2025 e, Ainda estou aqui!

2025 e, Ainda estou aqui! ((Foto: Gerd Altmann/ Pixabay))

É inegável, que o assunto principal no Brasil, além das férias, do verão e da preparação para o carnaval que se aproxima, é o estrondoso e merecido sucesso do filme “Ainda Estou Aqui, dirigido pelo brilhante Walter Salles e estrelado por um elenco jovem e fabuloso, encabeçado pelo talentoso Selton Mello e a premiadíssima Fernanda Torres.

O filme conta a trajetória e recria a experiência vivida pela advogada Eunice Paiva e seus filhos, em um Brasil de 1971, em plena ditadura militar, quando o patriarca da família, Rubens Paiva, foi “convidado” a desaparecer!

Não ousarei falar muito sobre o filme, mas é impossível tocar neste assunto e não louvar as “Eunices”! Uma, a Eunice Paiva real, mãe, resiliente, que estudou Direito e se posicionou historicamente como uma ativista dos Direitos Humanos no Brasil, após o desaparecimento de Rubens Paiva seu Marido.

A outra, a Eunice Paiva da ficção, que voltou à vida na pele e na voz de Fernanda Torres e sua mãe Fernanda Montenegro, que de forma sensível, clara e muito presente, deram vida à transformação vivenciada por uma mulher forte, lidando com o agressivo desaparecimento de seu marido, em um momento brasileiro difícil, se transformando em uma defensora voraz pelos Direitos Humanos.

Fernanda Torres, com uma atuação vitoriosa, reconhecidamente premiada, nos apresentou a dor resiliente de Eunice Paiva, que como pôde, manteve a rotina familiar junto a seus filhos, ao mesmo tempo em que buscava corajosamente pela verdade.

Sobre a Direção de Walter Sales, não tenho muito o que falar, basta ver o filme para sentirmos leveza, verdade, realidade, sensibilidade e competência.

Mas o gancho que me interessa pegar, é a frase, que intitula o filme, “Ainda Estou Aqui”!

Refletindo sobre “Ainda Estou Aqui”

Intimamente penso, que ainda vivemos em uma luta incansável por justiça e pela memória, em um cenário muitas vezes sombrio de tortura, agora mais psicológica e virtual, que nos apresenta até hoje, um odor da violência, das feridas deixadas pela ditadura militar e em muitos casos, até de impunidade.

Estamos em 2025 e literalmente, “Ainda Estou Aqui!”, neste Brasil que não se cansa de escancarar as mazelas sociais, que só crescem e estão profundamente interligadas, criando um ciclo vicioso de desigualdade e exclusão, e olha que já estamos no Século 21.

Sinceramente, queria envelhecer em um ambiente social e culturalmente mais saudáveis e mais abastecido de obras contemporâneas mais qualificadas como o que temos visto na produção literária e cinematográfica brasileira, acontecendo também nos segmentos de música, das artes cênicas, das artes plásticas, da manutenção das tradições folclóricas e muito mais.

Tenho plena convicção, que o povo brasileiro, merece ser servido com ações culturais competentes, convincentes e educativas. Seria uma forma mais justa de contraponto, com a realidade que nos é mostrada todos os dias em vários cenários.

Ainda nos sentimos inseguros

Se falarmos de segurança pública, o que assistimos nos telejornais é só violência, com altíssimas taxas de homicídios, roubo e agora até violência da sociedade vítima, contra a marginalia, explicitando seu descontentamento com tantos absurdos e falta de sossego social.

A insegurança que paira em qualquer “voltinha para relaxar”, principalmente nos grandes centros, nos confirma a total falta de confiança nas instituições e no sistema de justiça.

Em um cenário mais comunitário, o que vemos é o aumento nítido da pobreza e da desigualdade social e não é para menos. Em um país onde é clara a concentração de riqueza com dados que confirmam que 1% da população detém 40% da riqueza nacional e mais de 20 milhões de brasileiros vivem com menos de R$420,00 ao mês, o que podemos esperar.

Em outro espectro, insistem que não, mas está cada dia mais nítido, que estamos vivendo em muitos aspectos, o sentimento e a presença da censura e temos cada vez menos, a segurança da liberdade de expressão.

Vivemos um momento cheio de restrições, com ameaças e violência camuflada contra a sociedade, contra profissionais da comunicação, controle de informações, que nos dias de hoje podemos chamar de “censura online e offline”, as restrições à liberdade criativa e uma lamentável alienação da educação de modo geral.

É claro, que temos as ilhas de conforto e sensatez, principalmente no âmbito municipal, onde os recursos são obrigatoriamente aplicados na educação, mas em outras esferas, é clara e proposital a falta de recursos para a educação pública. O acesso à educação de qualidade, infelizmente é desigual e se pensar, cito ainda um tanto de mazelas que não deveriam estar presente neste ambiente.

Ainda estamos aqui, e o que podemos fazer?

É meus caros leitores, é por isso que digo, “ainda estou aqui”, resistindo, seguindo meu trabalho, tentando trazer a minha colaboração social da melhor forma e convivendo, lamentavelmente, com as consequências que são inevitáveis diante da polarização social com claras divisões e muita intolerância.

Esta estagnação econômica, é o portal escancarado para a desigualdade e a pobreza, que lógico, limitam o crescimento.

No fim das contas, como “ainda estou aqui” e não vale, ou não adianta só reclamar, temos que pensar também em caminhos e soluções para tudo isso, afinal ainda estamos aqui e estamos vivos e produtivos.

Dentro do possível é importante e necessário cobrarmos pela implementação de políticas públicas inclusivas, que criem ambiente para investimentos em educação, saúde e muito, em segurança.

Fica evidente a importância e a pressa em se pensar na reforma tributária progressiva, se quisermos de fato, reduzir a desigualdade econômica. Como cidadãos, temos a obrigação de atuar no fomento à participação cidadã, cada vez mais, se quisermos fortalecer a democracia participativa tão necessária.

Devemos proteger a liberdade de expressão, criando um cenário de proteção à produção cultural e às artes em geral e por fim, lutarmos pela justiça social e pela igualdade em todos os âmbitos, combatendo qualquer tipo de discriminação.

2025, ano da COP 30

Como estamos em 2025, ano da COP 30 em nosso país, é nosso dever, atentarmos para o cenário atual da sustentabilidade no Brasil, que nos apresenta desafios e oportunidades. Apesar de progressos em vários aspectos, ainda há muito a ser feito e esta obrigação é nossa, da população brasileira.

Ainda lidamos com desafios enormes como o desmatamento e perda de biodiversidade. Tenho andado muito pelo norte do Brasil e é fácil a percepção sobre os efeitos na Amazônia e outros biomas brasileiros que enfrentam alta taxa de desmatamento.

As mudanças climáticas, ano após ano nos mostram seus efeitos terríveis. O Brasil é o 6º maior emissor de gases de efeito estufa. Precisamos mudar nosso comportamento e aprendermos as práticas mais adequadas para os nossos recursos hídricos. A seca e a escassez de água, afetam muitos lugares em muitas regiões do país.

A saúde comprometida com o aumento da poluição, com resultados negativos como a contaminação do ar, do solo e da água por atividades industriais e agrícolas. Nos falta infraestrutura para o gerenciamento adequado do lixo e insistimos em manejar inadequadamente os resíduos sólidos que produzimos em larga escala.

É hora de pensarmos em aproveitar as oportunidades e encararmos o desafio da renovação energética, aproveitando o sol, o vento e a água para nos oferecer a energia que carecemos.

Ampliar o conhecimento sobre práticas agrícolas orgânicas e de baixo impacto ambiental, que atribuem um caráter sustentável ao ambiente agrícola. Incentivarmos ações de proteção das áreas naturais, incentivar o ecoturismo e a sensibilização para a preservação.

Urge pensarmos em inovações tecnológicas, que permitam o desenvolvimento de soluções sustentáveis, como a economia circular, que reduz, reutiliza e recicla o lixo.

Envolvimento de todos para um futuro melhor

Já que ainda estou aqui, sonhar não custa nada! Vamos conhecer as iniciativas do setor público, da iniciativa privada e incentivar a sociedade como um todo a encarar o desafio da promoção e sensibilização sobre a importância da sustentabilidade para nossa qualidade de vida no futuro.

A participação cidadã não é uma opção e sim uma obrigação de atuarmos no engajamento das comunidades em que convivemos, para que participem sempre das decisões das ações que envolvam o meio ambiente e que fiquem atentos ao consumo responsável, escolhendo produtos sustentáveis e saudáveis.

E cá pra nós, não custa nada praticarmos a redução do desperdício, em todos os âmbitos.

Temos a sorte de estamos na era da tecnologia e da Inovação. Estamos na era dos investimentos e das pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias limpas e buscando a eficiência energética.

Podemos e devemos ajudar no alcance dos resultados de nosso progresso. Sempre atual, pensarmos na redução das emissões dos gases de efeito estufa, na preservação das áreas de florestas, na redução de resíduos e muito mais. Se ainda estou aqui, preciso trazer a minha contribuição cidadã para uma vida melhor.

Queremos e precisamos de um cenário mais adequado de sustentabilidade e para tanto, precisamos aguçar nosso compromisso político e social, contribuir dentro do possível, com os investimentos em tecnologia e inovação e propagarmos as ações de educação, sensibilização e conscientização do maior número de pessoas.

Você, que nos lê e que também, ainda está aqui, está disposto a participar e contribuir com um futuro mais saudável, mais seguro e próspero?

Eu sinceramente espero que sim. Juntos chegaremos lá!

Até a próxima.

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Veja as profissões que terão declínio e crescimento até 2030 em função da IA

O avanço da tecnologia está mudando o mercado de trabalho. Segundo o estudo “Futuro do Trabalho”, divulgado na quarta-feira (8/01), ao menos 170 milhões de novos postos serão criados entre 2025 e 2030, enquanto 92 milhões de empregos atuais serão substituídos.

Nesse sentido, empregos que exigem habilidades relacionadas à tecnologia terão crescimento acelerado, com destaque aos especialistas em inteligência artificial. Por outro lado, funções administrativas, secretariais e operacionais têm forte tendência pela substituição de tecnologias digitais.

“O avanço do acesso digital foi acompanhado pelo desenvolvimento de infraestrutura tecnológica, como servidores e usinas de energia, para atender à crescente demanda. Esse cenário também gerou um aumento expressivo na demanda por habilidades relacionadas à IA, refletindo o seu potencial de aprimorar o desempenho, ganhos de produtividade e a eficiência dos trabalhadores em suas atividades”, diz o estudo.

A pesquisa também frisa que, sem estruturas adequadas de tomada de decisão, incentivos econômicos estratégicos e regulamentações governamentais, essas tecnologias podem ser utilizadas para substituir o trabalho humano, em vez de aprimorar as capacidades dos trabalhadores, o que poderia resultar em maior desemprego e desigualdade.

Ainda segundo o estudo, cerca de 39% das habilidades existentes deverão ser transformadas ou tornarem-se obsoletas entre 2025 e 2030. O treinamento, requalificação e aprimoramento de habilidades estão no centro das estratégias das empresas para lidar com essas mudanças.

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A demanda por habilidades tecnológicas, como Inteligência Artificial e Big Data, está crescendo rapidamente. No Brasil, 53% dos empregadoresindicam que estas serão áreas prioritárias de requalificação nos próximos cinco anos.

O estudo foi publicado pelo Fórum Econômico Mundial, em parceria com o Núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral.

4 praias deslumbrantes para conhecer em Bombinhas

Bombinhas fica na ponta de uma península na Costa Verde e Mar, um dos trechos mais privilegiados do litoral de Santa Catarina. A cidade reúne vida noturna, ótima gastronomia e muitas belezas naturais. Há praias em praticamente todas as direções, com água cristalina, areia fofinha, mar calmo e perfeito para uma viagem com crianças e mata atlântica preservada.

Este também é um dos principais destinos do Brasil para o mergulho. A Ilha do Arvoredo é o lugar ideal para a prática, já que é uma reserva marinha. A visibilidade da água impressiona, e é possível avistar os mais variados tipos de peixes, crustáceos e outros animais marinhos. Outro bom passeio é subir o Morro do Macaco para conferir o mirante em 360º e contemplar a belíssima vista de Bombinhas.

Abaixo, veja 4 praias deslumbrantes para conhecer em Bombinhas!

1. Praia de Bombinhas

Com um mar azul-esverdeado, esta é a principal praia do destino, com uma ampla infraestrutura turística, e bem movimentada, localizada junto ao centro da cidade.

2. Praia da Lagoinha

Também perto do centro, é formada por uma pequena faixa de areia banhada por águas calmas. Ali, grandes pedras funcionam como barreiras, criando piscinas naturais.

A Praia da Sepultura é famosa por sua calmaria (Imagem: Jonathan Nau | Shutterstock)

3. Praia da Sepultura

A Praia da Sepultura é famosa pela calmaria de suas águas, em que dá até para ver peixinhos perto da orla. A faixa de areia é pequena e cercada por vegetação.

4. Quatro Ilhas

Com uma orla bem extensa, esta praia agrada a diferentes públicos, com trechos bons para surfistas e outros com um mar mais calmo, perfeito para um mergulho.

Por Cláudia Costa, Eliria Buso e Patrícia Chemin – revista Qual Viagem

As riquezas no subsolo da Groenlândia que explicam interesse de Trump e China pela ilha

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ventilou, nas últimas semanas, intenções expansionistas contra múltiplos alvos.

O republicano disse que o Canadá deveria se tornar o 51º Estado dos EUA, chamou o Canal do Panamá de “Canal dos Estados Unidos”, e sugeriu rebatizar o Golfo do México de “Golfo da América”. Mas nenhum território parece ter recebido tanta cobiça quanto a Groenlândia.

Em coletiva de imprensa em Mar-a-Lago na terça-feira (7/1), Trump chegou a dizer que não poderia descartar o uso de força militar para obter controle da Groenlândia ou do Canal do Panamá.

“Precisamos de ambos por razões econômicas”, disse Trump.

Mas, no caso da Groenlândia, Trump foi além: “Precisamos da Groenlândia para fins de segurança nacional”.

A ilha – a maior do mundo – é um território autônomo da Dinamarca, que colonizou a região.

O republicano argumenta que o país europeu deveria abrir mão da ingerência sobre o território para, nas palavras dele, “proteger o mundo livre” e ameaçou impor tarifas à Dinamarca, um aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), se o país não cedesse.

“É um negócio que tem que acontecer”, sugerindo estar disposto a uma espécie de compra de território.

Donald Trump Jr. chegou há poucos dias a Nuuk, na Groenlândia

Nas redes sociais, enquanto compartilhava fotos de seu filho, Donald Trump Jr., visitando a capital da Groenlândia, Nuuk, Trump adaptava o próprio slogan político para aplicar à ilha: “Faça a Groenlândia grande de novo”.

Em que pese a reação negativa dinamarquesa, reafirmando que o território não está à venda, o primeiro-ministro da Groenlândia Múte Egede afirmou que é hora de a Groenlândia romper com “as algemas da era colonial”, em uma referência à Dinamarca. Mas também afirmou que a população de menos de 60 mil pessoas da ilha “luta por independência”.

Os planos de Trump em relação a Groenlândia não são exatamente novos. “Seria um grande negócio imobiliário”, ele disse em 2019, durante seu primeiro mandato, quando declarou pela primeira vez seu interesse na ilha.

Na ocasião, porém, disse que a aquisição da área não era sua prioridade.

À época, o então conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, em uma entrevista no “Fox News Sunday”, foi mais claro sobre o que a administração Trump via na ilha.

É “um lugar estratégico” com “muitos minerais valiosos”, disse Kudlow.

Expoentes da gestão chegaram a sondar os dinamarqueses para tentar fechar negócio, o que não aconteceu.

Terras Raras

Se a ideia já existia antes, a quantidade de menções feitas por Trump ao assunto agora, em um momento em que está formando seu governo para tomar posse em 20 de janeiro, sugere que a Groenlândia subiu posições em importância nos planos futuros do republicano.

Especialistas apostam que isso tem a ver com o recente mapeamento das riquezas minerais da Groenlândia e com a mudança da dinâmica econômica em relação a elas.

Historicamente, o território recebeu atenção de autoridades americanas pela sua posição estratégica. Primeiro, como forma de conter o avanço global dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Depois, durante a Guerra Fria, para controle de rotas de navegação entre a Europa e a América do Norte e pela proximidade com o Ártico.

Os militares dos EUA já operam há décadas a Base espacial de Pituffik, antigamente conhecida como Base Aérea de Thule, entre os oceanos Atlântico e Ártico. A base é usada como um posto avançado de observação de mísseis balísticos.

Mas um relatório publicado em meados de 2023 pelo Geological Survey of Denmark and Greenland estimou que o território de 400 mil km2 da ilha atualmente não cobertos por gelo possui depósitos moderados ou altos de 38 minerais da lista de materiais críticos elaborada pela Comissão Europeia.

Além de aparentes altas concentrações de cobre, grafite, nióbio, titânio e ródio, estariam ali também grandes depósitos das chamadas terras raras, como o neodymium e o praseodymium, cujas características magnéticas peculiares os tornam fundamentais na fabricação de motores de veículos elétricos e de turbinas eólicas.

“A Groenlândia poderia conter até 25% de todos os recursos de elementos de terras raras do mundo”, afirmou à BBC News Brasil o geólogo Adam Simon, professor da Universidade de Michigan.

Isso equivaleria a cerca de 1,5 milhão de toneladas dos materiais.

Minerais na Groenlândia despertam interesse de grandes potências

Disputa com a China

As terras raras se tornaram um artigo de alta demanda em um contexto de transição energética em busca de formas limpas e renováveis de energia – para conter as mudanças climáticas – e têm lançado diferentes potências globais em disputas por grandes minas destes elementos ao redor do mundo.

“Em 2024, utilizamos globalmente cerca de 4.500% mais elementos de terras raras do que usávamos em 1960”, afirma Simon, que continua: “mesmo que as extrações na Groenlândia se tornem viáveis em um curto período de tempo, ainda precisaremos de mais reservas de terra rara para dar conta da atual demanda do mercado”.

Atualmente, a China domina o mercado de mineração e beneficiamento de terras raras. Os chineses são responsáveis por cerca de ? das reservas conhecidas, 60% da extração e 85% do processamento desses produtos. Mas a dominância dos chineses sobre este mercado já chegou ao patamar de 95% em 2010, o que deu a Pequim um significativo poder político e econômico sobre cadeias de produção centrais para a Europa e os Estados Unidos.

Atualmente, as duas mineradoras que prospectam terras raras na Groenlândia são australianas, mas uma delas tem como investidor a China’s Shenghe Resources, uma mineradora estatal chinesa.

A China tem há anos tentado aprofundar sua presença na Groenlândia. Xi Jinping definiu que a China deve ser um país “próximo ao Ártico”, ainda que o país esteja a quase 1,5 mil quilômetros da região e, além de projetos culturais e tecnológicos, têm tentado fincar raízes na ilha por meio de obras de infraestrutura batizadas de Rota da Seda Polar, um braço do massivo projeto de investimentos ao redor do mundo de Xi chamado de Cinturão e Rota.

No âmbito deste programa, construtoras chinesas tentaram erguer ao menos dois aeroportos na Groenlândia, mas acabaram preteridas por empresas dinamarquesas, em uma disputa na qual Washington teria feito pressão pró-Dinamarca.

Todos esses movimentos chineses na área alarmaram os Estados Unidos, que têm na China seu principal antagonista global. Em seu primeiro mandato, a administração Trump incluiu as terras raras entre os materiais críticos para a segurança nacional americana e firmou acordos de cooperação para desenvolvimento tecnológico e científico entre a Groenlândia e os Estados Unidos.

O aumento da presença de cientistas, pesquisadores, políticos e oficiais militares nos últimos anos na região não parece estar sendo suficiente para garantir qualquer exclusividade americana aos recursos naturais da ilha, nem a atual administração Biden parece ter perseguido tal intento.

Há 12 dias de deixar o posto, o atual secretário de Estado Antony Blinken disse que os planos de Trump sobre a Groenlândia “não vão se concretizar” e que seria desperdício de tempo discutir o assunto.

Musk e o destino manifesto

Se o interesse sobre terras raras e a Groenlândia já estavam claros no primeiro mandato, o fato de que os rumos da segunda gestão Trump estejam sendo profundamente influenciados pelo bilionário Elon Musk, CEO da Tesla, uma das maiores fábricas de carros elétricos do mundo, não deve ser ignorado.

“Certamente, a Tesla tem interesse na disponibilidade mundial de elementos de terras raras, além de lítio, cobre, níquel e grafite. Então é razoável pensar em um conflito de interesses se o CEO de uma empresa que depende da disponibilidade de minerais críticos estiver em uma posição política de autoridade para tomar decisões que podem impactar a disponibilidade global desses minerais”, afirma Simon.

A mesma prudência, no entanto, também recomenda cautela nos limites dos benefícios imediatos a Musk, e ao próprio Trump, na investida sobre a Groenlândia.

“No atual estágio de exploração das minas, é altamente improvável que tenhamos mineradoras capazes de uma produção comercial consistente na Groenlândia em menos de 10 anos”, afirma Simon.

“Enquanto governos atuam com horizontes de 4 anos, essas grandes mineradoras planejam seus negócios com vistas a 40 anos”, completa o geólogo.

Ainda que seja possível acelerar muito a mineração em áreas da ilha, um segundo desafio seria escoar a produção com grandes navios em uma região relativamente remota e crivada de icebergs e outros desafios náuticos. Assim, é improvável que Trump possa se orgulhar de extrair terras raras em escala da Groenlândia mesmo que ele supere os enormes desafios geopolíticos da tarefa.

A chave para entender a motivação de Trump no assunto pode estar em outro elemento histórico da política internacional americana: a doutrina do Destino Manifesto. É o que argumentava ainda em 2019 o editor da revista de direita “The American Conservative” James P. Pinkerton.

A noção do Destino Manifesto, articulada no século 19, enunciava que dado seu “excepcionalismo”, os EUA tinham o dever e o direito de avançar sobre territórios estrangeiros para garantir o desenvolvimento e a expansão do experimento de liberdade e auto-governo que o país preconizava. Isso incluía garantir recursos para sustentar a economia e garantir a segurança do país.

Foi o Destino Manifesto a ideologia por trás da expansão dos americanos das 13 colônias em direção ao Oeste, que, entre outras coisas, retirou de suas terras boa parte das populações nativo-americanas, o que levou ao genocídio de muitas delas.

A ordem mundial estabelecida após as Grandes Guerras, com a criação de órgãos multilaterais para mediar disputas entre nações (alvos frequentes das críticas de Trump) e com a fixação de fronteiras claras entre os países, parecia ter colocado um fim à expansão territorial propalada pelo Destino Manifesto.

Um dos maiores exemplares desse movimento foi Andrew Jackson, o sétimo presidente americano, que governou entre 1829 a 1937. Não é mera coincidência que Trump declare ter por Jackson grande admiração.

Em seu primeiro mandato, uma das primeiras modificações do republicano no Salão Oval, o tradicional escritório dos presidentes americanos, foi pendurar um quadro de Jackson na sala.

Agora, em seu segundo mandato, Trump parece ter reservado a Jackson muito mais do que um lugar na parede.

IPVA 2025: Primeira parcela vence em fevereiro

O pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2025 no Distrito Federal começa a vencer no dia 24 de fevereiro, conforme o final da placa do veículo. Os contribuintes podem optar pelo pagamento à vista, com desconto de 10%, ou parcelar o valor em até seis vezes. A previsão de arrecadação para este ano é de R$ 1,97 bilhão, montante destinado a investimentos em saúde, educação, segurança, transporte e infraestrutura.

Para garantir o desconto de 10% no pagamento em cota única, os veículos devem estar livres de débitos anteriores. Caso contrário, os valores em atraso precisam ser quitados até o vencimento da primeira parcela do imposto. Débitos podem ser regularizados por meio do site da Receita do DF ou pelo aplicativo da Secretaria de Economia.

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Contribuintes inadimplentes correm o risco de ter os veículos apreendidos em fiscalizações realizadas pelo Detran-DF e pela Polícia Militar. Além disso, podem ser inscritos na dívida ativa e enfrentar processos judiciais para cobrança do valor devido.

Prazo para indicação de créditos no Nota Legal

Os contribuintes que desejam utilizar créditos acumulados no programa Nota Legal para reduzir o valor do IPVA devem realizar a indicação entre 2 e 20 de janeiro. Essa antecipação no calendário permite o envio dos boletos com os descontos aplicados em tempo hábil.

O secretário-executivo substituto de Fazenda da Secretaria de Economia, Daniel Carpovicz Botelho, reforçou a relevância do IPVA para a composição de políticas públicas no DF. “É importante observar o calendário com antecedência e se organizar para regularizar a situação, contribuindo com um imposto tão significativo para a sociedade”, destacou.

Os valores arrecadados são aplicados em melhorias como manutenção de ruas e rodovias, além de serviços essenciais à população. Em 2025, cerca de 1,18 milhão de veículos tributáveis no DF devem contribuir para a arrecadação.

Secretariado do Rio de cara nova; conheça os 34 nomes do quarto mandato de Eduardo Paes

Entre nomes já conhecidos, 24 secretários e 10 secretárias integram a gestão do quarto mandato do prefeito Eduardo Paes (PSD), empossado junto com o novo secretariado na quarta-feira (1º), no Palácio da Cidade, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Entre as novidades do novo mandato de Paes na Prefeitura do Rio, está a criação de quatro pastas. São elas: Direitos Humanos e Igualdade Racial; Proteção e Defesa do Consumidor; Desenvolvimento Urbano e Projetos Estratégicos.

No secretariado, Eduardo Paes mantém algumas figuras em seus cargos, como o secretário de Saúde, Daniel Soranz, o secretário de Educação, Renan Ferreirinha, e o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale. No troca a troca, o secretário que trata cuidará da pasta dos idosos, Patrick Corrêa, não ficou uma semana no cargo. Na terça-feira (7) foi substituído pelo vereador Felipe Michel (PSD)

A nova gestão também mexe na estrutura da Câmara Municipal do Rio, já que seis dos novos secretários são vereadores eleitos, o que significa que seis suplentes herdaram as suas cadeiras no Palácio Pedro Ernesto.

Veja as nomeações, remanejamentos e permanências no secretariado municipal do Rio:

Leandro Matieli – Casa Civil

O major da Polícia Militar, Leandro Matieli, assume a Secretaria Municipal da Casa Civil. Desde 2021, ele é coordenador especial do Gabinete do Prefeito e diretor geral de Planejamento da Casa Militar. Essa, porém, não é sua primeira passagem pela equipe de Eduardo Paes: entre 2014 e 2016, durante o segundo mandato do prefeito, Matieli foi Secretário Municipal de Ordem Pública.

Edson Menezes – Coordenação Governamental

Edson Menezes, mais conhecido como Edinho Flat, ex-subprefeito da Zona Oeste agora dá um upgrade e substitui Jorge Arraes — nomeado para presidir a Comlurb — na Secretaria Municipal de Coordenação Governamental. Na nova gestão, a pasta muda de perfil e Edson ficará responsável pela articulação com lideranças comunitárias e administradores regionais.

Otoni de Paula Filho- Cidadania e Família

Após uma ajuda do deputado federal Otoni de Paula (MDB) — ligado à Assembleia de Deus de Madureira — durante o período eleitoral para se aproximar e angariar votos do eleitorado evangélico, Eduardo Paes considerou o seu filho, Otoni de Paula Filho, para a nova Secretaria de Cidadania e Família.

Por mais que Otoni pai tenha sido o vice-líder de Jair Bolsonaro (PL), esta não é a primeira vez que é contemplado por Paes na prefeitura. Em agosto do ano passado, seis pessoas ligadas a ele chegaram a ser nomeadas na Fundação Jardim Zoológico do Rio de Janeiro (RioZoo). Entre elas, o pastor Jorge Coelho, líder da Assembleia de Deus em Cachoeiras de Macacu.

João Mendes de Jesus – Inclusão

Assim como a indicação de Otoni Filho, Paes garante que o bispo João Mendes de Jesus (Republicanos), que é da oposição, permaneça na Secretaria Especial de Inclusão, como uma estratégia de conquistar esse segmento religioso. O bispo e ex-vereador é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. No governo do ex-prefeito Marcelo Crivella, chefiou o Procon Carioca.

Andrea Senko – Fazenda

Andrea Riechert Senko, mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), integra o quadro de secretários de Paes que foram mantidos no cargo. Desde 2022, ela é secretária municipal de Fazenda e Planejamento da Prefeitura do Rio.

Wanderson Santos – Infraestrutura

Wanderson Santos, que assume a Secretaria de Infraestrutura do Município do Rio, no lugar de Jessick Trairi, que deixa o cargo para ocupar outra posição estratégica na administração municipal, não é novato nos bastidores do município. Engenheiro civil formado pela UERJ, é servidor há mais de 20 anos e preside a Fundação Rio-Águas, desde 2021.

Diego Vaz – Conservação e Serviços Públicos

Da sigla de Paes, o vereador eleito no Rio e ex-subprefeito da Zona Norte, Diego Vaz ocupa agora a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos. Na Câmara Municipal do Rio, Flávio Pato, segundo suplente do PSD, assume o lugar dele.

No terceiro mandato de Paes, a pasta foi liderada por Ana Laura Secco, que deixou a secretaria em janeiro de 2023, sendo substituída pelo engenheiro Marco Aurélio Regalo de Oliveira, que comandou até então.

Renan Ferreirinha – Secretaria Municipal de Educação

O deputado federal Renan Ferreirinha (PSD) é um dos que foram mantidos no cargo. Desde 2021, ele é secretário municipal de Educação do Rio.

Maína Celidonio – Transportes

Maína Celidonio soma outra permanência no secretariado. Ela é especialista em mobilidade urbana e doutora em Economia pela PUC-Rio, onde se formou e, desde 2021, é secretária municipal de Transportes.

Brenno Carnevale – Ordem Pública

Delegado mais jovem do Brasil, Brenno Carnevale é mantido na Secretaria de Ordem Pública do Rio (Seop), na qual é secretário desde o terceiro mandato de Paes, em 2021.

Daniel Soranz – Saúde

Outro nome que retorna à Secretaria Municipal de Saúde do Rio é Daniel Soranz (PSD). Ele foi secretário municipal de Saúde do Rio de 2014 a 2016, durante o segundo mandato do prefeito Eduardo Paes, e novamente de 2021 a 2023, até ser eleito deputado federal.

Lucas Padilha – Cultura

Lucas Padilha, que já foi secretário de Meio Ambiente, Chefe de Gabinete da Casa Civil e Coordenador de Relações Internacionais na Prefeitura do Rio durante o último mandato de Paes, agora a substitui Marcelo Calero na Secretaria Municipal de Cultura, que deixará a pasta para concorrer a uma vaga de deputado federal em Brasília.

No ano passado, Padilha assumiu a Presidência da Comissão do G20 no Rio.

Joyce Trindade – Mulheres e Cuidados

Secretária municipal das Mulheres e Cuidados aos 24 anos, Joyce Trindade (PSD) faz parte da “creche do Dudu”, termo usado pelo grupo de jovens secretários da gestão de Eduardo Paes que têm idades entre 25 e 35 anos. Joyce, que foi eleita vereadora do Rio no ano passado, retorna para a secretaria das Mulheres, no cargo que exerce desde 2021.

Na Câmara Municipal, quem senta na sua cadeira é o pastor Deângeles Percy, primeiro suplente do PSD.

Adilson Pires – Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Igualdade Racial

Adilson Pires, ex-vice-prefeito e representante do PT, assumirá a Secretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial. Antes, ele ocupava a Secretaria Municipal de Assistência Social.

Helena Werneck – Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência

Ligada ao senador Romário (PL), Helena Werneck seguirá no comando da Secretaria municipal da Pessoa com Deficiência. Helena presidiu o Instituto MetaSocial por 20 anos, deixando o cargo em 2021 para se dedicar integralmente à secretaria no retorno de Eduardo Paes à prefeitura. Mãe de uma filha com síndrome de Down, atua na defesa dos direitos das pessoas com deficiência desde 1987.

Luiz Ramos Filho – Proteção e Defesa dos Animais

Vereador eleito no Rio, Luiz Ramos Filho (PSD) deixa a Câmara Municipal para ocupar o cargo de secretário municipal de Proteção e Defesa dos Animais. Rogério Rocal, terceiro suplente do PSD, que não conseguiu se reeleger e tem base eleitoral na Zona Oeste, herda a vaga de Luiz.

Osmar Lima – Desenvolvimento Econômico e CCPar

Osmar Lima será o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPAR), substituindo Gustavo Guerrante. Ele, segundo Eduardo Paes, faz parte de um trio que forma o “dream team” (time dos sonhos, na tradução) do “crescimento e desenvolvimento do Rio”, que trabalhará para atrair investimento de novas empresas.

Osmar é funcionário do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e era chefe do Departamento de Projetos Municipais da Área de Desestatização e Estruturação de Projetos.

Gustavo Guerrante – Desenvolvimento Urbano

Gustavo Guerrante saiu da presidência da Companhia Carioca de Parcerias e Concessões (CCPAR) para assumir a nova Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento.

Guilherme Schleder – Esportes

Outra secretário mantido no governo municipal é Guilherme Schleder, que desde 2021está à frente da Secretaria de Esportes e Lazer. Em 2009, no primeiro mandato de Eduardo Paes, ele assumiu a Subsecretaria de Gestão da Casa Civil. Em seguida, sucedendo ao deputado Pedro Paulo, se tornou secretário-chefe da Casa Civil do Rio.

Maria Silvia Bastos Marques – Projetos Estratégicos

Maria Silva Bastos, que integra o “dream team” do capitalismo na cidade, comanda a Secretaria Municipal de Projetos Estratégicos. Ela alternou sua carreira entre cargos nos setores públicos e privados. Foi secretária municipal de Fazenda entre 1993 e 1996, ainda no primeiro mandato do ex-prefeito César Maia.

Durante o segundo mandato de Eduardo Paes, e durante a organização das Olimpíadas de 2016, Maria Silvia foi presidente da empresa olímpica municipal. Ela ainda foi CEO da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Felipe Santa Cruz – Secretaria Municipal de Governo

Felipe Santa Cruz, agora secretário municipal de Governo, é advogado e entre 2019 e 2022 foi presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Já tentou ser eleito vereador do Rio pelo PT, mas não conseguiu. Em 2022, já filiado ao PSD, foi vice na chapa derrotada de Rodrigo Neves (PDT) ao governo estadual, com as bênçãos de Paes.

Tainá de Paula – Meio Ambiente e Clima

Reeleita vereadora do Rio mais votada no Rio, Tainá de Paula (PT) retorna à Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Clima. Na Câmara Municipal do Rio, quem ocupa o lugar dela é Luciana Novaes, primeira na fila da federação PT-PV-PCdoB.

Rodrigo Corrêa – Integridade Pública

Rodrigo Corrêa segue na Secretaria Municipal de Integridade Pública. É advogado, procurador do município do Rio e foi defensor público federal de 2012 a 2014.

Martha Rocha – Assistência Social

A deputada estadual Martha Rocha (PDT), que retirou sua candidatura à prefeitura do Rio, agora é a secretária municipal de Assistência Social. Martha herda o cargo que foi ocupado no governo passado por Adilson Pires (PT), transferido para a Secretaria Especial de Direitos Humanos e Igualdade Racial.

Gustavo Freue – Ação Comunitária

Gustavo Freue, é ex-subsecretário municipal de Habitação, ex-secretário municipal de Esportes e ex-subsecretário municipal de Projetos e Vilas Olímpicas. Agora assume a Secretaria Municipal Especial de Ação Comunitária.

Diego Zeidan – Habitação

Um dos novos integrantes da equipe, Diogo Zeidan, filho do prefeito de Maricá, Washington Quaquá, será o secretário municipal de Habitação. No governo passado, ele tinha ocupado o cargo de secretário de Economia Solidária. Diego era vice-prefeito de Maricá até o final de 2024, mas estava licenciado pois já ocupava cargo de subsecretário.

Tatiana Roque – Ciência, Tecnologia e Inovação

A vereadora eleita Tatiana Roque (PSB) reassume a Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação. Quem senta na cadeira dela, na Câmara Municipal é o Wagner Tavares, primeiro suplente do PSB.

Marcio Santos – Economia Solidária

O vereador eleito e presidente do Partido Verde (PV), Marcio Santos é quem comanda agora a Secretaria Municipal de Economia Solidária. Flávio das Graças Miranda, conhecido como “Niquinho”, é o segundo na fila da federação PT-PV-PCdoB, e assume a vaga deixada por Márcio.

Felipe Michel Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida

Indicação de Progressistas, Patrick Correa, presidente da RioTur, empresa de Turismo do Município do Rio, e conselheiro de administração da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), assume a Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida.

Daniela Maia – Turismo

Filha do ex-prefeito César Maia e irmã gêmea do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, Daniela Maia permanece sendo a secretária municipal de Turismo do Rio. Ela também já foi presidente da Riotur, de 2021 a janeiro do ano passado.

Gabriella Rodrigues – Juventude Carioca

Gabriela Rodrigues permanece no cargo de secretária municipal da Juventude Carioca. Formada em Gestão Pública e Administração pela UFRJ e em Economia pela University of Washington, Gabriella também é especialista em Negócios pela FGV.

Manoel Vieira – Trabalho e Renda

Quem comanda a Secretaria Municipal do Trabalho e Renda é Manoel Vieira, ex-superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cargo que ocupou entre julho de 2019 e junho de 2020. Além disso, Manoel já foi secretário de Cultura e Turismo de Cabo Frio, cidade da Região dos Lagos do RJ.

João Vitor Pires – Proteção e Defesa do Consumidor

Uma das novas pastas criadas por Paes no quarto mandato na prefeitura do Rio, a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor será assumida por João Vitor Pires, que foi candidato a vereador por São Gonçalo e não foi eleito. Ele já trabalhava na equipe do secretário Renan Ferreirinha.

Luis Antônio Silva dos Santos – Integração Metropolitana

Luis Antônio Silva dos Santos, conhecido como “Índio” foi, de 2020 a 2023, diretor administrativo e financeiro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e subsecretário estadual de administração da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas do Rio, em 2023. Agora, o ex-árbitro de futebol comanda a Secretaria Municipal de Integração Metropolitana.

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Por que soldado israelense de férias no Brasil virou alvo da Justiça

A Justiça Federal determinou que a Polícia Federal abrisse investigação contra um reservista israelense que fazia turismo no Brasil, um homem de 21 anos serviu as Forças de Defesa de Israel (IDF) na Faixa de Gaza.

Em nota, o Ministério de Relações Exteriores israelense afirmou ter ajudado o ex-soldado a deixar o Brasil em segurança em um voo comercial.

A decisão judicial, do final de dezembro de 2024, atendeu ao pedido de advogados brasileiros contratados pela Fundação Hind Rajab (HRF). A organização internacional pró-Palestina, com sede na Bélgica, se define como uma entidade focada em “acabar com a impunidade israelense”.

Desde que foi fundada, no ano passado, a HRF tem se dedicado à abertura de ações legais contra soldados israelenses que acusam de violência contra palestinos e crimes de guerra. Mas segundo a própria entidade, essa é a primeira vez que um Estado signitário do tratado que estabeleceu o Tribunal Penal Internacional (TPI) toma ações semelhantes após um caso ser protocolado em seu território.

Em nota, a organização classificou a decisão da Justiça brasileira como “um marco na busca global por justiça e responsabilidade”. “Este é um momento histórico”, disse Abou Jahjah, presidente da HRF, segundo o comunicado.

Em Israel, porém, o desenrolar do caso gerou controvérsias e muitas críticas.

Em carta ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o ministro de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo de Israel, Amichai Chikli, classificou a HRF como “apoiadora descarada” do terrorismo.

Segundo o político israelense, investigações conduzidas pela pasta que chefia mostram que os líderes da organização manifestaram apoio em diversas ocasiões ao Hezbollah, ao Hamas e a outros grupos que, nas suas palavras, “buscam a destruição de Israel e o assassinato de israelenses”.

Chikli afirmou ainda que, com a decisão, a Justiça brasileira e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoiam “indivíduos com ações extremistas”, em uma ação que representa uma “vergonha para o governo brasileiro”.

O caso também provocou reação do Parlamento israelense. Segundo o jornal local Haaretz, a decisão no Brasil instaurou “pânico” em Israel.

Após as notícias sobre o reservista que passava férias no Brasil, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento de Israel, Yuli Edelstein, anunciou que uma reunião seria realizada na Casa nesta segunda-feira (6/1) sobre a proteção dos soldados contra processos no exterior.

Segundo a agência AP, o Ministério das Relações Exteriores de Israel também teria alertado os israelenses contra postagens nas mídias sociais sobre seu serviço militar, para prevenir novas ações judiciais semelhantes à protocolada no Brasil.

As acusações

Na representação criminal apresentada à Justiça brasileira, os advogados que representam a HRF no país acusam o reservista das IDF alvo do caso de prática de crimes de guerra.

Segundo a organização, o ex-soldado teria participado de demolições massivas de residências civis em Gaza, em meio a uma campanha sistemática “de destruição”, “de maneira sorridente e debochada” documentado a própria participação no cometimento dos crimes por meio de suas redes sociais.

Os representantes legais da HRF pediam, na representação original, a decretação de prisão provisória, apreensão de passaporte e busca, apreensão e perícia de dispositivos eletrônicos do reservista.

Em resposta, a juíza federal Raquel Soares Charelli determinou a abertura de uma investigação pela PF. A prisão preventiva ou apreensão do passaporte não foram determinadas em um primeiro momento.

A BBC News Brasil procurou a Polícia Federal e a Justiça do Distrito Federal em busca de mais atualizações sobre o processo e a abertura oficial da investigação, mas não obteve resposta.

Campo de Refugiados de Nuseirat: HRF acusa soldado israelense de ter participado da demolição controlada de um quarteirão residencial na divisa entre o campo e a Cidade de Gaza

Maira Pinheiro, uma das advogadas que representam a HRF no caso no Brasil, lamentou o que classifica como “uma ação da diplomacia israelense” para retirar o reservista das Forças de Defesa de Israel do Brasil antes da instauração de uma investigação formal.

Afirmou, porém, esperar que o processo continue correndo na Justiça brasileira, apesar de o cidadão israelense alvo das acusações não estar mais no país.

Após a saída do reservista do Brasil, a advogada protocolou nova petição em que reitera o pedido de decretação de prisão provisória, bem como requer a consequente inclusão do investigado na lista vermelha da Interpol.

Pinheiro também explicou à BBC News Brasil que, com o término do recesso de final de ano do Poder Judiciário brasileiro nesta segunda, o caso será avaliado pelo juiz mais competente, já que até agora foi avaliado por magistrados que estavam de plantão.

Segundo a advogada, todo o processo tem como base o Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário. O tratado internacional é considerado um marco do Direito Internacional Penal e estabelece, entre outras coisas, jurisdição sobre crimes graves, como genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Na representação criminal, a representante da HRF no Brasil argumenta que, diante do compromisso do Brasil com o estatuto, assim como da “inequívoca previsão de competência da República do Brasil para a persecução de crimes de guerra e contra a humanidade em face de todos aqueles que, ainda que os tenham praticado fora dos limites territoriais nacionais, adentram o espaço de jurisdição brasileira”, o país teria o dever de impedir e reprimir atos dessa natureza.

No Brasil, o caso começou a tramitar na Bahia, onde o reservista estaria passando férias. No entanto, a juíza plantonista da comarca de Salvador, após parecer do MPF, enviou o caso para Brasília com base no Artigo 88 do Código de Processo Penal.

O artigo estabelece que, para crimes cometidos fora do território brasileiro, a competência é da capital do Estado onde o acusado residiu por último. Se o acusado nunca residiu no Brasil, a competência é do juízo da capital do país.

Monitoramento de redes sociais e geolocalização

A Fundação Hind Rajab tem como um de seus objetivos documentar crimes de guerra contra os palestinos após o início da campanha militar israelense em resposta ao letal ataque de comandos terroristas em Israel em 7 de outubro de 2023.

Seu nome é uma homenagem à menina palestina Hind Rajab, de 6 anos, que morreu em janeiro de 2024 na Cidade de Gaza.

Em novembro, a fundação HRF pediu ao Tribunal Penal Internacional que emitisse mandados de prisão contra aproximadamente mil soldados das IDF listados em um documento protocolados no tribunal.

A organização alegou ter coletado 8 mil peças de evidência da participação dos militares em um bloqueio em Gaza e na destruição de infraestrutura da região, além de ocupação de casas civis, saques e ataques a civis.

Essas evidências são colhidas por meio de monitoramento das redes sociais dos próprios soldados, acompanhamento de notícias e relatos de jornalistas e lideranças em Gaza e cruzamento de dados por meio de geolocalização.

As provas são então usadas pela organização para basear ações legais contra militares que estão temporariamente ou permanentemente no exterior.

Protesto por mais ações para a libertação dos reféns deixados pelo Hamas em Israel em 7 de outubro

Segundo a própria HRF, já foram abertos casos semelhantes em diversos países, como Argentina, Chile, França, Holanda, Chipre, Tailândia e outros.

Segundo o portal de notícias israelense Ynet, o Exército já identificou cerca de 30 processos criminais contra seus membros. Pelo menos oito soldados tiveram de deixar os países imediatamente devido a investigações.

Esse mesmo método foi utilizado no caso do reservista que estava de férias no Brasil. Evidências que a organização afirma ter coletado sobre suas ações em Gaza, antes de viajar para o exterior, fazem parte da representação criminal enviada à Justiça brasileira.

As provas apresentadas, segundo a própria HRF, incluem filmagens, dados de geolocalização e fotografias mostrando o suspeito pessoalmente plantando explosivos e participando da destruição de bairros inteiros.

“Esses materiais provam, sem sombra de dúvida, o envolvimento direto do suspeito nesses atos hediondos”, disse a organização em nota.

A HRF também afirma ter sido por meio do monitoramento de redes sociais que conseguiu identificar que o reservista passava férias na Bahia.

A advogada Maira Pinheiro afirma ainda que, nesse caso em especial, uma das famílias que supostamente foi vítima das ações do soldado em Gaza deu à equipe jurídica da HRF autorização para entrar na Justiça em seu nome.

A família teria tido sua casa destruída pelas ações do batalhão de qual o israelense fazia parte, segundo a HRF.

‘Uso estratégico de artifícios legais’

Segundo a imprensa israelense, o governo local tem alertado seus cidadãos sobre publicações feitas nas redes sociais sobre o serviço militar. “Elementos anti-israelenses podem explorar essas publicações para iniciar processos judiciais infundados contra eles”, teria afirmado o governo em nota.

E enquanto um debate sobre o tema foi marcado para acontecer no Parlamento, líder da oposição israelense, Yair Lapid, culpou a liderança de Israel pelo possível processo contra soldados no exterior.

“O fato de um reservista israelense ter sido forçado a fugir do Brasil na calada da noite para evitar a prisão por lutar em Gaza é um enorme fracasso político de um governo irresponsável que simplesmente não sabe como trabalhar”, escreveu Lapid em um post no X no domingo.

O TPI expediu, em novembro, mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Bejamin Netanyahu, e o ex-ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant. Os juízes da corte encontraram “motivos razoáveis” de que eles têm “responsabilidade criminal” por supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade durante a guerra entre Israel e o Hamas.

O governo, porém, defende sua abordagem e nega as acusações de que é alvo internacionalmente.

Em nota, a Embaixada de Israel no Brasil afirmou que todas as operações militares em Gaza são conduzidas em total conformidade com o direito internacional e que Israel está exercendo seu direito à autodefesa após o massacre brutal cometido pelo Hamas em 7 de outubro.

“Os verdadeiros perpetradores de crimes de guerra são as organizações terroristas, que exploram populações civis como escudos humanos e utilizam hospitais e instalações internacionais como infraestrutura para atos de terrorismo direcionados a cidadãos israelenses.”

A representação no Brasil disse também que o país é alvo de “uso estratégico de artifícios legais”.

“Por mais de duas décadas, uma campanha global tem como alvo Israel e os soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF), utilizando denúncias legais para avançar objetivos políticos”, diz o comunicado.

A Embaixada afirma ainda que a organização responsável pela denúncia contra o reservista no Brasil “está explorando de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil, apesar de saber plenamente que as alegações carecem de qualquer fundamento legal”.

Controvérsias e acusações

As acusações contra a HRF se baseiam principalmente no histórico controverso do presidente da organização, Dyab Abou Jahjah. O ativista libanês é apontado como apoiador do Hezbollah e do Hamas.

Segundo o jornal israelense Jerusalem Post, ele teria admitido sua afiliação ao grupo libanês em uma entrevista ao americano The New York Times em 2003.

Ele também é acusado de publicar nas redes sociais conteúdos que negam o Holocausto e ter comemorado o massacre realizado pelo Hamas no sul de Israel em outubro de 2023.

Outro nome apontado como parte da liderança da HRF é Karim Hassoun. Segundo organizações pró-Israel, ele também seria um apoiador do Hamas e do Hezbollah.

Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e as nações da União Europeia classificam o Hamas como uma organização terrorista. O Hezbollah também é considerado uma organização terrorista por diversos países, incluindo Israel, Estados árabes do Golfo e nações ocidentais.

A BBC News Brasil procurou a Fundação Hind Rajab diretamente em busca de esclarecimentos sobre as acusações, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Mais de 45 mil palestinos foram mortos durante a guerra de 14 meses entre Israel e o Hamas, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.

Mas segundo a advogada Maira Pinheiro, as declarações de Dyab Abou Jahjah e outros em relação a Israel e suas ações fazem parte de uma reação ao que classifica como “crimes de guerra” e uma campanha de “invasão” dos territórios palestinos conduzida há décadas por parte do governo israelense.

Questionada sobre a possibilidade de ações semelhantes à protocolada no Brasil serem abertas contra as próprias lideranças da HFR ou de outras organizações palestinas pelos supostos crimes contra Israel de que vêm sendo acusados, a advogada brasileira afirmou que as alegações contra Abou Jahjah e demais figuras do movimento não possuem o mesmo grau de evidência das construídas pela organização pró-Palestina.

Segundo ela, as ações legais protocoladas pela HFR são elaboradas com um rigor que falta a Israel em suas próprias acusações.

Ainda de acordo com Pinheiro, Israel não é signatário do Estatuto de Roma, que promove a responsabilização internacional por crimes como genocídio e crimes de guerra.

Ameaças de morte

Após a divulgação da decisão da Justiça brasileira de pedir a abertura da investigação contra o israelense no Brasil, a advogada Maira Pinheiro relata ter recebido centenas de mensagens agressivas nas redes sociais, contendo inclusive ameaças de morte contra ela e sua filha. Ela também diz que teve informações pessoais divulgadas sem sua autorização.

As mensagens compartilhadas por Pinheiro com a reportagem foram escritas em diversas línguas e contém insultos de caráter misóginos e sexuais.

Apesar das ameaças, a advogada afirmou que irá continuar com o seu trabalho.

Ela encaminhou as informações à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal (MPF) e às instâncias competentes da OAB. Também procurou ajuda do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.

Jaé busca solução paulista para a sua incapacidade operacional

A Autopass, empresa de propriedade de empresários de ônibus de São Paulo, está assumindo o sistema de bilhetagem no município do Rio de Janeiro, o Jaé. O serviço é largamente conhecido pela população como “Já Era” devido a sua incapacidade de operação, reconhecida e divulgada nas mídias.

Mesmo funcionando há mais de um ano na cidade, o Jaé tem um market share pouco superior a 1%.Embora enfrente questionamentos a sua atuação na região metropolitana de São Paulo, através de uma controversa entidade chamada ABASP, a Autopass se dispôs a comandar o Jaé no município do Rio, bancando os prejuízos financeiros e reduzindo o dano à imagem pessoal do prefeito Eduardo Paes. Em 2022, Paes cassou a operação de bilhetagem dos empresários do Rio. O assunto é controverso e pode avançar envolvendo políticos importantes em um acordo entre gigantes do transporte no Brasil. A iniciativa de Paes, mesmo tendo sido bem-intencionada, foi um tiro no pé.

Fonte: Relatório Reservado

Lula cria estatal para lançar foguetes e satélites

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou lei que permite a criação de uma empresa estatal responsável, entre outras atividades, por lançar foguetes e satélites ao espaço. A lei Nº 15.083 foi publicada no Diário Oficial de Sexta-feira (3/1).

Segundo o texto sancionado pelo presidente, a nova estatal será subsidiária da NAV Brasil, uma empresa pública controlada pelo Ministério da Defesa que presta serviços de navegação aérea no país.

“A NAV Brasil é autorizada a criar subsidiária que terá por objeto explorar economicamente a infraestrutura e a navegação aeroespaciais e as atividades relacionadas ao desenvolvimento de projetos e equipamentos aeroespaciais e realizar projetos e atividades de apoio ao controle aeroespacial e áreas correlatas”, diz um trecho da lei.

A nova empresa também vai promover e gerir “pesquisas, desenvolvimento, certificação, produção, comercialização, transferência e suporte logístico de tecnologias de emprego aeroespacial”.

A Lei Nº 15.083 também autoriza a cessão de servidores e de empregados públicos e colocação de militares à disposição da subsidiária, independentemente da ocupação de cargo em comissão ou de função de confiança.

Autoriza ainda que a subsidiária da NAV Brasil patrocine entidade fechada de previdência complementar, por meio de adesão à entidade já existente.

Hortaliças: Brasil consome apenas 30% da porção recomendada pela OMS

Warley Marcos Nascimento, pesquisador da Embrapa Hortaliças e presidente da Associação Brasileira de Horticultura, explicou, ao programa CB.Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta sexta-feira (3/1), a importância das hortaliças no Brasil, destacando o valor nutricional e os obstáculos econômicos e culturais que impactam o consumo da população a alimentos que fornecem saudabilidade.

Segundo o especialista, o consumo de hortaliças é essencial para a saúde, e cada cor representa um tipo distinto de nutrientes. No entanto, o Brasil consome apenas 30% da porção recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), muito abaixo de países desenvolvidos.

“Hortaliças são um mundo. A gente não pode deixar de consumir e, infelizmente, no nosso país, nós consumimos muito pouco”, lamenta.

Assista ao programa na íntegra:

O pesquisador enfatizou no programa a riqueza e a variedade das hortaliças, que incluem cerca de 200 espécies diferentes, com uma gama impressionante de cores, sabores, aromas e texturas. Essas características fazem do alimento uma excelente opção para a gastronomia, oferecendo tanto versatilidade quanto benefícios nutricionais.

No cenário internacional, países como os membros da União Europeia, Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul estão na frente, com uma média de consumo de cerca de 500 gramas de hortaliças por pessoa, por dia.

No Brasil, a média é de apenas 150 gramas, um terço da quantidade ideal. O baixo consumo no país pode ser atribuído, em parte, ao alto custo das hortaliças, especialmente para as populações de menor poder aquisitivo. Além disso, existe uma questão cultural, com hábitos alimentares enraizados que priorizam alimentos como arroz, feijão e carne em detrimento das hortaliças.

“Dependendo da época e do produto, a hortaliça custa entre R$ 15 e R$ 30 o quilo. Isso coincide com uma carne, seja de primeira ou segunda. Então, essa população que não tem informação das hortaliças, prefere priorizar a comida básica, como arroz, feijão, carne, farinha e mandioca ou um pacote de biscoito e iogurte. A hortaliça vai ficando em segundo plano.”

Nascimento acredita que o preço elevado das hortaliças no Brasil está relacionado a vários fatores, incluindo as condições climáticas e o custo da produção. O adubo importado, a escassez de mão de obra qualificada e a necessidade de irrigação são apenas algumas das despesas que elevam o custo. Ele deu como exemplo a produção de um hectare de tomate, que pode custar até R$ 200 mil. Como resultado, os preços de hortaliças no mercado tornam-se inacessíveis para uma parte da população.

“Para o produtor ter um lucro, ele coloca mais caro o produto. Está aí o retrato do baixo consumo de hortaliças no país”, conta.

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Ainda segundo o especialista, o desperdício de hortaliças chega a cerca de 30% após a colheita, devido a problemas no transporte, armazenamento e comercialização. No Brasil, a falta de infraestrutura, como caminhões refrigerados para transporte, contribui para essas perdas. Além disso, a sazonalidade da produção, que varia conforme as estações do ano, também afeta a disponibilidade e o preço das hortaliças.

“A gente abastece mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. E nós temos parte de uma população aqui com insegurança alimentar, ou seja, passando fome. O mundo também está passando fome, mas nós temos alimentos suficientes, só que ele não é bem distribuído.”

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castr