Estudantes do Senai-DF conquistam medalha de excelência na França

Os alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF) Samuel Augusto Marins Bastos, de 21 anos, e Thaylon Roberto Muniz da Silva, de 19, foram premiados nesse domingo (15/9) com a medalha de excelência na categoria de segurança cibernética na WorldSkills Lyon, na França. A premiação ocorreu durante a cerimônia de encerramento do torneio, realizada no Groupama Stadium, que fica na região metropolitana de Lyon, na França. Para assistir à cerimônia completa, clique aqui.

Samuel e Thaylon representaram o Brasil contra estudantes de outros 20 países, e foram uma das duplas que receberam a medalha de excelência. Essas medalhas são concedidas aos estudantes que atingem 700 ou mais pontos no torneio, indicando se os competidores cumpriram todos os parâmetros exigidos para a prova e, portanto, certifica o alto nível técnico de quem as recebe. O ouro ficou com a dupla da Suíça, a prata com a do Irã e a dupla de Taipé Chinesa levou o bronze.

“O Senai-DF trouxe para a WorldSkills Lyon 2024 um grupo bastante competente e essa medalha é um retrato da qualidade do ensino e das estruturas que ofertamos gratuitamente para a população”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra) e do Conselho Regional do Senai-DF, Jamal Jorge Bittar, que visitou o local das disputas e prestou apoio aos competidores da instituição.

Também representaram o Senai-DF no torneio Miguel Herculano Sousa, de 16 anos, na ocupação Pintura Decorativa, e Rian Patrik da Conceição Lima, de 18 anos, em Funilaria.

03/09/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Quatro Estudantes do Senai na WorldSkills. Na foto, Samuel Augusto Marins Batos e Thaylon Roberto Muniz (Moreno)

A competição

Durante os quatro dias do evento, os competidores da ocupação de segurança cibernética tiveram que executar tarefas em três módulos autônomos, que abrangeram segurança de infraestrutura corporativa, investigação forense e CTF — sigla para Capture the Flag, disputa em que os competidores precisaram encontrar vulnerabilidades em sistemas.

Para Thaylon, o longo processo de treinamento e o entrosamento foram fatores que levaram a dupla do Senai-DF à conquista da Medalha de Excelência. “O esforço mútuo foi muito importante para o resultado”, disse, referindo-se ao parceiro de torneio, Samuel. “O nível da prova estava forte, uma vez que estávamos concorrendo contra países que são referência mundial na área, e ainda assim fomos muito bem”, avalia.

Samuel, parceiro de Thaylon na competição, iniciou os estudos no Senai-DF em 2020, no curso Técnico em Eletrotécnica, ofertado gratuitamente por meio do DF Inova Tech. “Eu tenho gratidão por todos os envolvidos em minha trajetória. A educação é o melhor e único jeito de transformar a nossa realidade. Quanto mais as pessoas tiverem oportunidades, melhor será para crescimento delas”, disse o jovem.

O programa DF Inova Tech é realizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF e pela Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP-DF) e executado pelo Senai-DF. A iniciativa qualifica profissionais em cursos de tecnologia e inovação de forma gratuita.

Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, Leonardo Reisman, a premiação representa a coroação de uma importante parceria entre a secretaria, a FAP-DF e o Senai-DF que, além de qualificar os alunos, promove tanto a inserção do profissional no mercado de trabalho quanto a sua recolocação. “As histórias desses alunos são uma inspiração para todos que desejam trilhar o caminho da tecnologia”, acredita o secretário.

Chips que simulam vasos sanguíneos auxiliam na produção de remédios

» Karin Santin*

Cientistas desenvolveram chips que simulam vasos sanguíneos e linfáticos para ajudar na produção de medicamentos. A ideia é que sejam utilizados desde o processo pré-clínico à testagem farmacêutica. Contribuições potenciais incluem acelerar testes, aumentar a segurança e reduzir experiências com animais. A pesquisa é conduzida pela Universidade de Agricultura e Mecânica do Texas (TA&MU), nos Estados Unidos, cujo foco se concentra em análises clínicas relativas de doenças vasculares e hematológicas.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica TA&MU. Os autores buscam aplicar a pesquisa em células para desenvolvimento de tratamentos sob medida. “Testar medicamentos é o valor comercial final porque você está sempre interessado em lidar com uma doença e curar pacientes”, afirma Abhishek Jain, professor de Engenharia Biomédica e líder do laboratório responsável pelo estudo, em comunicado à imprensa.

Os chips utilizam sistemas microfluídicos com uma rede de capilares (tubos) de diâmetro similar ao de um vaso sanguíneo em que células sanguíneas são bombeadas em velocidade semelhante à do corpo humano. “Os capilares podem ser revestidos com células parecidas com as da parede vascular ou com proteínas encontradas na parede vascular. Assim, é possível verificar interações entre as células no vaso e as respostas das células às drogas a serem testadas”, destaca Nicola Conran Zorzetto, coordenadora do Laboratório de Inflamação Vascular do Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutora em Bioquímica.

Para a conclusão dos testes clínicos, são esperados, em média, de 10 a 15 anos, considerando, o intervalo entre a descoberta e a aprovação final. “A implementação (dessa tecnologia) também tem potencial de reduzir custos e melhorar a eficiência do processo de desenvolvimento farmacêutico”, diz a pesquisadora Suélia Siqueira, doutora em Engenharia Eletrônica Biomédica que pesquisa a tecnologia organ-on-a-chip (“órgão em chip” em tradução livre) na Universidade de Brasília (UnB).

Segundo Siqueira, essa tecnologia pode ser equipada com microssensores que monitoram o comportamento celular em resposta a estímulos em tempo real. De acordo com ela, esses aparelhos atuam como biomiméticos, que buscam reproduzir funções fisiológicas de órgãos e tecidos humanos. “Células humanas do tecido de interesse ou células-tronco são cultivadas dentro do dispositivo e mantidas com soluções que promovam seu crescimento e manutenção”, descreve.

Para Nicola Zoerzetto, da Unicamp, uma das utilidades de chips microfluídicos seria avaliar a deformabilidade de células – brancas e cancerígenas -, para a pesquisa e tratamento de doenças relacionadas ao sangue. Ela acrescenta que a análise dos glóbulos vermelhos é outra via potencial de pesquisa, como no caso de alterações de deformabilidade e formato em quadros de malária. “No nosso laboratório, utilizamos o sistema microfluídico com biochips para estudar como células sanguíneas de pacientes com anemia falciforme interagem e aderem para entender os mecanismos da doença. Acompanhamos também os efeitos benéficos de tratamentos recebidos por eles”, relata.

Suélia Siqueira, da UnB, afirma que a área de pesquisa e confecção de chips biomiméticos enfrenta desafios de infraestrutura e financiamento no Brasil, principalmente em comparação a países como os Estados Unidos e a Alemanha, avançados na área. Ela desenvolve um trabalho junto à equipe de cientistas do Núcleo de Pesquisas e Inovação em Organ-on-a-chip e Engenharia de Tecidos da UnB para análise da angiogênese em feridas crônicas. “A proposta principal seria o teste de equipamentos médicos desenvolvidos pela equipe, como os de luz LED e biomembrana de látex natural, que promove a cicatrização”, destaca. (K.S.)

* Estagiária sob supervisão de Renata Giraldi

Dispositivo com tecnologia para processar quantidades muito pequenas de líquido utilizando canais minúsculos em que o fluxo é controlado por válvulas. Os canais têm espessura menor do que a de um fio de cabelo e podem ser feitos em papel, vidro, géis ou polímeros. Devido à pequena escala do sistema, os líquidos fluem de maneira estável, replicando uma mecânica presente em sistemas naturais como o sistema circulatório humano.

A pesquisa científica na UnB: desafios e perspectivas para a pós-graduação

A Universidade de Brasília (UnB) atravessa um momento de transformação. O primeiro semestre se encerra em breve e, com ele, se abre a perspectiva de uma nova gestão, que deve assumir em novembro, após o Conselho Universitário referendar democraticamente o resultado da Consulta e da nomeação da Presidência da República.

Não são poucos os desafios que a reitora escolhida na consulta à comunidade, Rozana Naves, e seu vice-reitor, Márcio Muniz, têm pela frente. Considerando o papel fundamental da pesquisa na Universidade, é importante destacar alguns problemas desta área.

É preciso ter clareza de que os desafios para a pós-graduação no Brasil são diversos e refletem tanto questões estruturais do sistema educacional quanto fatores externos, como condições políticas, econômicas e sociais. A redução do financiamento público é, sem dúvida, o maior desses fatores. O financiamento das universidades e instituições de ensino superior públicas tem sido reduzido nos últimos anos, afetando diretamente programas de pós-graduação, pois grande parte deles depende de bolsas de estudos e de fomento para pesquisa.

Além disso, a compra de insumos e a manutenção de laboratórios é igualmente afetada. A diminuição do orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) prejudica, de maneira indiscutível, a continuidade e a qualidade dos programas de pós-graduação.

Na UnB, em particular, o financiamento insuficiente tem um efeito devastador: sem bolsas de estudo e com infraestrutura insatisfatória, a evasão na pós-graduação tem sido notada. Isso também dificulta a qualificação de Programas nota 3 ou 4, que equivalem a aproximadamente 42%dos PPGs da instituição. Cerca de 41% dos programas possuem nota 5, e apenas 17% têm notas 6 ou 7, considerado o patamar de excelência nacional ou internacional.

No que tange a quesitos que avaliam a excelência dos PPGs, cumpre que a nova administração considere a indução e facilitação de processos para a internacionalização dos programas, para que estes participem de redes internacionais de pesquisa. A falta de parcerias internacionais robustas, dificuldades na mobilidade de estudantes e professores, e o baixo índice de publicações em revistas científicas internacionais são desafios para a projeção da ciência produzida em nossa Universidade.

Todas as metas para a qualificação dos Programas da UnB se beneficiarão enormemente da diminuição da burocracia excessiva, pois os processos administrativos demasiadamente complexos e exigentes, em diferentes sistemas, atrasam a pesquisa e desestimulam pesquisadores, o que se reflete no baixo número de docentes inseridos em programas de pós-graduação.

Para que o trabalho desenvolvido no interior dos programas seja devidamente reconhecido, é preciso fortalecer as secretarias dos Programas com apoio institucional para o preenchimento da Plataforma Sucupira e para a autoavaliação, atualmente uma das etapas decisivas para a avaliação da Capes.

No que diz respeito à diversidade e à redução das desigualdades, muito foi feito. Como se sabe, a UnB foi pioneira na adoção de cotas raciais em 2004, e recentemente estendeu essa política para a pós-graduação, criando a política de ação afirmativa para negros, indígenas e quilombolas. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir não só a diversidade e a inclusão, mas a melhoria das condições de acesso e de permanência nos programas de pós-graduação, especialmente em relação a grupos historicamente marginalizados, como mulheres, negros, população LGBTQIAPN , indígenas e pessoas com deficiência.

Por fim, é necessário desenvolver instrumentos que apoiem a comunidade acadêmica, profundamente afetada em sua saúde mental no período pós-pandemia. Os estudantes de pós-graduação, em particular, têm enfrentado elevados níveis de estresse, depressão e ansiedade, decorrentes da pressão por resultados e da incerteza quanto ao futuro. Esses desafios configuram um mosaico de grande complexidade, que abrange problemas estruturais, financeiros e locais. Para avançar na qualificação e na formação de mestres e doutorados, cabe promover a valorização do conhecimento científico e da carreira acadêmica— elementos cruciais para o futuro da universidade pública.

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Qualidade do ensino superior a distância

DANIELA GLAETE SOARES LINS —Integrante do Núcleo Regional ABED de Recife (PE), coordenadora e professora de educação profissional, e professora e coordenadora dos cursos técnicos da ETE Professor Lúcio Ávila Pessoa, escritora e tutora EaD (UPE)

Em 15 de setembro, começa em Brasília o 29º CIAED — Congresso Internacional ABED de Educação a Distância —, realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), a principal referência latino-americana e de países de língua portuguesa de educação a distância. Nesta edição, a ABED prevê reunir mais de 2 mil pessoas em torno da Educação a Distância de Qualidade. Reflexões como esta, trazidas pela educadora, estarão presentes em todo o evento, que termina no dia 18 de setembro.

Nos últimos anos, o ensino superior a distância tem se destacado como uma modalidade educacional crescente e significativa. Esse modelo ganhou ainda mais relevância com a pandemia da covid-19, que acelerou a adoção de práticas de ensino remoto. No entanto, a qualidade do ensino a distância é um tema que gera debates e exige uma análise detalhada para garantir que seja uma alternativa viável e eficaz ao ensino presencial.

O ensino superior a distância oferece uma série de vantagens destacadas para sua atratividade e eficácia. Uma das principais vantagens é a flexibilidade. O estudante pode acessar o conteúdo das aulas a qualquer momento e em qualquer lugar, possibilitando a conciliação dos estudos com o trabalho, a família e outras responsabilidades. Essa flexibilidade é especialmente benéfica para adultos que buscam continuar sua formação acadêmica sem comprometer suas atividades diárias.

Outra vantagem significativa é a democratização do acesso à educação. Pessoas que vivem em áreas remotas ou que enfrentam dificuldades de deslocamento podem, através da Educação a Distância (EaD), acessar cursos de qualidade sem precisar mudar de cidade ou enfrentar longas jornadas diárias. Isso é particularmente importante em um país com dimensões continentais como o Brasil, onde as disparidades regionais são marcantes.

Além disso, o custo é um fator relevante. Cursos a distância geralmente são mais acessíveis do que os presenciais, tanto em termos de mensalidades quanto de gastos adicionais, como transporte, alimentação e material didático. Essa redução de custos torna a educação superior mais acessível para uma parcela maior da população. Apesar das vantagens, a qualidade do ensino superior a distância enfrenta alguns desafios que precisam ser superados. Um dos principais desafios é a infraestrutura tecnológica. Tanto os alunos quanto as instituições de ensino precisam ter acesso a equipamentos adequados e uma conexão à internet de qualidade para a experiência educacional ser garantida.

A metodologia de ensino também precisa ser adaptada à modalidade a distância, além de fazer uso de materiais didáticos de alta qualidade e contar com estratégias pedagógicas que promovam a interação e o envolvimento dos alunos, tais como: fóruns de discussão, chats e videoconferências, que são fundamentais para manter uma comunicação eficaz entre alunos e professores.

O papel do corpo docente é outro fator crucial para a qualidade do ensino a distância. Professores capacitados para a EaD precisam ser proficientes no uso de tecnologias educacionais e capazes de criar um ambiente virtual de aprendizagem que seja estimulante e produtivo. A formação contínua desses profissionais é fundamental para manter a qualidade do ensino. Além do feedback contínuo, permite que as instituições identifiquem pontos fortes e áreas que precisam ser melhoradas, ajustando suas práticas pedagógicas para atender melhor às necessidades dos alunos.

Contudo, o ensino superior a distância tem se consolidado como uma modalidade educacional importante e necessária no cenário atual. A qualidade desta modalidade depende de diversos fatores, incluindo infraestrutura tecnológica, metodologia de ensino, qualificação do corpo docente e um processo específico de avaliação. Enfrentando os desafios e aproveitando as vantagens, a EaD pode oferecer uma educação superior de alta qualidade, acessível e eficaz. À medida que a sociedade se torna cada vez mais digital, o ensino superior a distância não é apenas uma alternativa, mas uma necessidade adaptativa às novas dinâmicas sociais. Para garantir a sua qualidade, é fundamental um compromisso contínuo com a inovação e a excelência educacional.

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Ambulante denuncia cobrança de taxa para barracas ficarem próximas a evento

Em meio aos debates sobre a liberação de eventos culturais no Eixão do Lazer aos domingos, surge a denúncia, feita por uma ambulante, de que produtores culturais estariam cobrando taxas para barracas que desejam se instalar nas proximidades dos eventos culturais como Samba, Choro e Jazz.

A ambulante, que preferiu não se identificar, relatou que, inicialmente, o pagamento do valor cobrado pelos produtores culturais era voluntário, mas, posteriormente, tornou-se fixo. Segundo ela, “pessoas que vendem bebidas e comidas dentro das rodas musicais chegam a pagar cerca de R$ 600 por domingo, enquanto os demais pagam entre R$ 100 e R$ 200”. A situação gerou incômodo quando as pessoas que estavam nas rodas começaram a sair para comprar produtos mais baratos com vendedores que não participam das rodas. “Muitos ambulantes querem fazer parte e há até uma fila de espera para participar, pois esses espaços atraem mais pessoas”, afirma.

Para ela, se o valor pago fosse rateado entre todos os participantes, os custos finais do evento seriam compartilhados igualmente, e não pagos de acordo com as vendas de cada um.

Dudão Melo, produtor musical do Coletivo Superjazz, explica que a cobrança se trata de uma parceria para ajudar a custear a infraestrutura do espaço. “Não temos patrocínio de empresas privadas, governo ou leis de incentivo. Começamos o projeto convidando comerciantes do entorno para participar e ajudar a custear o evento. Essa parceria é viável e benéfica para todos”, detalha.

O produtor musical defende que a parceria é vantajosa para todos e que o projeto cultural atrai o público necessário para os comerciantes venderem seus produtos. “Eles pagam uma porcentagem para cobrir custos com banheiros químicos, infraestrutura de som, geradores e limpeza, que são itens caros e que poderiam ser fornecidos pelo poder público. Precisamos do apoio dos comerciantes para cobrir os custos do projeto”, assegura.

Ele acrescenta que a parceria é consensual e feita de forma que seja interessante para todos. “Ninguém é obrigado a participar, nem será expulso, porque a área é pública. O que buscamos é uma parceria mutuamente benéfica”, conta.

Por outro lado, o DF Legal informou que tomou ciência da prática, que considera irregular. “É importante esclarecer que essa conduta não possui respaldo legal, pois trata-se de sublocação de espaço público, o que não é permitido. A autorização para ocupar um espaço público só pode ser feita pelo poder público, e qualquer pagamento por uso de área pública deve ser feito diretamente ao poder público”, afirma a pasta. O Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) declarou que desconhece a cobrança de taxa para ambulantes, mas que irá investigar o caso.

Marcio Marinho, produtor cultural do Choro no Eixo, garante que o evento não cobra taxas para a participação de ambulantes. “Desde o início do projeto, em 2020, os produtores rateiam voluntariamente os custos com infraestrutura, como 12 banheiros químicos, equipe de limpeza, coleta e descarte de lixo, brigadistas e carros-pipa. Nenhum trabalhador foi proibido de participar por não pagar o rateio. Se o poder público patrocinasse o evento, o rateio não seria necessário”, afirma.

Ana Elisa Alencar, que tem uma barraca de hambúrguer artesanal no evento Choro no Eixo, concorda com o pagamento. “Sou a favor porque quero que meu cliente permaneça, e para isso é necessária uma infraestrutura adequada. Além disso, é preciso que o ambulante, que chega de manhã e só vai embora à noite, tenha acesso a banheiros. Não é uma taxa fixa; o valor repassado varia de acordo com as vendas”, explica.

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Movimento Supera Turismo Rio Grande do Sul informa: destinos da Serra Gaúcha estão prontos para receber visitantes

Movimento Supera Turismo Rio Grande do Sul informa: destinos da Serra Gaúcha estão prontos para receber visitantes (Movimento Supera Turismo (Foto: Divulgação))

O Movimento Supera Turismo Rio Grande do Sul reforça que os destinos turísticos da Serra Gaúcha estão totalmente preparados para receber visitantes, com sua infraestrutura e atrações em plena operação. Em meio a um cenário de recuperação e fortalecimento do turismo local, o movimento convida todos a redescobrirem as belezas e as experiências únicas que a região tem a oferecer.

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Até dezembro deste ano as cias aéreas retomarão, no mínimo, 80% da movimentação de voos para o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Somente uma cia aéreas prevê retomar 100% no mesmo período. A partir do dia 21 de outubro, a LATAM volta operar voos domésticos no aeroporto no Salgado Filho, em Porto Alegre.

A Serra Gaúcha, um dos principais destinos turísticos do Brasil, abrange cidades como Gramado, Canela, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, que se destacam por sua hospitalidade, infraestrutura de alta qualidade e uma ampla gama de atrações turísticas. De eventos consagrados como o Natal Luz e o Festival de Cinema de Gramado, a experiências de enoturismo em Bento Gonçalves e festividades tradicionais em Caxias do Sul, a região segue promovendo um turismo seguro e atrativo para todos os perfis de viajantes.

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Destinos em Destaque:

Além disso, a região conta com o Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, que facilita o acesso aos turistas, com voos regulares das principais capitais brasileiras.

Apoio ao Turismo e à Recuperação do Setor:

O Movimento Supera Turismo Rio Grande do Sul está empenhado em fortalecer o turismo e promover a recuperação econômica da região. Em parceria com o Consórcio Aproveite Campos do Jordão e outras entidades, o movimento lançou a campanha Uma Força pro RS, que visa arrecadar recursos para apoiar a manutenção de empregos, distribuição de cestas básicas e fomento do setor a curto prazo.

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A campanha incentiva doações fixas mensais até dezembro ou contribuições esporádicas, e os recursos serão destinados ao Convention Visitors Bureau das cidades participantes para garantir o suporte contínuo ao setor de turismo.

Participe e Apoie:

Para mais informações, acesse o site ou entre em contato pelo e-mail contato@umaforcaprors.com.br.

Siga o @portaluaiturismo no Instagram e no TikTok @uai.turismo

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Pix registra recorde de 227,4 milhões de transações em um único dia

O volume diário de transações via Pix atingiu um novo recorde na última sexta-feira (6/9), quinto dia útil do mês. De acordo com o Banco Central, foram registradas 227,4 milhões de operações em um único dia, atingindo o valor de R$ 108 bilhões.

O recorde anterior havia sido registrado em 5 de julho, quando foram feitas 224,2 milhões de transações. “Os números são mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura digital pública, para a promoção da inclusão financeira, da inovação e da concorrência na prestação de serviços de pagamentos no Brasil”, destacou o BC em nota.

O BC, junto ao Conselho Monetário Nacional (CMN), alteraram as regras para simplificar o uso do método de pagamento, o que inclui nova função de Pix Agendado Recorrente, que deve ser lançado em 28 de outubro.

A modalidade será similar a uma transferência, mas válida para pagamento entre pessoas físicas, diferentemente do Pix Automático, que só pode ser feito para pessoas jurídicas.

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Conheça 3 modelos de Administração Pública

A Administração Pública é o aparelho do Estado, ou seja, o instrumento que o governo dispõe para executar os serviços públicos. Em termos simples, pode-se dizer que é o “braço de execução” do governo, ao se considerar apenas estes órgãos executores chega-se ao conceito de Administração Pública em sentido restrito. Essa execução decorre de decisões tomadas por órgãos políticos definidores de políticas públicas, ao incluir estes órgãos políticos, obtém-se o conceito de Administração Pública em sentido amplo.

Importância para os cidadãos

Tal assunto possui muita importância para os cidadãos, pois o aparelho do Estado é o principal responsável por realizar melhorias para aqueles (cidadãos), as quais são entregues na forma de serviços públicos de saúde, educação, infraestrutura, segurança, transporte etc.

Direito Administrativo

Salienta-se que o assunto “Administração Pública” é objeto de estudo do Direito Administrativo, o qual regula as atividades administrativas voltadas, por exemplo, à seleção de servidores públicos, às compras e à prestação de serviços públicos.

Tal ramo do direito é regulamentado por normas expressas na Constituição Federal de 1988 (CF/1988), e em diversas leis, tal como a Lei dos Servidores Públicos Civis (Lei 8.121/1991), a Lei de Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993), a Lei de Serviços Públicos (Lei 8.987/1995), dentre outras. Assim, tal estudo fornece o entendimento da maneira que o governo se organiza para entregar benfeitorias para o cidadão.

A administração pública evoluiu por meio de três modelos básicos (Imagem: Stokkete | Shutterstock)

Formas de Administração Pública

A Administração Pública evoluiu por meio de três modelos básicos, que são:

É o modo de gestão no qual o governante assume o patrimônio público como seu patrimônio particular. É marcado pela corrupção e nepotismo. Tais características são inaceitáveis quando o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, exigindo que o mercado e a sociedade civil se separem do Estado.

É o modo de gestão pautado no poder racional-legal, ou seja, na adoção de normas para reger as condutas e de uso eficiente de recursos públicos. Visava combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista, evidenciando sua vantagem fundamental: a efetividade no controle dos abusos. Essa forma de Administração Pública é ligada ao Estado Liberal, ocorrendo no Brasil principalmente de 1930 a 1990 no Estado Desenvolvimentista.

Os princípios orientadores do desenvolvimento da Administração Pública Burocrática são: a impessoalidade; o formalismo; a profissionalização e ideia de carreira; a racionalidade e a hierarquia funcional.

É o modo de gestão pautado na qualidade e eficiência (relação entre os produtos gerados com os insumos utilizados) dos serviços públicos, pautando no controle de resultados (a posteriori) como modo de superar os entraves do formalismo burocrático.

A Administração Gerencial surgiu na segunda metade do século XX, como resposta de duas causas: a expansão das funções econômicas e sociais do Estado e desenvolvimento tecnológico e globalização da economia mundial.

Evolução da Administração Pública

A evolução da Administração Pública no Brasil é marcada por três reformas administrativas:

A Implantação da Administração Pública Burocrática (reforma da década de 1930);

A Transição da Administração Pública Burocrática para a Administração Pública Gerencial (reforma da década de 1960);

A Reforma Administrativa Gerencial (reforma da década de 1990).

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BNDES vê nova fase no saneamento, favorável a PPPs: ‘Precisamos de novos investidores’, diz diretor

As concessões de água e esgoto para a iniciativa privada caminham para uma “segunda onda” no Brasil, diz o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa, responsável pelas áreas de estruturação de projetos da instituição de fomento.

Quando, em 2016, o BNDES iniciou uma mudança estratégica na sua atuação em infraestrutura, com mais ênfase na estruturação de concessões do que no financiamento direto aos investimentos, o saneamento básico foi logo definido como prioridade, antes mesmo da aprovação do novo marco regulatório do setor, em 2020.

Das primeiras concessões que abrangiam grandes áreas metropolitanas, como a do Rio, o banco agora se volta para projetos menores, em localidades que têm dificuldades de comportar concessões convencionais, cujo modelo econômico é todo sustentado na cobrança da conta de água.

Para esses casos, o modelo de parceria público-privada (PPP) surge como alternativa para atrair o capital privado, afirma Barbosa. Nas PPPs, o governo concedente paga uma contrapartida ao operador privado. Segundo o diretor, que foi ministro do Planejamento e da Fazenda no governo de Dilma Rousseff, o setor privado tem demonstrado interesse em investir também nesse modelo.

Veja a seguir os principais trechos da entrevista que Barbosa concedeu ao GLOBO.

Quais foram os aprendizados com a evolução da estruturação de concessões de saneamento no Brasil?

Houve uma primeira onda de projetos, que foram projetos grandes, o do Rio principalmente, muito focados no valor da outorga (valor que o investidor paga ao poder concedente pelo direito de explorar uma infraestrutura). Agora, a maioria dos projetos se move para estados que têm uma estrutura com menor cobertura (de saneamento). O desafio do investimento é maior. Nesses projetos, a importância da outorga diminui.

Se colocar uma outorga muito grande, a tarifa fica muito elevada. E se começa também, em alguns lugares, a se estudar não concessões, mas PPPs, em que o estado vai pagar uma contrapartida, porque só a receita tarifária não é suficiente para sustentar os investimentos requeridos.

Nesta segunda fase, diminui a necessidade de participação do setor privado?

O que tem em comum entre a primeira e a segunda fases é o diagnóstico, feito lá atrás com o marco do saneamento, baseado na ideia de que o setor privado consegue fazer investimentos sem aumentar as tarifas, promovendo a universalização.

De onde vem essa ideia? Da hipótese de que o setor privado vai conseguir reduzir custos, ser mais eficiente, vai reduzir inadimplência, que é um problema, e vai reduzir perdas de água. Então, com uma mesma tarifa, haverá um lucro maior, que possibilita o investimento e a expansão, sem comprometer a qualidade dos serviços.

Vamos começar a ver isso nos projetos que já foram leiloados e estão em andamento. Na segunda leva, em alguns casos, como nas PPPs de esgoto na Paraíba e em Goiás, se identificou preliminarmente que a concessão pura não seria o modelo adequado.

Há um modelo mais adequado para a maioria dos locais?

O BNDES não tem modelo preferido. Estudamos concessão plena, que atua na produção e distribuição de água, concessão parcial, como é o caso do Rio, que se concede a distribuição, mas a produção de água segue com o estado, ou as PPPs.

Quem diz o modelo não é o BNDES, são os clientes. O que temos visto agora é que os clientes têm começado a optar mais por PPP do que por concessão.

E como estão vendo o modelo de PPP?

Tem lugares em que a estatal (de saneamento) está interessada em fazer PPP porque ela não tem capacidade imediata de executar aquele investimento ou de executar a operação. Agora, o principal fator para determinar se é PPP ou concessão é o impacto do modelo na tarifa.

Quando, na tarifa resultante, o preço acaba sendo além do que é calculado como o que a população tem capacidade de pagar na cobertura adequada, então tem que optar por PPP.

Qual será modelo para as PPPs?

Rio Grande do Norte foi o primeiro que focou bastante só em PPP. Em Goiás, temos uma PPP de esgoto. Ali, o desafio é aumentar a cobertura.

Será possível atrair o setor privado?

Trabalhamos para isso. O setor privado também tem demonstrado interesse em participar no modelo de PPPs.

Na concessão do Rio já se fala em reequilíbrio do contrato, por causa de estimativas em desacordo com a realidade, segundo as concessionárias. Isso será inevitável nas próximas concessões?

Sempre quando nos movemos para a concessão, as primeiras têm uma incerteza, porque não há casos anteriores como guia. Isso aconteceu nas rodovias e nos aeroportos. Agora, esses modelos estão em implementação, é natural que apareçam algumas discrepâncias aqui e ali.

Isso deve ser negociado com que o poder concedente e com quem ganhou a concessão. Não é a primeira vez que isso acontece, nem é o único caso. Sempre que você começa a concessão de algum setor, há esse tipo de debate.

O modelo de contrato das concessões recentes, como o do Rio, facilita a solução desses problemas?

Todo contrato já tem uma matriz de risco e diz como devem ser encaminhados os pedidos de reequilíbrio. Não só em saneamento. Todo contrato de concessão tem isso.

Recentemente, o leilão do Piauí foi adiado. Não sinaliza falta de interesse do setor privado pelas concessões?

Acho que é um caso localizado. O projeto do Piauí não fomos nós que estruturamos, então não tenho os detalhes. O setor tem falado em ajustes, e o momento talvez não seja o ideal.

O projeto de concessão na região metropolitana de Porto Alegre terá de ser modificado por causa das enchentes que atingiram a localidade em abril e maio?

O projeto já tinha sido entregue ao prefeito, para definir qual será o modelo e passar pelas instâncias de autorização municipal. Estava nesse estágio. E aí, antes das enchentes, até por ser um ano eleitoral, provavelmente, o prefeito ia deixar para fazer isso na próxima administração.

Os estudos ficaram prontos no ano passado, aí entrou o calendário eleitoral. Nosso trabalho foi feito, foi entregue o estudo. Agora, com as enchentes, obviamente, afetou. Esses projetos calculam a necessidade de investimentos com base na estrutura existente. Dado que a enchente danificou essa estrutura, temos que fazer uma reavaliação. Agora, quem tem que decidir isso é o poder contratante, não o BNDES.

As primeiras concessões têm conseguido fechar pacotes de financiamento, com o BNDES e o mercado financeiro privado. Isso muda na segunda fase de concessões?

Do ponto de vista do mercado financeiro, tem funding necessário para financiar todos esses projetos que estamos estruturando. O volume do mercado financeiro é bem amplo. O mercado de debêntures de infraestrutura tem tido demanda mais do que suficiente. Ou seja, o mercado tem funding.

O que tem gerado algum debate no setor é que alguns players já assumiram várias concessões e podem estar com sua capacidade de endividamento tomada. E aí precisamos de novos players. É o mesmo debate que houve em rodovias e aeroportos.

Nosso trabalho não é só estruturar o projeto, mas fazer o road show (apresentações para investidores) e procurar novos investidores, no Brasil e fora do Brasil. Mais do que funding, é achar novos players que queiram entrar nesse negócio.

Na avaliação do BNDES, a falta de ‘players’ para investir já preocupa?

Normalmente, esses players são holdings e trazem outros investidores. Eles mesmos estão procurando. Ainda não preocupa.

Atualmente, o BNDES trabalha no desenho de mais dez concessões e PPPs na área de saneamento. O projeto de Sergipe é o mais próximo de ir a leilão. No total, os dez projetos atingem 36 milhões de pessoas e exigem R$ 99,5 bilhões em obras.

10 projetos e R$ 99,5 bi em obras

Segundo o diretor Nelson Barbosa, o BNDES pretende acrescentar à carteira mais um ou dois novos grandes projetos até o fim deste ano.

Veja os planos do BNDES nessa área

Oriente Médio: Israel lança ampla ofensiva militar na Cisjordânia

Enquanto as atenções do mundo se voltavam para a Faixa de Gaza, as Forças de Defesa de Israel (IDF) lançaram a maior operação militar na Cisjordânia desde 2002. Pelo menos 11 palestinos foram mortos na incursão terrestre apoiada por bombardeios de drones. Centenas de soldados israelenses e blindados invadiram quatro cidades — Nablus, Jenin, Tulkarem e Tubas — e dois campos de refugiados palestinos. A operação teve a participação do serviço de segurança Shin Bet.

Horas depois do início da incursão, Khaled Mashaal, um dos líderes do movimento extremista islâmico Hamas, exortou a facção a retomar atentados suicidas na Cisjordânia. “Queremos retornar às operações (suicidas). Essa é uma situação que somente pode ser resolvida com conflito aberto. (…) Eu reitero meu apelo para que todos participem, em frentes múltiplas, na atual resistência contra a entidade sionista”, disse Mashaal. Um porta-voz da Jihad Islâmica, facção armada aliada do Hamas, denunciou a tentativa de Israel de “anexar a Cisjordânia”.

De acordo com Israel Katz, ministro das Relações Exteriores israelense, as IDF buscam desmantelar infraestrutura terrorista islâmico-iraniana estabelecida em campos de refugiados de Jenin e Tulkarem. “O Irã trabalha para desestabilizar a Jordânia e estabelecer uma frente de terror oriental contra Israel, seguindo os modelos da Faixa de Gaza e do Líbano, ao financiar, armar terroristas e contrabandear armas avançadas para a Jordânia, a Judeia e a Samaria”, escreveu na rede social X. “Devemos lidar com essa ameaça com todos os meios necessários, inclusive, em alguns casos de combate intenso, permitindo à população a retirada temporária de um bairro para outro.”

Morador de Nablus, o designer gráfico Ahmad Mohamed Amer, 24 anos, contou ao Correio que as forças israelenses realizam incursões em várias áreas da Cisjordânia. No campo de refugiados de Nur Shams, a 39km dali, soldados e membros de facções palestinas travaram combates. “Graças a Deus, as batidas não incluíram o bairro onde eu vivo, mas posso escutar as explosões e o barulho de tiros”, relatou. “A principal arma da resistência são os dispositivos explosivos plantados no chão. Quando uma viatura se aproxima, o artefato é detonado. Por isso, as escavadeiras entram antes e começam a destruir as ruas e partes de casas.”

Segundo Amer, as tropas não diferenciam civis de integrantes de grupos armados. “Os israelenses não se importam”. “As violações dos direitos humanos e das crianças ocorrem diariamente na Cisjordânia. Eu me lembro que, uma vez, um soldado israelense agarrou uma criança de cerca de 13 anos e começou a espancá-la, sem razão. Outra foi levada por uma patrulha. Quando o carro ganhou velocidade, os soldados a lançaram de lá e ela teve graves ferimentos.”

Palestino chora diante de corpo de jovem morto pelas forças israelenses, no necrotério de Tubas

Professor de relações internacionais da Universidade de Nova York, Alon Ben-Meir explicou ao Correio que a incursão em Jenin foi uma resposta a vários ataques de extremistas palestinos. “Infelizmente, o ciclo de violência não irá parar enquanto a ocupação continuar. Isso prosseguirá durante meses, ou anos, a menos que Israel e os palestinos cheguem a um acordo”, previu. Ele criticou a sugestão de Katz de repetir na Cisjordânia a estratégia usada em Gaza. “O que aconteceu em Gaza é uma tragédia para os palestinos. Ambos os lados devem cair em si, sentar-se e encontrar uma solução de uma vez por todas.”

Embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, afirmou à reportagem que evidências confirmam a “continuação da guerra sistemática de extermínio contra o povo palestino”. Ele comentou os ataques de colonos judeus em assentamentos ocupados na Cisjordâni. “Os colonos não atuam à margem das decisões do governo israelense, e o fazem de maneira coordenada. A incapacidade das instituições internacionais encorajara a escalada do ciclo de sangue inocente em toda a Palestina. A expansão do ciclo de guerra destrutiva, que não poupará ninguém.” A reportagem entrou em contato com a Embaixada de Israel, mas até o fechamento desta edição não houve pronunciamento sobre a operação na Cisjordânia.

Os Estados Unidos anunciaram novas sanções contra colonos israelenses na Cisjordânia e pediram a Israel que combatesse esses grupos “extremistas”. “A violência dos colonos extremistas na Cisjordânia provoca intenso sofrimento humano, prejudica a segurança de Israel e compromete as perspectivas de paz e estabilidade”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller. Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou ainiciativa. “Israel considera muito grave a imposição de sanções contra cidadãos israelenses. A questão é objeto de discussões intensas com os Estados Unidos.”

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