Embratur cria programa para aumentar número de voos internacionais para o Brasil

O governo quer atrair novos voos internacionais com destino ao Brasil. Para isso, criará um programa, executado pela Embratur, que prevê o uso de recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), no qual as companhias de aviação e aeroportos poderão promover, em parceria, as rotas aéreas estreantes em campanhas de publicidade e outras ações.

Deverá ser publicado hoje no Diário Oficial o primeiro edital do Programa de Aceleração do Turismo Internacional (Pati), que prevê a realização de parceria público-privada com as companhias aéreas e aeroportos. A meta é ampliar o número de assentos e voos internacionais que aterrissam no Brasil.

Segundo interlocutores do governo, a primeira fase será de testes e ajustes, com previsão de investimentos de cerca R$ 7 milhões. Metade desse valor será de recursos públicos, e o restante, das empresas.

O edital convida as companhias aéreas e aeroportos a lançarem novos voos internacionais com destino ao Brasil e apresentarem propostas de investimento na promoção desses trajetos.

São exemplos campanhas publicitárias no país de origem dos voos e a realização de viagens promocionais com jornalistas, influenciadores digitais e operadores de turismo estrangeiros.

‘Mercados estratégicos’

Segundo o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, esse programa é inédito no país. Ele destacou que serviram de referência para o Brasil iniciativas adotadas por países como Reino Unido, Espanha, Irlanda e Suécia.

— O alcance das metas de crescimento do turismo internacional no Brasil está intrinsecamente associado a um fator de mercado, que é a conectividade aérea. Não adianta o crescente interesse internacional em conhecer o Brasil, se não houver voo direto ou com conexões curtas, em preço competitivo. Com esse programa, adaptamos para nossa realidade as melhores práticas internacionais de atração de novos voos — disse Freixo.

A estimativa é que o programa gere cerca de 83 mil novos assentos. Atualmente, há em torno de 13 milhões de assentos em aviões internacionais que vêm para o país, e a previsão para este ano, sem o programa, é que o volume atinja cerca de 15 milhões.

O edital também estabelece critérios que privilegiam voos a partir de países considerados “mercados estratégicos” — ou por já enviarem uma grande quantidade de turistas para o Brasil, ou porque são grandes emissores internacionais.

É o caso, por exemplo, de Alemanha e China, segundo e terceiro maiores emissores de turistas no mundo, mas que ocupam apenas a oitava e a vigésima posições entre os que mais visitam o Brasil, respectivamente.

Em 2023, mais de 60% dos turistas alemães que visitaram o Brasil vieram em voos com conexão em outros locais da Europa, o que evidencia a baixa conectividade com aquele país. Já os voos diretos da China para o Brasil serão retomados apenas em maio deste ano.

A contrapartida da Embratur é financeira: com recursos do FNAC, a estatal vai bancar parte das ações de promoção das novas rotas aéreas. Serão R$ 40 para cada assento em novo voo que pouse no Brasil, durante o período de 27 de outubro deste ano a 29 de março de 2025. A companhia aérea também entraria com R$ 40.

Pontuação vai variar

O edital prevê pontuações crescentes para as propostas que projetem um investimento privado maior que o público. Ao mesmo tempo, estabelece penalidade na pontuação das propostas com contrapartidas menores que o valor investido pela Embratur.

Para pleitear o recurso, a companhia tem de garantir um crescimento da malha aérea em relação à temporada anterior. Assim, o dinheiro estará vinculado aos novos assentos e deverá ser investido na promoção das rotas.

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Na disputa por recursos do FNAC, a criação de rotas que decolem de aeroportos que não têm voo direto para o Brasil ganhará pontos. A frequência semanal maior do voo também será premiada com maior pontuação, assim como a conveniência do horário de chegada e partida, com preferência para o intervalo entre 9h e 18h.

Também serão mais bem ranqueadas as propostas que usarem aeronaves mais modernas, que emitam menos carbono na atmosfera. Além disso, terão mais chances empresas com políticas de sustentabilidade e meio ambiente, combate ao tráfico de pessoas, atendimento à mulher, inclusão social e diversidade.

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