Inauguração da maior ponte de MT: “visão de um Governo que ousou empreender”, afirma prefeito de Carlinda

O governador Mauro Mendes, acompanhado pela primeira-dama Virginia Mendes, inaugurou nesta sexta-feira (21.02) uma ponte sobre o Rio Teles Pires na MT-419, que liga os municípios de Carlinda e Novo Mundo. Com 691 metros de extensão, essa passa a ser a maior ponte do Estado.

Além da inauguração, o governador Mauro Mendes ainda assinou a ordem de serviço para asfaltar 75,7 quilômetros da MT-419/208, ligando os dois municípios. As obras representam um investimento de R$ 195 milhões na região.

O prefeito de Carlinda, Fernando de Oliveira Ribeiro, destacou que a ponte e o asfalto representam um sonho para a região. “Antes nós percorríamos 270 km para chegar na BR-163, agora vamos percorrer 120 km. O custo de transporte vai diminuir, tudo vai passar por aqui. Isso é visão administrativa, de um governo que ousou empreender e assinar a ordem de serviço alguns anos atrás”, afirmou.

As obras de asfaltamento estão divididas em dois lotes, um de 46,8 km e outro de 28,8 km. O valor do investimento no asfalto será de R$ 102 milhões, o que inclui também a revitalização da travessia urbana de Novo Mundo. A obra conta com a cláusula de retomada no seguro garantia, inovação do governo de MT que garante a execução da obra dentro do prazo.

O governador Mauro Mendes destacou que as obras vão garantir uma logística muito melhor para quem vive em toda a região de Alta Floresta, diminuindo a distância para o porto de Miritituba, no Pará.

“Muitas vezes, quem vive uma vida mais urbana costuma a me perguntar porque investir tanto dinheiro em tanta rodovia. Eles esquecem que aqui nesse canto de Mato Grosso vivem famílias que precisam se deslocar, ir nas cidades, visitar parentes. Nessas estradas passam ambulâncias. E é claro, que tem a atividade econômica e essa atividade é importante. Porque é ela que gera os impostos com os quais conseguimos fazer tanta coisa”, disse.

Além disso, o governador destacou que a nova ponte é a maior de Mato Grosso, mas ocupará o posto por pouco tempo, uma vez que o Governo está construindo uma com 1.360 metros de extensão sobre o Rio Juruena. Ponte essa que também beneficiará a região de Alta Floresta, garantindo uma ligação entre a BR-163 e a região de Aripuanã, no noroeste mato-grossense.

“Isso é muito bom para a vida das pessoas, mas sobretudo para o progresso e o desenvolvimento de Mato Grosso. Esta ponte está eliminando mais uma balsa, esse é o Governo aposentador de balsas”, completou Mauro Mendes.

O secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, disse que a inauguração da ponte representa um grande orgulho para os mato-grossenses, principalmente para quem passava pelo local e via o enorme obstáculo que precisava ser superado. O investimento na ponte foi de R$ 91 milhões.

“Mato Grosso é um celeiro mundial de alimentos e nós temos que acabar com os obstáculos ao desenvolvimento. E os grandes obstáculos são as pontes de madeira e as balsas. Sem uma ponte, o produtor não investe”, afirmou.

Estiveram presentes no evento a deputada federal Gisela Simona, os deputados estaduais Nininho e Dilmar Dal Bosco, e o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia.

Fonte: Governo MT – MT

Ministra Luciana Santos participa do início das obras de infraestrutura do empreendimento Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, participa do lançamento do início das obras do empreendimento Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó (SP), às 9h30 de segunda-feira (24/02).

O RMB é um marco para a ciência nacional, com impacto direto na produção de radioisótopos para a saúde, pesquisa nuclear e inovação tecnológica. O empreendimento fortalecerá a autonomia do Brasil na produção de insumos para diagnóstico e tratamento de doenças, além de impulsionar o desenvolvimento científico e industrial do país.

Hospital da Criança de Maringá inaugura 10 leitos de UTI

A Prefeitura de Maringá, o Governo do Paraná, o Governo Federal e a Liga Álvaro Bahia Contra Mortalidade Infantil inauguraram nesta sexta-feira, 21, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital da Criança. A unidade conta com 10 leitos para atendimento de média e alta complexidade, voltados a pacientes de até 16 anos incompletos de Maringá e região. Com apoio do município, a entrega da nova ala foi realizada 45 dias antes do prazo previsto na concessão.

A solenidade de inauguração contou com a presença do prefeito Silvio Barros, da ministra da Saúde, Nísia Trindade, do secretário Estadual da Saúde, Beto Preto, do secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, do secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi, entre outras autoridades.

A nova ala fortalece a rede de atendimento pediátrico do município, garantindo assistência especializada e humanizada para crianças e adolescentes. A UTI conta com 14 médicos intensivistas e profissionais multidisciplinares, incluindo enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais, e reúne infraestrutura moderna com equipamentos de ponta, como ventiladores pulmonares, monitores multiparâmetros e aparelhos de raios X.

“É um momento histórico e muito especial para nossa cidade. Com nosso apoio, a instituição gestora do hospital está entregando as UTIs antes do prazo previsto em contrato. São avanços significativos e que reforçam o nosso compromisso com o cuidado e saúde das crianças e adolescentes de Maringá e região”, afirmou o prefeito Silvio Barros. Ele também agradeceu todas as autoridades e representantes dos entes federativos que sonharam com a construção do hospital.

“É um processo gradativo de abertura de leitos de UTI. Houve um investimento de R$ 5,7 milhões do Ministério da Saúde em equipamentos para o hospital, que tem essa proposta de ser uma entrega progressiva de leitos. É um passo importante que vai beneficiar não apenas a população de Maringá, mas outros municípios das regiões Norte e Noroeste do Paraná”, afirmou a Ministra da Saúde, Nísia Trindade. Ela destacou que o hospital faz parte de uma rede nacional e contribuirá como referência para doenças raras, oncologia, espaços de residência, entre outras ações.

O secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi, explicou que os novos leitos de UTI no Hospital da Criança reforçam a qualidade dos serviços prestados no SUS. “São leitos de UTI, ou seja, destinados para pacientes mais graves e que receberão no hospital um atendimento especializado, com equipamentos altamente modernos e foco na saúde integral e assistência humanizada. Muito mais que uma obra física e de equipamentos, o Hospital vem para salvar vidas e atender um anseio e uma necessidade de saúde da nossa população”, afirmou. Os atendimentos na UTI iniciam a partir desta sexta-feira, 21, e os internamentos pediátricos, que antes eram realizados no Hospital Municipal, passam a ocorrer no Hospital da Criança, considerado uma unidade de referência no atendimento infantil.

“O Sistema Único de Saúde é cada um dando a mão para fazer acontecer e aqui neste hospital não é diferente. Venho aqui hoje, em nome do governador Ratinho Junior, dizer que acreditamos neste hospital e que representa um grande marco do Paraná para o Brasil”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Os 10 leitos de UTI estão instalados em um espaço confortável para o paciente, familiares, acompanhantes e para a equipe multiprofissional que atua na unidade. “Essa inauguração é um passo fundamental para o fortalecimento do hospital como referência no atendimento pediátrico. Conseguimos antecipar o cronograma previsto no processo de implantação desses leitos de UTI devido a apoios importantes, como o do município”, disse o superintendente da Liga Álvaro Bahia, instituição responsável pela gestão do Hospital da Criança, Carlos Emanuel Melo.

O secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros, destacou a importância das parcerias entre os entes federativos e a Organização Mundial da Família para a construção do Hospital da Criança. “Quando a gente fala em política de resultados, significa sonhar e entregar. É garantir que a política pública chegue ao cidadão e todos nós trabalhamos para garantir que hoje estivéssemos entregando mais uma etapa de funcionamento do hospital”, disse.

O deputado federal, Zeca Dirceu, reforçou que a entrega da UTI representa um momento histórico para a região Norte e Noroeste do Paraná e destacou a importância da parceria com o Governo Federal para o funcionamento de novas etapas do Hospital da Criança. O deputado estadual, Arilson Chiorato, também ressaltou a importância de investimentos em “projetos que melhoram a vida das pessoas, que cuidam da saúde e que valorizam a ciência”.

Antecipação dos atendimentos oncológicos – A presidente de honra da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, Rosina Bahia Alice Carvalho dos Santos, afirmou que a inauguração da UTI demonstra empenho da administração e de todos os colaboradores. “Estamos muito felizes com a concretização desse sonho, que se expandiu da Bahia para o Paraná. Gostaria de comunicar também que estamos prontos para antecipar o início dos atendimentos oncológicos”, disse. Para a presidente da Organização Mundial da Família, Deisi Kusztra, a antecipação da entrega da UTI Pediátrica é resultado da competência da gestão do hospital e do município.

Sobre o Hospital da Criança de Maringá – Gerenciado pela Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, o Hospital da Criança de Maringá foi inaugurado em 16 de setembro do ano passado e conta com uma estrutura de 24,2 mil m² de área construída distribuídos em 18 blocos conectados por um grande corredor central. A unidade atende crianças e adolescentes de 212 municípios do Norte e Noroeste do Estado em média e alta complexidade.

O funcionamento do Hospital foi dividido em três fases, em um período de cinco anos, até entrar em operação completa. Na primeira fase, já foram abertos 61 leitos de internação, três salas de cirurgia e 23 consultórios, além da implantação do Hospital Dia, bloco do complexo hospitalar voltado para cirurgias de baixa complexidade. Dentro do cronograma, a previsão era que os primeiros 10 leitos de UTI fossem abertos apenas no sétimo mês de funcionamento do hospital. Com funcionamento completo, o complexo hospitalar terá 148 leitos de internação e 40 leitos de UTI.

A obra do Hospital da Criança de Maringá foi uma parceria entre a Prefeitura de Maringá, Governo do Estado, Governo Federal e Organização Mundial da Família. O complexo hospitalar teve investimento total de R$ 181,8 milhões, incluindo a obra e aquisição de mobiliários e equipamentos. Desse total, são 17,5 milhões da Prefeitura de Maringá, R$ 124,2 milhões do Governo do Paraná, R$ 5,7 milhões do Governo Federal e R$ 34,4 milhões de contrapartida internacional da Organização Mundial da Família.

Presenças – Também participaram da inauguração da UTI do Hospital da Criança a vice-prefeita Sandra Jacovós; representantes da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil; o presidente interino da Câmara de Vereadores, Sidnei Telles; vereadores; o Arcebispo de Maringá, Dom Severino Clasen, que realizou a benção da nova UTI; o presidente do Codem, Mohamad Ali Awada Sobrinho; a ex-governadora Cida Borghetti; a primeira-dama de Maringá, Bernadete Barros; secretários municipais, entre outras autoridades locais e regionais e representantes da sociedade civil organizada.

Fonte: Blog do Marcos Junior

Carnaval 2025: MetrôRio terá esquema especial com funcionamento 24 horas

Haja energia para aproveitar o carnaval 2025 no Rio. Como a agitação da cidade vai ser intensa nos dias de folia, com blocos na rua, desfiles da Marquês de Sapucaí, festas, eventos e a chegada de muitos turistas, o MetrôRio faz, em mais um ano, seu esquema especial de funcionamento, com 24 horas por dia. Serão 139 horas ininterruptas, a partir das 5h de sexta-feira, dia 28, até meia-noite de Quarta-feira de Cinzas, dia 5 de março. E outras 43 horas direto no sábado de Desfile das Campeãs (8) até as 23h de domingo (9).

Operação das linhas

Sexta-feira (28): A linha 2 vai operar entre Pavuna e Botafogo, e as linhas 1 e 4 seguirão o trajeto Uruguai-Jardim Oceânico/Barra da Tijuca. A transferência entre as linhas 1 e 2 poderá ser feita no trecho entre as estações Central do Brasil/Centro e Botafogo.

De sábado (1º) até Quarta-feira de Cinzas (5): A linha 2 vai circular entre Pavuna e General Osório/Ipanema. A transferência entre as linhas 1 e 2 poderá ser feita no trecho entre as estações Central do Brasil/Centro e General Osório/Ipanema.

Acesso à Sapucaí

Praça Onze: Devem descer na estação quem vai para os setores pares ou que irão sair nas escolas que se concentram ao lado do edifício dos Correios.

Central do Brasil/Centro: Devem descer na estação quem vai para os setores ímpares da Sapucaí, assim como quem for desfilar nas escolas que se concentram perto do edifício “Balança Mas Não Cai” ou vão ao Terreirão do Samba.

As indicações são válidas tanto para os dias de desfile da Série Ouro — sexta-feira (28) e sábado (1º) — e do Grupo Especial — de domingo (2) a terça-feira (4) —, como para o Desfile das Campeãs (9).

Funcionamento das estações do Centro e da Zona Sul

Algumas estações do MetrôRio terão o funcionamento alterado durante o carnaval. Os passageiros precisam ficar atentos em especial para o embarque, com acessos fechados e alterados. Serão instaladas estruturas de contenção para direcionar o público nas estações Uruguaiana/Centro, Carioca/Centro e Cinelândia/Centro.

Fonte: Extra

Cidade do interior de São Paulo impressiona com qualidade de vida e educação

Caieiras, uma cidade localizada no estado de São Paulo, destaca-se por seu elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que alcança a marca de 0,813. Este índice é considerado muito alto e reflete a qualidade de vida dos seus habitantes. A cidade não apenas se sobressai em termos de desenvolvimento humano, mas também apresenta resultados positivos em áreas como educação e economia.

Com uma infraestrutura que apoia o crescimento educacional e econômico, Caieiras tem se tornado um exemplo de progresso urbano. A educação, por exemplo, é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento da cidade, com uma alta taxa de matrícula escolar entre crianças e adolescentes.

Educação e economia: pilares do desenvolvimento em Caieiras

Um dos fatores que contribuem para o alto IDH de Caieiras é o investimento em educação. Aproximadamente 94,8% das crianças entre 6 e 14 anos estão matriculadas na escola, o que demonstra o compromisso da cidade com a formação das futuras gerações. Este dado é um indicativo do esforço contínuo para garantir que todas as crianças tenham acesso à educação de qualidade.

Além disso, a economia de Caieiras é robusta, com uma renda per capita de R$ 46.700,03. Este valor é significativo e evidencia o potencial econômico da cidade, que se reflete em melhores condições de vida para seus habitantes. A combinação de uma boa educação e uma economia sólida cria um ambiente propício para o desenvolvimento pessoal e profissional dos cidadãos.

O velódromo de Caieiras: esporte e lazer para todos

Outro ponto de destaque em Caieiras é o seu velódromo, um espaço dedicado a competições de ciclismo. Este estádio não apenas serve como palco para eventos esportivos, mas também é um centro de lazer que atrai visitantes de diversas regiões. O velódromo está equipado com quadras esportivas e outras instalações que incentivam a prática de atividades físicas, promovendo um estilo de vida saudável entre os moradores.

O incentivo ao esporte e ao lazer é uma estratégia eficaz para melhorar a qualidade de vida da população. Espaços como o velódromo oferecem oportunidades para que as pessoas se envolvam em atividades físicas, o que é essencial para o bem-estar físico e mental.

Caieiras. Fonte: Prefeitura de Caieras

Como Caieiras mantém seu alto Índice de Desenvolvimento Humano?

O sucesso de Caieiras em manter um alto IDH pode ser atribuído a uma combinação de fatores. O investimento contínuo em educação garante que as crianças e jovens tenham acesso a um ensino de qualidade, preparando-os para o futuro. A economia forte, por sua vez, proporciona estabilidade financeira e oportunidades de emprego, fatores essenciais para o bem-estar dos cidadãos.

Além disso, a infraestrutura de lazer e esporte, como o velódromo, contribui para uma vida mais ativa e saudável. A administração local parece estar comprometida em criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões, desde a educação até o lazer.

Em resumo, Caieiras se destaca como um exemplo de cidade que equilibra desenvolvimento econômico, educação de qualidade e oportunidades de lazer, resultando em uma qualidade de vida elevada para seus habitantes. O compromisso com o progresso contínuo é evidente e serve de inspiração para outras cidades que buscam melhorar o bem-estar de suas populações.

Comercial Norte pede socorro: população reclama de problemas em Taguatinga

O comércio no centro de Taguatinga Norte movimenta a cidade financeiramente, mas a Avenida Comercial enfrenta problemas que atrapalham a vida dos frequentadores, além de desvalorizar a região. Desníveis e buracos nas calçadas dificultam o tráfego de pedestres, o acúmulo de lixo causa mau cheiro em pontos de coleta e comerciantes têm denunciado aumento de roubos e violência.

Os idosos estão entre os mais afetados pelos problemas. Valmir de Oliveira, de 75 anos, reclama das condições que encontra na avenida quando caminha até a casa da irmã, que fica na região. De acordo com ele, o trajeto tem sido cada vez mais incômodo e até as paradas de ônibus estão se tornando dor de cabeça, com falta de espaço por conta do lixo espalhado.

Valmir de Oliveira reclama do acumulo de lixo e demora na sua coleta

“Tem três dias que esse lixo está aí. Eu passei aqui na segunda-feira e ele já estava ali, do mesmo jeito. Na outra esquina também tinha muito lixo. Atrapalha muito para caminhar por aqui”, relatou o aposentado.

Funcionárias de uma malharia na avenida, Amanda Cristina, 23, e Marileide Pereira, 35, dizem que a insegurança dos comerciantes da região aumentou com a reforma da Praça do Relógio, que teria feito com que pessoas em situação de rua deixassem o local rumo à Avenida Comercial.

Francisco Xavier, de 54 anos, cuida de uma loja de materiais elétricos na região com o filho Hebert Vinícius, de 25 anos. Pai e filho também sentem a insegurança crescendo na região. Eles compartilham a ideia de que isso se deve ao crescente número de pessoas em situação de rua, mas acham que isso tenha sido causado pela mudança de endereço do Centro POP de Taguatinga, que teria feito com que um número maior de pessoas passassem pela região.

O comerciante Francisco Xavier se preocupa com a segurança da região

“Geralmente eles dormem na porta das lojas e de manhã, às vezes, acabamos tendo problemas por isso. Tem um homem que passa do outro lado da rua de vez em quando com uma faca, gritando. Então, tem muita gente que se assusta”, denunciou Hebert.

Manoel Alves, de 67 anos, acha que os desníveis, buracos e escadas irregulares podem ser problemas para pessoas mais velhas, como ele. “Se uma pessoa cai, pode se machucar. Sempre que estou aqui, eu passo por esta avenida e tem sido cada vez pior. Eu ainda não tive nenhum problema, porque enxergo bem e tenho boa locomoção, mas para as pessoas da terceira idade são muitos obstáculos nas calçadas”, opinou.

Ele reclama do lixo acumulado, mas acredita que esse problema é comum em todos os grandes centros urbanos. Aposentado, ele diz optar por fazer as suas compras sempre no período da tarde, por acreditar que à noite o local não é seguro.

Lixo espalhado ajuda com desvalorização do comércio ao afastar clientes

A aposentada Luzia Feitosa, de 72 anos, também sente dificuldades para fazer suas compras no setor por problemas com a infraestrutura. Com idade mais avançada, ela lamenta que seja mais fácil andar de carro para frequentar o comércio, em vez de poder caminhar com tranquilidade.

“Nas escadas da calçada tem uma diferença grande nos degraus, um mais alto do que o outro. Ao longo da comercial tem muitos buracos e carros estacionados em cima das calçadas também. Isso tudo atrapalha para caminhar. Passo com muita frequência aqui nos comércios, mas aqui é melhor dirigir do que andar a pé”, lamentou a idosa.

Obstáculos nas calçadas prejudicam o dia a dia de idosos que frequentam os comércios

A Administração Regional de Taguatinga reconheceu que, ainda que faça operações tapa-buracos diariamente, o setor comercial ainda apresenta empecilhos para o trânsito de pedestres e motoristas. O órgão afirma que o setor QNE receberá reparos, nos quais serão identificados pontos onde é preciso fazer ajustes.

Com relação ao acúmulo de lixo, a admiministração afirma que a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) faz coletas e varrições diárias na cidade. O órgão garantiu que irá enviar uma equipe ao local para atender aos pedidos e reforçar a manutenção e a conservação das vias.

Sobre os problemas com pessoas em situação de rua, a administração informou que monitora as demandas do tipo e está em constante diálogo com os órgãos responsáveis, com o objetivo de garantir que as devidas medidas sejam adotadas. “Nos últimos meses, diversas operações de acolhimento foram realizadas em conjunto com diversos órgãos do GDF, visando oferecer apoio e soluções para essas pessoas em situação de vulnerabilidade”, sustentou a administração em nota.

A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) informou que não pretende mudar o Centro Pop de local e que ele está instalado em uma área central de fácil acesso à população de rua, conforme preconiza a política pública do Sistema Único de Assistência Social (Suas). A pasta frisou que não faz remoção de pessoas em situação de rua, mas se esforça para garantir os direitos de uma população vulnerável e bastante estigmatizada.

A secretaria acompanha, sistematicamente, as pessoas em situação de rua do DF, incluindo as que vivem na região de Taguatinga e na Praça do Relógio, por meio de 27 equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) organizadas nas regiões administrativas. As equipes podem ser acionadas pela população por meio da Ouvidoria, no 162.

*Estagiário sob supervisão de Eduardo Pinho

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Fórum ressalta importância de agenda ambiental e inclusiva na economia

Expoentes da economia nacional, com uma participação de quase 10% do Produto Interno Bruto, os setores de seguros e de franquias têm potencial para dar uma contribuição ainda mais relevante ao crescimento econômico do país. Para proporcionar mais benefícios à sociedade, no entanto, é necessário consolidar os importantes marcos regulatórios aprovados recentemente e afastar a insegurança jurídica. Assim será possível obter novas conquistas, como ampliação da cobertura securitária da população brasileira e novas oportunidades de negócios.

Essas são algumas das conclusões do CB Fórum, realizado ontem, na sede do Correio Braziliense. Com o tema Alavancas de Crescimento Econômico: perspectivas e diálogo entre os setores de seguros e franquias, o evento reuniu autoridades do Judiciário e do Executivo, além de chefes de agências reguladoras e representantes do mercado de seguros e franquias. O CB Fórum teve apoio da Prudential do Brasil e apoio institucional da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).

Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes destacou que o Brasil tem potencial para se tornar economicamente próspero, sem deixar de lado a proteção do meio ambiente, garantida pela Constituição Federal de 1988.

“Não escapa a nenhum de nós aqui presentes as potencialidades do Brasil para se tornar um país economicamente próspero, socialmente justo e ambientalmente equilibrado. Setores privados da economia, passando por atividades industriais de ponta, até serviços prestados ao mercado brasileiro, não são poucos os caminhos que já trilhamos para gerar riqueza e prosperidade”, destacou o magistrado.

O ministro destacou que a responsabilidade sobre o meio ambiente é de todas as gerações. “O Brasil precisa dar mais um passo nesse processo a fim de assegurar que a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico sejam conjugados com a concretização da fraternidade plasmada na justiça climática e a responsabilidade intergeracional”, ressaltou.

Gilmar Mendes observou que o mercado de seguros também está atento à questão da sustentabilidade. “A proteção ambiental precisa se atualizar diante de uma mudança climática que já nos dá sinais de um futuro que se aproxima a passos rápidos. Especificamente no mercado de seguro, as principais empresas do setor têm percebido a agenda ambiental, social e de governança. Assim o mercado tem assumido um papel estratégico, tornando-se um agende indutor de práticas sustentáveis”, finalizou.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, apontou a agenda de desenvolvimento sustentável como o principal pilar e oportunidade para o crescimento econômico brasileiro. “A grande oportunidade de desenvolvimento do Brasil está na agenda do desenvolvimento sustentável”, disse.

Mello descreveu um panorama do cenário macroeconômico e apontou as estratégias necessárias para um crescimento equitativo, equilibrado e sustentável. Segundo ele, há três grandes eixos estruturantes, além de medidas no ambiente de negócios.

O economista mencionou o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no âmbito da infraestrutura; o Nova Indústria Brasil, plano governamental de implantação da nova política industrial; e o Plano de Transformação Ecológica, conjunto de políticas públicas que visa promover o desenvolvimento sustentável do Brasil.

“Esses três planos dialogam e se articulam entre si. E é isso que compõe uma estratégia de desenvolvimento, onde você consegue olhar para o conjunto da economia”, destacou.

O secretário enfatizou ainda que um crescimento econômico sustentável precisa necessariamente combinar inclusão social e sustentabilidade ambiental. “A combinação de um cenário macroeconômico mais estável, mais amigável ao investimento, além de uma série de planos, estratégias e instrumentos que vão abarcar um conjunto amplo de setores da economia brasileira, é o que vai permitir ao Brasil aproveitar, criar e impulsionar o crescimento econômico sustentável”, sustentou.

Por sua vez, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Uallace Moreira Lima, argumentou que o país depende de políticas perenes e estruturantes para se desenvolver. “Nenhum país do mundo consegue crescimento sustentável inclusivo com programas de governo — porque governo passa — mas com programas de Estado”, comentou.

O secretário do Mdic destacou que projetos como o Novo PAC, a reforma tributária e o Marco das Garantias são decisivos para um crescimento econômico “robusto, sustentável e inclusivo”.

Citando o crescimento da indústria nacional, Moreira Lima mencionou a existência de bases econômicas para expansão do setor de seguros e de franquias. “Sem esses dados, não existe mercado de seguros, e não existe mercado de franquias”, pontuou o secretário.

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Artigo: A formação médica no Brasil está em risco?

Marcelo Morales

O Brasil tornou-se o vice-campeão mundial em número de escolas médicas, com cerca de 390 instituições em funcionamento, atrás apenas da Índia, que tem mais de 600, segundo a Radiografia das Escolas Médicas 2024, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Desde 2000, quando o país contava com apenas 80 escolas, houve um aumento acelerado e desordenado, sem o suporte necessário para garantir ensino de qualidade. Se essa expansão continuar no mesmo ritmo, o Brasil pode ultrapassar a Índia em número absoluto de escolas médicas nos próximos levantamentos. Em termos proporcionais, considerando a população seis vezes maior da Índia, estamos à frente.

Esse crescimento descontrolado levanta uma questão fundamental: a expansão de escolas tem ocorrido sem critérios claros, mesmo com a existência de regras regulatórias, resultando na formação de mais médicos, mas sem infraestrutura adequada para garantir um ensino de qualidade. Segundo o CFM, 78% das cidades que sediam faculdades de medicina não possuem a estrutura mínima exigida, como hospitais de ensino, leitos do SUS e equipes da Estratégia Saúde da Família. Sem essas condições, a formação prática torna-se inviável, comprometendo a qualificação profissional e, consequentemente, a segurança dos pacientes.

Enquanto instituições sem condições mínimas seguem sendo autorizadas, universidades de excelência, como a PUC-Rio, enfrentam dificuldades para abrir seus cursos. Esse descompasso revela um sistema regulatório falho, que prioriza quantidade em detrimento da qualidade. Como consequência, profissionais mal preparados chegam ao mercado, agravando os desafios da saúde pública e colocando em risco a credibilidade da medicina brasileira.

O problema se estende à residência médica, etapa essencial para a especialização. O aumento expressivo de vagas na graduação não foi acompanhado pela criação proporcional de novas vagas na residência, criando um gargalo preocupante. Muitos recém-formados, especialmente aqueles que financiaram os estudos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho e pagar suas dívidas. Além disso, a bolsa de residência é insuficiente para garantir a subsistência em grandes cidades, desestimulando a adesão a programas de especialização e ampliando desigualdades na distribuição de médicos pelo país.

Para enfrentar esse cenário, o Projeto de Lei nº 2294/2024, em tramitação no Senado, propõe a criação de um exame nacional de proficiência em medicina. A iniciativa, apoiada pela Academia Nacional de Medicina, Associação Médica Brasileira e pelo próprio CFM, busca garantir que médicos recém-formados possuam as competências essenciais para exercer a profissão com segurança e ética. Modelos semelhantes são adotados em países como Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, onde exames rigorosos asseguram que todos os médicos, independentemente da instituição de ensino, atendam aos mesmos padrões de qualidade antes de atuar.

No Brasil, o exame será um mecanismo essencial para qualificar a formação médica, mas não resolverá sozinho os desafios estruturais do ensino. A abertura de novas escolas deve obedecer a critérios rigorosos, permitindo apenas aquelas com infraestrutura adequada, enquanto as existentes precisam ser reavaliadas e obrigadas a cumprir os padrões exigidos. Atualmente, muitas instituições funcionam sem a estrutura básica necessária, comprometendo a formação dos estudantes e a segurança dos pacientes. É urgente corrigir essas falhas e garantir que todas as faculdades atendam aos requisitos essenciais para uma educação médica de qualidade.

O futuro da medicina brasileira não pode se resumir a números. É preciso um compromisso real com a excelência na formação, garantindo que médicos estejam preparados para atender a população com competência e segurança. Se nada for feito, a qualidade da medicina no Brasil continuará a se deteriorar. O momento exige planejamento, regulamentação eficaz e ações concretas para evitar que a crise na formação médica comprometa ainda mais a saúde pública.

*Médico e biofísico, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro das Academias Brasileiras de Ciências e Nacional de Medicina e da Nacional de Farmácia

Picolé para animais, caminhão-pipa para trabalhadores e alta procura por ventiladores: como o RS está lidando com onda de calor

🥵 Com as altas temperaturas registradas nas últimas semanas no Rio Grande Sul, cada vez mais as pessoas procuram por maneiras de diminuir a sensação térmica. Alguns locais adotam medidas criativas para aliviar o calor.

Na segunda-feira (10), Porto Alegre chegou a ser a capital mais quente do Brasil, com temperatura máxima de 37,9°C, segundo medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Calor esse que traz riscos à saúde, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), que emitiu um alerta orientando profissionais da rede em relação à proteção à saúde da população durante o período de calor extremo.

Os bichos também sofrem. Segundo o secretário geral do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS (CRMV-RS), Henrique Noronha, em entrevista a RBS TV, é importante aumentar a quantidade de água ingerida pelo animal.

Caminhão-pipa para trabalhadores

💦 A Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa), localizada na Capital, colocou em prática um sistema de refrescamento para os trabalhadores. Com quatro caminhões-pipa, chuveiros espalhados pelo pátio e água a disposição, além de mangueiras de jato para molhar os carregadores (veja no vídeo abaixo).

Picolés para animais do zoológico

🍦 No Parque Zoológico de Sapucaia, na Região Metropolitana de Porto Alegre, os animais também recebem tratamento especial durante os dias de calor excessivo. Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (SEMA), que administra o local, a alimentação dos inquilinos inclui picolés e bolos de frutas, além de água fresca para garantir que os animais se mantenham bem hidratados.

Ainda de acordo com a SEMA, alguns animais recebem banhos de mangueira, o que auxilia no resfriamento. As furnas do zoológico são equipadas com ar condicionado, proporcionando um ambiente mais fresco. Além disso, todos os recintos possuem áreas de sombra, seja por árvores ou telhados, permitindo que os animais se abriguem do calor intenso. Na área da piscina, tigre e ursos podem se refrescar no ambiente aquático”.

Piscina para os pets

🐶 Os animais domésticos também precisam de cuidado especial. Segundo Henrique Noronha (CRMV-RS), os animais têm que evitar, além do calor excessivo, o chão quente que pode causar queimadura das coxinhas plantares (as almofadinhas).

Com o calor, a procura por locais adequados aumentou. É o caso de um hotel pet em Porto Alegre, que teve uma alta na procura por hospedagem.

A proprietária do local, Vanessa Kreitchmann Cavalcanti, explica que algumas medidas foram tomadas para aliviar a sensação de altas temperaturas nos animais, como transferir atividades para a área interna – climatizada, além de utilizar frutas congeladas e gelos para as atividades no calor. Por fim, o local instalou uma piscina para aliviar o calor dos pets.

“A piscina é rasa, da para molhar a barriguinha e muitos, 99% acabam deitando e ficando ali mesmo, conta Vanessa.

“A piscina é rasa, da para molhar a barriguinha e muitos, 99% acabam deitando e ficando ali mesmo, conta Vanessa.

Aumento na procura por ar-condicionado e ventilador

🧊 Segundo levantamento do Sindilojas Porto Alegre, lojistas relatam aumento na procura por ventiladores e aparelhos de ar-condicionado. Uma pesquisa, realizada no último dia 7 pelo Núcleo de Pesquisas do Sindilojas Porto Alegre, mostra que para 47,5 % dos lojistas, a venda de ventiladores tende a crescer. Já para a compra de aparelhos de ar-condicionado, esse número sobe para 73,3%.

De acordo com Arcione Piva, presidente do Sindilojas Porto Alegre, esse aumento é algo esperado.

“A estação mais quente do ano tem se mostrado agressiva, com os tradicionais dias abafados, impactando na compra desses eletrodomésticos. As vendas vêm acontecendo e segundo a pesquisa, há margem de aumento, impactando de forma positiva toda essa cadeia produtiva”, afirmou.

Altas temperaturas no RS

🌡 A onda de calor que atinge praticamente todo o território do RS deve chegar ao pico nesta semana. É o que aponta o Inmet, que mantém alerta de grande perigo e grau máximo no RS válido até esta quarta-feira (12).

Conforme informações da Climatempo, as máximas em Porto Alegre podem chegar aos 40ºC. Em medição preliminar, uma das estações automáticas do Inmet registrou 38,4ºC na tarde de terça (11).

Recorde histórico em Quaraí

A cidade de Quaraí, na Fronteira Oeste do RS, registrou 43,8ºC na terça-feira da última semana (4). De acordo com a Climatempo, essa é a maior temperatura registrada no Rio Grande do Sul desde pelo menos 1910, quando começaram as medições regulares do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no estado.

Ainda de acordo com a Climatempo, essa é também a temperatura mais alta registrada no Brasil em 2025. Essa é a terceira vez que Quaraí atinge a marca no ano – antes, havia registrado calor de 42,5ºC, na segunda-feira (3), e 42,4ºC , em 23 de janeiro.

Cuidados com a saúde

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgou um alerta para sintomas e cuidados com o calor excessivo, são eles: Transpiração excessiva, fraqueza, tontura, náuseas, dor de cabeça, cãibras musculares e diarreia. Ao sentir esses sintomas, a pessoa deve procurar atendimento nos serviços de saúde de sua região.

Como aliviar o calor:

Aumentar o consumo de água durante todo o dia.

Usar roupas leves e de cores claras.

Ficar na sombra sempre que puder.

Evitar esforço entre 10h e 16h.

Tomar banhos frios para refrescar o corpo.

Usar protetor solar e acessórios de proteção.

VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Quando o lugar da moradia amplia o perigo climático

POR MOHEMA ROLIM* — Diante do aumento de 460% de desastres climáticos no Brasil desde a década de 1990, do estudo “2024 – O Ano Mais Quente da História”, realizado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, percebemos que os efeitos das mudanças climáticas não são um problema do futuro, eles já estão entre nós. Mesmo quem não acredita no aquecimento global decorrente, principalmente, da ação humana, é capaz de perceber as mudanças no regime e na precipitação das chuvas, o aumento dos períodos de calor, o avanço das águas em cidades litorâneas e o aumento do período de estiagem.

Com o efeito das mudanças climáticas em curso é inegável, também, a ameaça à extinção de diversas espécies, seja pelo derretimento das geleiras que causa escassez de alimentos aos Ursos Polares, ou pelo aumento da estiagem que expõe e facilita a caça do Peixe-Boi-da-Amazônia, ou pelo aumento da temperatura para os répteis que não têm a capacidade de autorregular a temperatura corporal. Parece igualmente evidente que todos esses fatores podem causar danos à vida humana. Porém somos a espécie homo sapiens e temos a nosso favor a capacidade de adaptação que possibilita a existência da vida humana, apesar das condições adversas.

Mas, somos todos iguais? Sim, do frágil ponto de vista das capacidades cognitivas avançadas, mas, definitivamente, não estamos todos no mesmo barco, não partimos do mesmo ponto, não temos os mesmos obstáculos, nem o mesmo tempo e, principalmente, não temos as mesmas condições de moradia.

Então, não, não estamos todos com igual acesso à adaptação climática. As pessoas mais ameaçadas, as que vivem em condições de vulnerabilidade social, estão mais profundamente lançadas aos efeitos das mudanças climáticas e dependem, basicamente, da sorte. E aqui falamos de uma combinação de circunstâncias que podem ser fatais, e para essas pessoas é como estar no lugar errado e na hora errada, o tempo todo. São das comunidades e favelas os CPFs que alongam as listas de mortos, feridos e desabrigados, dos que perderam tudo o que tinham. É neste espaço onde o Poder Público investe menos em infraestrutura urbana e estratégias de mitigação – e é também onde o socorro demora mais a chegar.

No Brasil, aproximadamente 4 milhões de pessoas residem, atualmente, em áreas de risco, segundo dados do Ministério da Integração e do Serviço Geológico. Vários estados têm enfrentado chuvas intensas que resultaram em mortes, desabrigo e prejuízos bilionários. As enchentes no Rio Grande do Sul deixaram mais de 200 mortos e milhares de famílias desalojadas. Em janeiro, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em 10 municípios nordestinos, localizados na Bahia, Ceará, Paraíba e Piauí, por estiagem e seca.

É necessário e urgente que o poder público invista na melhoria da infraestrutura urbana com construção de sistemas de drenagem eficientes para prevenir enchentes, construção de diques, muros de contenção e barreiras naturais em áreas suscetíveis a enchentes e deslizamentos, além da melhoria dos acessos viários. É urgente, ainda, o reforço nas moradias por meio da implementação de programas de reforma para melhorar a estrutura de casas em áreas vulneráveis, assim como a implementação de sistemas de alerta precoce e informação, com investimento em tecnologias para monitoramento em tempo real de condições climáticas e capacitação de comunidades para que estejam informadas dos riscos e consigam agir em emergência. Neste cenário, são igualmente relevantes os investimentos na recuperação ambiental, além da conservação de zonas de amortecimento natural como manguezais e pântanos.

Tudo isso, porém, só é possível com políticas públicas bem desenhadas, legislação eficaz e recursos significativos. As parcerias institucionais entre governos, ONGs, universidades e setor privado também contribuem na criação de soluções de adaptação e financiamento de projetos sociais. Em um cenário onde os riscos climáticos se intensificam, fica evidente que a geografia da insegurança reflete uma desigualdade que vai além da economia e afeta a própria sobrevivência. É preciso repensarmos nossas cidades para garantir que o lugar onde se mora não seja um fator que amplifique o perigo, mas, sim, um espaço de proteção e resiliência e, sobretudo, um direito acessível e protegido para todos.

*Gerente de Programas da ONG Habitat para a Humanidade Brasil