fontes e tanques que aproveitariam o afloramento do lençol freático.

“Muitos desses planos já incluiam questões que hoje são altamente deficitárias na cidade, como edifícios de uso misto [residencial e comercial], habitação social e sistemas de transporte de alta capacidade”, explica Valter Caldana.

Para a professora Nadia Somekh, que foi presidente da Emurb e do Conpresp (órgão de patrimônio municipal), o problema é que obras de longo prazo muitas vezes acabam sendo descontinuadas pelos governos seguintes.

E a falta de continuidade não é apenas resultado da tradicional alternância de governos de partidos rivais, segundo Valter Caldana. “É só olhar para a Lei Cidade Limpa, que é um projeto do Kassab e foi enfraquecida pelo [João] Doria, do mesmo grupo político”, afirma.

Pensados para o longo prazo, muitos desses projetos já estariam prontos se sua implantação tivesse começado na época do seu planejamento.

Com base nas descrições e nas referências de imagens contidas nos documentos, a BBC Brasil fez uma perspectiva artística de como partes da cidade poderiam ser hoje se os projetos tivessem saído do papel.

1. Um parque de 2,7 km no lugar do Minhocão

No lugar do viaduto de concreto que rasga a cidade no meio, São Paulo poderia ter um longo parque arborizado, com galerias de arte e lojas nas laterais.

E nem seria preciso interromper o fluxo de 80 mil carros que passam por ali diariamente: o local seria mantido como uma espécie de túnel elevado, com o parque sendo construído em cima e as laterais fechadas para abafar o barulho.

O projeto de requalificação é do escritórios Frentes, que foi o vencedor do concurso promovido pela gestão de José Serra em 2006 para buscar ideias para o viaduto.

O plano – um dos muitos que foram considerados pela prefeitura ao longo dos anos para o lugar – era de que o parque tivesse playgrounds para crianças, pista de skate, ciclovia, espaço para apresentações e exposições ao ar livre e postos policiais. A entrada seria feita por edifícios de acesso, que poderiam abrigar também cinemas, teatros, restaurantes, bibliotecas e shoppings. Nunca saiu do papel.

O Plano Diretor aprovado em 2014, durante a gestão de Fernando Haddad (2010-2014), tornou obrigatório que o elevado seja demolido ou transformado em parque suspenso.

2. Hidrovias urbanas: barcos no lugar de carros e caminhões

Um dos projetos mais ambiciosos para a metrópole é de construção de um hidroanel que aproveitasse todo o potencial dos rios da cidade para transporte de cargas e passageiros, para uso turístico e de lazer.

Imaginar embarcações cheias de produtos e pessoas pelos rios Tietê e Pinheiros pode parecer surreal para quem vê o estado das águas na cidade, mas o projeto não tem nada de ficção ou fantasia: tem até um estudo de pré-viabilidade técnica, econômica e ambiental licitado pelo Governo do Estado de São Paulo em 2009.

Organizado pelo Grupo Metrópole Fluvial, sob coordenação do arquiteto e urbanista Alexandre Delijaicov, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o projeto tinha até um cronograma de implantação – começaria em 2012 e duraria cerca de 38 anos, até 2040.

“Parece muito tempo, mas você já parou para pensar que os projetos pensados nos anos 1970, se tivessem sido levados para a frente, hoje já estariam prontos?”, diz o professor Valter Caldana.

O hidroanel compreenderia uma rede de hidrovias navegáveis de 170 km. Seria composto pelos rios Tietê e Pinheiros e pelas represas Billings e Taiaçupeba, além de um canal artificial ligando as duas.

Haveriam portos ao longo das margens e o transporte feito pelos rios aliviaria muito o trânsito de carros na cidade, possibilitando a requalificação das várzeas, que em vez de avenidas marginais teriam áreas mais arborizadas e apenas vias locais. As margens do rios seriam o espaço público principal da metrópole, o que consolidaria “um território com qualidade ambiental urbana nas orlas fluviais, que comporte infraestrutura, equipamentos públicos e habitação social”, de acordo com o texto do próprio projeto.

“É um projeto que traria resposta para diversos problemas modernos – do transporte urbano à mudança da matriz energética (já que menos carros na rua significam menos consumo de petróleo)”, afirma Nadia Somekh.

3. Só pedestres na av. Paulista

Turistas e paulistas que caminham pela av. Paulista – a via mais simbólica de São Paulo – sabem que as calçadas de 10 metros de largura frequentemente não dão conta do fluxo de pedrestes, com algumas esquinas ficando intransitáveis.

A quantidade de frequentadores no domingo, quando a avenida é fechada para veículos, demonstra o potencial ainda maior que ela tem para receber pessoas.

Uma obra começada pela prefeitura nos anos 1970 visava justamente isso: a avenida seria fechada para carros, transformada em um grande calçadão, e um túnel construído embaixo da via daria passagem aos veículos motorizados.

Em 1967, o prefeito Faria Lima lançou um concurso para reurbanizar a avenida. O desenho vencedor, do arquiteto Nadir Cury Mezerani e do engenheiro Figueiredo Ferraz, previa “jardins suspensos” sobre os túneis, ao longo da Paulista.

“Os jardins suspensos receberiam um tratamento paisagístico adequado à recreação. Seriam sob forma de círculos, com um núcleo para crianças com escorregadores, labirintos, tanques de água e tanques de areia. Em volta deste núcleo haveria bancos e vegetação”, diz o texto do projeto arquivado.

O primeiro trecho da reforma, entre a rua da Consolação e a rua Haddock Lobo, foi inaugurado em 1971 e se mantém até hoje.

No mesmo ano, o engenheiro Figueiredo Ferraz se tornou prefeito e continuou a tocar as obras.

O túnel chegou a ser escavado até o Paraíso, mas o projeto não agradou a ditadura militar, que destituiu Ferraz em 1973 e enterrou a obra semi-pronta. Até hoje o túnel ainda existe por debaixo da avenida.

4. Um parque e um lago ao lado do Mercadão

Reformado durante a gestão de Marta Suplicy (2001-2004), o Mercadão de São Paulo se tornou um dos principais pontos turísticos da cidade.

Mas os diversos projetos para requalificar o entorno estão acumulando poeira no arquivo da SPUrbanismo.

Hoje os arredores do mercado têm terrenos vazios cheios de lixo, um nó de avenidas indo para as diversas direções, um parque vazio e perigoso, barulho ensurdecedor de trânsito e um terminal de ônibus gigantesco que ocupa maior parte da paisagem.

Em época de chuva, a região fica completamente alagada.

“É uma área inóspita para a circulação de pessoas, um rasgo na cidade”, diz Nadia Somekh. Segundo ela, a área é crucial por se encontrar no entroncamento entre a região central e a zona leste – onde mora a maior parte da população da capital.

Um dos últimos planos para a área, criado em 2011 pela Una Arquitetos a pedido da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, previa uma transformação profunda na paisagem.

Um trecho da avenida do Estado seria enterrado e transformado em um túnel, possibilitando a demolição de quatro viadutos que cruzam o parque e o aumento do espaço para circulação de pedestres.

O sistema viário seria reformulado, com a retirada do terminal de ônibus e a criação de uma estação integrada de metrô e ônibus.

“Retirar os terminais de ônibus do centro traria uma vantagem enorme”, afirma Valter Caldana. “Eles são uma opção, não um destino. É preciso redesenhar as linhas de ônibus para que elas passem pelo centro, mas não parem ali. Temos quatro terminais enormes no centro que geram uma dificuldade de ocupação do entorno. São áreas grandes que poderiam ser melhor aproveitadas.”

Uma lagoa de retenção com um sistema de filtragem natural reteria o excedente das águas da chuva, resolvendo o problema das enchentes. Os três edifícios históricos na parte norte do parque – o Mercado Municipal (1933), o Palácio das Indústrias (1920) e a Casa das Retortas (1898) – que hoje estão isolados um dos outros, seriam integrados entre si e com os novos edifícios do SESC (Serviço Social do Comércio) e do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), que teriam cursos profissionalizantes, atividades de lazer, esportes e cultura. O lado oeste do parque também seria integrado com a rua 25 de Março.

O prédio do Sesc, no lugar do antigo edifício São Vito, é o único ponto que deve virar realidade num futuro próximo. Embora não tenha data fechada, o terreno já está ocupado pela instituição, que promove diversas atividades no local.

Embratur torna-se membro do Conselho Mundial de Viagens e Turismo e reforça papel do Brasil de protagonista no turismo internacional

Embratur torna-se membro do Conselho Mundial de Viagens e Turismo e reforça papel do Brasil de protagonista no turismo internacional ( O anúncio simboliza um marco, consolidando o país como protagonista no cenário internacional de turismo. (Foto: Divulgação))

Durante a Feira Internacional de Turismo (FITUR) 2025, uma das mais prestigiadas e influentes exposições de turismo do mundo, a Embratur oficializou sua adesão inédita ao World Travel & Tourism Council (WTTC), o Conselho Mundial de Viagens e Turismo. O anúncio simboliza um marco, consolidando o país como protagonista no cenário internacional de turismo.

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Com mais de 200 membros, o WTTC é uma organização global que representa o setor privado, abrangendo líderes de companhias aéreas, redes hoteleiras, operadoras de turismo e outros segmentos. Ao tornar-se membro, a Embratur reforça o compromisso do Brasil com as melhores práticas do mercado global, alinhando-se às tendências de sustentabilidade, inovação e colaboração internacional.

Presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destaca a importância dessa filiação. “Este é um marco para o turismo brasileiro. Nossa entrada no Conselho nos conecta diretamente aos principais players globais, permitindo avançar em direção a um turismo mais competitivo alinhado às expectativas dos viajantes internacionais,” afirma Freixo.

“Estamos posicionando o Brasil cada vez mais como um ator-chave na discussão global sobre o futuro do turismo. Esta parceria reforça nosso compromisso em estabelecer o Brasil como um destino que vê o turismo como uma atividade econômica alinhada aos desafios do século 21, impulsionando o desenvolvimento por meio da sustentabilidade ambiental e da celebração da diversidade humana”, reforça.

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CEO do WTTC, Julia Simpson, pontua a relevância desta parceria para o Brasil e para o setor global de turismo. “É uma honra que a Embratur e o Brasil sejam membros do WTTC, uma organização que reúne os principais atores do mercado privado mundial, especialmente no setor de turismo e viagens. O turismo é um setor fundamental para a economia brasileira”, disse. No caso do Brasil, ela destacou a importância da Embratur, que tem sido fundamental para atrair visitantes ao país, um destino único, repleto de belezas naturais e diversidade. “É um país tão lindo e tão grande, com tantas coisas para descobrir. Estou realmente muito feliz por termos a Embratur como associada”, concluiu.

Benefícios

A participação da Embratur no Conselho Mundial de Viagens e Turismo traz uma série de benefícios e oportunidades para o país. Ao se conectar aos padrões globais de qualidade, o país aumenta sua atratividade de investimentos e fortalece a credibilidade internacional.

A associação ao WTTC também garante acesso a dados e informações para orientar a promoção e o desenvolvimento dos destinos brasileiros. Por meio das pesquisas, relatórios e insights do Conselho, a Embratur terá mais elementos para alinhar a promoção do Brasil às tendências mundiais e terá facilitada conexões com empresas globais, potencializando projetos de infraestrutura e campanhas internacionais.

“A colaboração Embratur e WTTC vai maximizar o impacto das ações de promoção do Brasil em mercados de alta potencialidade, contribuindo para o fortalecimento da imagem do país como destino turístico competitivo com ênfase em experiências autênticas e sustentáveis”, reforça o diretor de Marketing, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Bruno Reis.

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Atribuições

A Embratur, como membro do WTTC, terá o papel estratégico de amplificar a presença do Brasil no mercado global de turismo, atrair parcerias, alinhar-se às tendências globais e promover o país como um destino sustentável e competitivo. Mais do que promover o Brasil, isso contribuirá ativamente em temas que moldam o futuro do turismo internacional.

As ações conjuntas entre a Embratur e o Conselho Mundial de Viagens e Turismo estão em fase de construção. Entre as principais frentes, destacam-se a realização de pesquisas sobre o retorno de investimentos em atividades promocionais internacionais e seu impacto na economia brasileira, além da participação em eventos de networking com líderes da indústria para ampliar parcerias e promover o Brasil nos mercados globais.

A Embratur também apresentará suas estratégias de promoção internacional aos membros do WTTC, participará de mesas-redondas sobre temas relevantes do setor e organizará um webinar sobre sustentabilidade hoteleira.

Programação

Nesta quinta-feira (23), a Embratur intensificou sua participação na FITUR. Além da adesão ao WTTC, o presidente Marcelo Freixo reuniu-se com Sandra Carvao, diretora de Inteligência de Mercado, Políticas e Competitividade da ONU Turismo (UNWTO), onde foi discutido sobre o estímulo à promoção de experiências turísticas no Brasil que priorizam a base comunitária e a sustentabilidade. Entre os tópicos foram abordados as comunidades quilombolas da Bahia, as ribeirinhas do Pará que serão impactadas pelo projeto Peabiru, focado na promoção do turismo em áreas como o quilombo Kaonge.

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Outra agenda fundamental foi o lançamento do programa Brasil Travel Specialist, um programa para tornar agentes de viagens e operadores em especialistas do Brasil. A partir de agora a Embratur tem uma plataforma exclusiva para comunicação com agentes de viagens, em inglês e espanhol. O objetivo é oferecer todo o suporte ao agente de viagem na jornada de venda.

Durante o lançamento no estande, os participantes tiveram a oportunidade de degustar caipirinhas, enquanto o presidente da Embratur apresentou um vídeo explicativo sobre o uso da nova ferramenta destinada aos operadores turísticos estrangeiros, que poderão se inscrever para se tornarem especialistas no Brasil.

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Veja 6 dicas para evitar golpes em vendas pela internet

O comércio eletrônico brasileiro deve movimentar mais de R$ 234,9 milhões em 2025, de acordo com a Associação Brasileira De Comércio Eletrônico (ABComm), o que representa alta de 15% em relação ao ano passado. Segundo os dados, o crescimento das vendas no ambiente digital atrai a atenção também dos cibercriminosos, que aperfeiçoam suas práticas contra lojistas e consumidores, a fim de roubar e sequestrar dados, derrubar lojas virtuais ou fraudar promoções em e-mails, mensagens e sites falsos.

Além do impacto negativo ao consumidor, uma loja virtual atacada ou clonada pode sofrer com prejuízos financeiros atrelados a reputação da marca. Diante da possibilidade de golpes, o especialista Eduardo Gonçales, diretor de segurança da informação da TIVIT, multinacional brasileira que conecta tecnologia para um mundo melhor, lista alguns cuidados para lojistas venderem sem dor de cabeça.

Garanta disponibilidade: A estabilidade do site é fundamental para que a operação funcione plenamente até em períodos de aumento de tráfego, evitando assim que a loja deixe de vender por causa de problemas técnicos. Além do investimento em infraestrutura tecnológica e nas soluções de segurança, é essencial a proteção contra os chamados ataques de negação de serviço (DDoS), que objetivam direcionar volume de acessos simultâneos muito acima do normal para determinado endereço até que ele seja congestionado e fique indisponível.

Explore a web: Inclua em seus processos rotinas de threat intelligence, ou monitoramento de marca, a fim de pesquisar menções sobre a empresa e seus executivos em fóruns nas diferentes camadas da internet, incluindo a dark web e deep web, onde todos os tipos de ataques são encomendados e arquitetados. Com esse tipo de varredura, é possível detectar planos para redirecionamento de tráfego do seu site para páginas falsas da internet ou das redes sociais, evitando dessa forma venda indevida ou fraudulenta de produtos com a sua marca.

Conscientize os colaboradores para proteger seus dados: Pesquisas de mercado apontam que as principais portas de entrada para malwares utilizados nos ataques de phishing e de ransomware, que encriptam os dados em troca de um valor de resgate, são os próprios colaboradores. Na maioria das vezes, por falta de conhecimento, há descuido ao lidar com e-mails suspeitos, conexão de dispositivos USB, acessos a sites comprometidos ou uso de softwares com vulnerabilidades.

Com o trabalho remoto, também aumentou o uso de dispositivos pessoais conectados à rede corporativa. Além da tecnologia e dos processos, a conscientização das pessoas é um dos pilares essenciais para garantir a segurança dos dados e não sofrer com a paralisação da operação.

Realize backup e valide sua integridade: Com o objetivo de minimizar os riscos de interrupção dos serviços e garantir que os dados sejam recuperados de forma rápida e fácil, é muito importante ter um sistema de backup consistente, testado periodicamente para validação do seu conteúdo e da sua integridade, já que muitos ataques iniciam comprometendo o backup e depois impactam o ambiente de produção.

Além disso, é imprescindível ter uma documentação com o catálogo de todos os servidores e garantir a ordem de recuperação dos dados em um eventual desastre, reduzindo o tempo de recuperação dos dados.

Valide seus repositórios de códigos: Uma campanha massiva de infecção em lojas de e-commerce está em andamento com o nome de Hubberstore, o ataque ocorre a partir de um código JavaScript malicioso, utilizado para extração de dados pessoais e de cartões de crédito.

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