Mobilidade urbana e transações empresariais estão entre os focos da Visa para 2023

Expandir as soluções voltadas ao uso de cartões na mobilidade urbana e aumentar sua participação em fluxos menos explorados, como as transações empresariais, estão entre as prioridades da Visa para o Brasil em 2023. A estratégia, que une fortalecimento da atividade central à diversificação de receitas, inclui ainda medidas para melhorar a aceitação do débito no universo online e aumentar o leque de serviços de dados oferecidos aos clientes.

A Visa apresentou hoje alguns de seus planos para o ano no Visa LabGarage, em São Paulo, espaço criado para o desenvolvimento de soluções de pagamentos para a mobilidade urbana. Embora muitos projetos ainda estejam em fase inicial, a empresa enxerga o transporte como uma via importante de crescimento dos negócios.

O caso de uso mais avançado atualmente nessa área é o do MetrôRio, onde o usuário pode pagar pela passagem por aproximação, via cartão ou dispositivos com tecnologia NFC, diretamente nas catracas do metrô e nas linhas de ônibus operadas pela empresa. A adoção, segundo a Visa, vem crescendo desde que o projeto foi lançado, em 2019. No último trimestre de 2022, o uso foi 210% maior que no mesmo período do ano anterior.

Atualmente, há projetos em andamento em outras cidades e modais. Já há iniciativas, por exemplo, para pagamentos de pedágio por aproximação. Para 2023, a ideia é também avançar para outros campos, como estacionamentos, aluguel de bicicletas e estações de carregamento de carros eletrônicos.

Os projetos envolvem o desenvolvimento de terminais específicos, de baixo custo, e precisam considerar as especificidades de cada modal, explica Julio Ramos, diretor sênior do Visa LabGarage. No caso dos ônibus, por exemplo, há desafios envolvendo o investimento inicial – considerando a quantidade de veículos em circulação – e de mudança no prazo de recebimento pelas empresas. “Leva um tempo, mas os grandes operadores do Brasil já perceberam as vantagens do cartão bancário, em termos de segurança, por exemplo”, diz Ramos.

A empresa não deu detalhes sobres os próximos lançamentos, mas afirma que as discussões têm se intensificado com o retorno mais intenso da mobilidade nas cidades pós-pandemia. “Temos várias conversas acontecendo, mas, para ser superrealista, são projetos que demoram alguns trimestres para fazer o piloto e começar a expandir”, diz Fernando Amaral, vice-presidente de Produtos e Inovação. Atualmente, a Visa possui mais de 600 projetos de transporte público mundialmente, e tem mais de 900 em processo de desenvolvimento.

Outras frentes

A bandeira quer aumentar ainda a sua participação em fluxos de pagamento menos penetrados que o de consumidores para lojistas. O universo de transações empresariais, sejam nacionais ou internacionais, é visto como de grande potencial. Esses fluxos, explica Hugo Costa, diretor executivo da Visa, podem envolver ou não as transações via cartão.

No “core” de pagamentos, há uma agenda de fortalecimento do débito em discussão no âmbito da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Em um ambiente ainda mais competitivo desde a chegada do Pix, as medidas debatidas incluem a adoção do pagamento sem senha no mundo online para transações de baixo valor e a mudança do prazo de liquidação para o mesmo dia da compra (o prazo usual atualmente é D+2).

Outra iniciativa em discussão inclui a adoção do débito parcelado, uma opção que seria oferecida pelas instituições financeiras aos clientes para compras específicas. Esse projeto ainda está em estágio mais inicial, mas a ideia é que as condições do parcelamento sejam comunicadas na hora da compra, seja ela presencial ou online. Os valores seriam posteriormente debitados da conta do cliente nos prazos estabelecidos.

Seria um “Buy Now, Pay Later” (Compre Agora, Pague Depois, ou BNPL) ligado ao débito, funcionando como uma opção para clientes que não têm cartão de crédito ou não tem limite suficiente para uma compra de alto valor, por exemplo. O lançamento do “Click to Pay”, espécie de carteira digital capitaneada pelas bandeiras, também está entre as prioridades para 2023, como antecipado pelo Valor.

Fonte: Valor Econômico

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