Ano eleitoral e inflação adiam leilões da infraestrutura

As concessões de infraestrutura entraram, definitivamente, em marcha lenta, influenciadas pelo ano eleitoral e pela alta da inflação, que provocam o aumento do custo de insumos e o atraso de projetos.

No estado de Minas Gerais, por exemplo, a duplicação da BR-381 e a relicitação da BR-040 ficaram para o ano que vem (2023). Os leilõe de dois lotes de rodovias estaduais (no Sul de Minas e no Triângulo) e do Rodoanel, marcados para abril, foram adiados para o final de julho. Além disso, o projeto da ampliação do metrô de Belo Horizonte também um adiamento, mas deve ter início ainda em 2022.

No setor de construção, a inflação está acima de 30%. A alta dos juros, com a taxa Selic em 11,75%, representa um obstáculo para os investidores, analisam os especialistas.

“Voltamos a ter um cenário de incertezas. Estamos vendo um cenário internacional de aumento de preços e, no caso do setor da infraestrutura, com muitas variações no preço dos insumos, com aumentos fortes em períodos muito curtos. Isso afeta os contratos e os planos de investimentos são revisados”, afirma Ana Maria Castelo, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE).

No Rio de Janeiro, o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, já havia anunciado o adiamento do leilão do aeroporto Santos Dumont para 2023 ou 2024, juntamente com o certame de concessão do terminal international do Galeão.