Presidente da Caixa diz que Lula pediu atenção à governança do banco

À frente da presidência da Caixa Econômica Federal desde novembro, Carlos Vieira afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe pediu cuidado e atenção à governança do banco público. Vieira afirmou que o banco está empenhado na criação de uma vice-presidência de Sustentabilidade e pontuou que a área de governança também abarca uma maior atenção a possíveis casos de corrupção na instituição. “Lula me pediu que eu cuidasse da governança do banco”, disse Vieira em entrevista ao programa Canal Livre exibido neste domingo, 17, na BandNews TV.

O presidente da Caixa admitiu que seu maior desafio na gestão do banco público é fazer uma virada tecnológica na Caixa, que recentemente iniciou uma leva de experimentos na área de inteligência artificial. Apesar do olhar voltado à tecnologia, Vieira defendeu uma ampliação de agências físicas em áreas rurais, indo assim na contramão do fechamento de unidades por parte de bancos privados. Segundo ele, é necessário revisar a infraestrutura do banco, reavaliando também os locais onde há um excesso de disponibilidade. “O Brasil rural, do interior, também está crescendo”, disse. “Belo Horizonte, por exemplo, tem muitas agências”, acrescentou.

Carlos Vieira, afirmou, ainda, que, pelo lado da criação de funding, o banco tem trabalhado no sentido da liberação de recursos de depósito compulsório para o setor de habitação. “É um pleito do sistema como um todo. A Caixa tem esse papel preponderante na construção civil. Ele o setor quer que a gente consiga porque a liberação do compulsório em 5% do depósito da poupança traz quase R$ 65 bilhões a mais de recursos para habitação”, disse, acrescentando que há no banco uma série de medidas sendo pensadas para aumentar a captação de recursos para aplicação no crédito imobiliário.

A fala de Vieira ocorreu em entrevista quando ele se referia à promessa que fez em sua posse de disponibilizar os rendimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o setor de construção. “O orçamento para o próximo ano do FGTS já está contemplado em algo em torno de R$ 105 bilhões, é um número expressivo”, afirmou.

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Após três anos, Torneio Arimatéia volta à cena esportiva do DF

Do início em 1979, quando o time campeão faturava uma garrafa de refrigerante e dois pães com mortadela, até os dias atuais, quando passou a reunir milhares de aficionados pelo esporte em uma mega estrutura montada no Taguaparque, o Torneio Arimatéia de Futsal trilhou um caminho digno de fortalecimento para se transformar em uma tradição no calendário esportivo do Distrito Federal. A edição de 2023, no entanto, tem tudo para ser especial. De volta após uma parada forçada de três anos pela pandemia de covid-19, o torneio xodó dos amantes do esporte da bola pesada promete emocionar e ser palco para o surgimento de novos craques entre hoje e 7 de janeiro.

Tudo começou na rua de casa, quando José de Lima Téia, o Arimatéia, organizou um campeonato com a ajuda dos pais. Na época, os quatro times participantes competiam pelo prêmio de dois pães com mortadela e uma garrafa de refrigerante, enquanto o vice ficava com um pão e um copo da bebida. Os uniformes eram panos pintados e as traves eram feitas com duas pedras. O importante, porém, era a diversão da garotada e dali virou um sucesso. A quantidade de participantes foi dobrando, aumentando e, agora, o campeonato vai reunir, ao todo, 104 equipes.

Os times serão disputar o torneio em 11 categorias, divididas desde o sub-9, voltado para crianças com menos de 9 anos, até o supermaster, restrita para aqueles acima dos 45. Entre as classes, a de maior destaque é a principal. Nela, atletas de todas as idades jogarão por 48 planteis inscritos, entre eles os tradicionais LocTrad, atual bicampeão; Juventus, presente desde as primeiras edições; e Creyssons, xodó da arquibancada.

A competição migrou para o Taguaparque há 13 anos e, novamente, promete fazer a festa para o público da região e de todo o Distrito Federal. A expectativa é de reunir mais de 2 mil pessoas na abertura e 150 mil ao longo dos 21 dias de evento, marcado para acabar no primeiro domingo do ano, com a final de todas as categorias. “É uma responsabilidade tocar isso tudo. Eu olho as arquibancadas e vejo pessoas de 70, 90 anos, vejo bebês, adolescentes, adultos. Ter as pessoas aqui me deixa muito emocionado. Temos estádios de primeira linha em Brasília que nem sempre estão com bola rolando ou que não traz o povo para ver, então poder dar esse tipo de espetáculo para a galera traz uma sensação de gratidão e felicidade”, conta Arimatéia, ao Correio.

“Meu pai chorava de alegria, porque ele nunca imaginava que o filho dele fosse chegar onde chegou. Do campeonatinho que fizemos lá atrás para o que se tornou hoje em dia. A gente veio da roça, de Dores do Turvo, em Minas Gerais, chegamos a Brasília em 1962 e conseguimos fazer algo marcante para a cidade. Uma vez o secretário de esportes do DF me disse: ‘seu Arimatéia, aqui só existem dois grandes eventos no final do ano, o Réveillon e seu futebol’. Então, fico feliz por deixar esse legado e pretendo continuar por quanto tempo for possível”, complementa.

Mesmo certo em todo final de ano na capital, a tradição do evento precisou ser interrompida por três anos, devido à pandemia de covid-19. O objetivo era ter voltado em 2022, mas o investimento não foi suficiente e precisou ficar para o ano seguinte. “Ano passado, meus patrocinadores não tinham verba. O comércio estava falido, eu saía batendo de porta em porta desde junho e escutava que não tinham dinheiro. Hoje, o torneio custa na casa de R$ 1 milhão, levando em conta a infraestrutura, água, energia, árbitro, vestiário, banheiros, prêmios. Esse ano, conseguimos alguns patrocínios de volta e tivemos a ajuda da senadora Leila, que nos deu uma emenda parlamentar. Então, tiramos os planos do papel”, relata.

Com tudo pronto para a bola rolar, o organizador deixa claro que as dores dos anos sem poder fazer o campeonato não foram esquecidas e quer que o retorno sirva como uma homenagem ao que aconteceu no período. “Depois de tantas perdas de amigos, anos tão difíceis, a alegria volta novamente no esporte amador. Quando entrar na quadra durante a abertura sei que o coração vai palpitar mais forte, lembrando de todas as pessoas que se foram, o apito inicial vai trazer a saudade de todas elas. É uma celebração por esses parceiros queridos que se foram. Então, espero o público aqui de braços abertos para sair com um sorriso no rosto e ter um momento legal nesse Natal e Ano Novo”, explica.

Além da diversão, o torneio serve como palco para o surgimento de novos craques do futebol brasileiro, como os candangos Endrick, do Palmeiras, e Reinier, ex-Flamengo. O atual campeão nacional jogou pelo time do Valparaíso, enquanto o rubro-negro vestia as cores do Guará. Para a atual edição, Arimatéia já antecipa que foi avisado sobre a presença de olheiros nas arquibancadas e torce pelos talentos locais.

“Eu fico muito emocionado em poder, mesmo que indiretamente, dar algum palanque para que essas crianças sejam vistas. Agradeço muito a Deus e Nossa Senhora Aparecida por trazer esses atletas aqui e eles terem oportunidade de crescer. O Endrick já me mandou mensagem agradecendo e são histórias como essa que fazem tudo valer a pena”, relata o devoto da Santa Padroeira do Brasil.

Pequenos craques do futsal apostam no Arimatéia para mostrar o talento com a bola pesada nos pés

Entre as 104 equipes garantidas na competição, a expectativa é por se destacar e utilizar a quadra montada no Taguaparque e, quem sabe, trilhar o mesmo caminho de tantos craques com passagem pelo Torneio Arimatéia. Nesse sentido, o maior foco de ansiedade fica concentrado nos pequenos jogadores, vivendo as primeiras experiências com a bola pesada.

Treinador do LocTrad, André de Oliveira Barros não esconde a expectativa para a competição e para ver os jogadores brilharem. Ele conta que a preparação se estende ao longo do ano, mas o torneio tem um aspecto especial por ser durante as férias. Então, alguns dos atletas estão viajando ou podem jogar apenas uma parte do campeonato. Mesmo assim, o plano é brigar pelo título e ajudar no desenvolvimento da garotada.

“Tem gente que vai passar o Natal em outro estado, aí entra só na fase de grupos, outros que desde o começo já sabemos que não vamos poder contar. Mas faz parte, o importante é disputar e fazer uma boa competição. O Arimatéia traz uma vitrine muito boa para ajudar no sonho desses meninos e meninas. Temos alguns que já foram chamados para times maiores, outros que, com certeza, serão em pouco tempo. Ainda soma o fato de ser uma experiência maior para eles, jogar com torcida, um grande evento, ajuda a criar casca e deixá-los mais preparados para os próximos passos”, detalha o técnico.

Entre os jogadores, a expectativa também está alta. “É um sonho poder jogar no mesmo lugar que outros craques também jogaram, principalmente nós, de pouca idade. Espero conseguir fazer um campeonato muito bom, tentar ser campeão e torcer por oportunidades de ir atrás do meu sonho”, compartilha o jovem Lucas, de 11 anos, ala-direita do LocTrad.

*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz

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Ranking da CNT mostra as 10 estradas mais perigosas do Brasil

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou, nesta quarta-feira (13/12), o Guia CNT de Segurança nas Rodovias 2024, em que consta o ranking dos 10 trechos mais perigosos segundo o número de mortes a cada 10 km. Na análise, cerca de 60 mil acidentes foram registrados nas rodovias federais, e em primeiro lugar entre as 10 mais perigosas está a BR-101, em Santa Catarina, com 529 acidentes e 16 mortes. Os números do estudo se referem a novembro de 2022 a outubro de 2023.

De acordo com a CNT, a imprudência ao dirigir e o desrespeito às regras de trânsito e sinalização associados a uma má infraestrutura das estradas resultam em estatísticas preocupantes. A cada dia ocorrem, em média, 182 acidentes e 15 mortes apenas nas rodovias federais do país.

Além de identificar os trechos rodoviários mais perigosos, a CNT apresentou os principais tipos e causas de acidentes. Reação tardia ou ineficiente do condutor soma um total de 9.548 acidentes (14,3% do total). Como a principal causa de mortes mais recentes, estão: transitar na contramão, com um total de 866 ocorrências (15,7% do total).

Essa análise é resultado da pesquisa CNT de rodovias em 2023 e dos dados mais recentes de ocorrência de acidentes disponibilizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Leia o estudo na íntegra neste link.

Veja o ranking das 10 estradas mais perigosas do Brasil divulgado pela CNT

*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes

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Ranking da CNT mostra as 10 estradas mais perigosas do Brasil

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou, nesta quarta-feira (13/12), o Guia CNT de Segurança nas Rodovias 2024, em que consta o ranking dos 10 trechos mais perigosos segundo o número de mortes a cada 10 km. Na análise, cerca de 60 mil acidentes foram registrados nas rodovias federais, e em primeiro lugar entre as 10 mais perigosas está a BR-101, em Santa Catarina, com 529 acidentes e 16 mortes. Os números do estudo se referem a novembro de 2022 a outubro de 2023.

De acordo com a CNT, a imprudência ao dirigir e o desrespeito às regras de trânsito e sinalização associados a uma má infraestrutura das estradas resultam em estatísticas preocupantes. A cada dia ocorrem, em média, 182 acidentes e 15 mortes apenas nas rodovias federais do país.

Além de identificar os trechos rodoviários mais perigosos, a CNT apresentou os principais tipos e causas de acidentes. Reação tardia ou ineficiente do condutor soma um total de 9.548 acidentes (14,3% do total). Como a principal causa de mortes mais recentes, estão: transitar na contramão, com um total de 866 ocorrências (15,7% do total).

Essa análise é resultado da pesquisa CNT de rodovias em 2023 e dos dados mais recentes de ocorrência de acidentes disponibilizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Leia o estudo na íntegra neste link.

Veja o ranking das 10 estradas mais perigosas do Brasil divulgado pela CNT

*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes

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Como a estrutura do CT Time Brasil no Rio potencializa conquistas

Rio de Janeiro — O que os olhos não veem, o coração do brasileiro sente. Se a delegação verde-amarela alcançou as 21 medalhas nas Olimpíadas de Tóquio — a melhor marca desde a estreia na Antuérpia-1920 — e deu um upgrade ao recorde de pódios em Jogos Pan-Americanos, com as 205 condecorações em Santiago, é porque existe uma estrutura talvez desconhecida pela maioria das pessoas. A 225 dias da abertura da disputa de Paris-2024, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) reabriu as portas do Centro de Treinamento localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense para o Correio e prestou contas perante os resultados expressivos do último ciclo para cá.

“O alcance desses resultados é reflexo da evolução contínua da gestão”. A frase é de quem um dia alcançou panteão de protagonistas olímpicos. Ouro em Barcelona-1992, o ex-judoca Rogério Sampaio agora está do outro lado do balcão. Diretor-geral do COB, hoje, ele é o braço-direito daquele que outrora foi o sensei dele nos tatames: Paulo Wanderley. Juntos, são responsáveis por apostar nas diferentes modalidades e contribuir para a lapidação de talentos. E tudo isso passa pela fantástica fábrica de medalhas.

O Centro de Treinamento do Time Brasil é uma espécie de legado das Olimpíadas Rio-2016. O foco está na área de saúde do atleta, preparação esportiva e ciência e tecnologia. Envolve médicos, fisioterapeutas, massoterapeutas, nutricionistas, profissionais da bioquímica, psicologia e análise de desempenho. Boa parte da estrutura utilizada para a maior festa do esporte mundial na Cidade Maravilhosa não foi apenas mantida, como aprimorada.

Isso significa um atendimento a 44 modalidades — a versão parisiense dos Jogos, por exemplo, terá 48 — sem contar com os serviços de prevenção e tratamento de lesões, além de análises clínicas, laboratoriais e suporte psicológico. A iniciativa lançada em 2017 leva a crer que o plano olímpico está coberto. Em 2023, foram 529 atletas, 156 comissões técnicas atendidas e 33 Confederações atendidas pelos serviços do CT Time Brasil.

Um dos espaços de reabilitação e regeneração à disposição dos atletas

A reportagem esteve no CT do Time Brasil, mesmo local no qual fica localizado o Parque Aquático Maria Lenk, em 2 de fevereiro. Trezentos e quinze dias se passaram desde a última visita. Se o cenário naquele período era considerado animador para quem anda pelos corredores do COB, atletas, comissões técnicas e demais envolvidos, agora é como se tivesse chegado um novo estoque da terceira dose de otimismo. Durante o tour pelas instalações na Barra da Tijuca, foram apresentadas melhorias.

Se antes a maioria dos ambientes separado, a menos de um ano do início da jornada na Cidade Luz, parte das instalações passaram por processo de integração. Ou seja, além de deixar espaços mais harmônicos, possibilita que os profissionais das diferentes achas interajam sobre desempenho e saúde dos atletas. Um dos cômodos novinhos em folha da casa do esporte olímpico é a academia. Esqueça as paredes e pilares que “engessavam” o ambiente. Agora, tudo está unificado e com mais cara de Brasil (confira o antes e depois nas imagens). Destaque para o espaço multi-uso para lutas. A arquitetura adotada pelo COB permite monta-desmonta tanto para judo quanto para taekwondo, por exemplo.

A piscina do Maria Lenk também não é exclusiva da natação e dos saltos ornamentais. As águas cariocas são as “pistas” de atletas da canoagem slalom. Para o diretor de desenvolvimento esportivo do COB, Kenji Saito, incentivar canoístas a treinar na piscina é comparado a corredores que trocam as esteiras pelas pistas. Mas as análises e constatações dos personagens do backstage do esporte brasileiro não são baseadas em achismos e, sim, em estudos. Para isso existe o Laboratório Olímpico.

Como era a academia do CT Time Brasil em fevereiro de 2023

Como está a academia do CT Time Brasil em dezembro de 2023

O objetivo dessa oficina do esporte é disponibilizar informações relevantes e precisas para treinadores e comissões e, consequentemente, agregar ao desenvolvimento do atleta, tanto em treinamento quanto em competições. Para o COB, o trunfo do projeto é atender às especificidades de cada modalidade e deslocar-se aos centros de treinamentos dos clubes dos atletas espalhados pelo Brasil, a partir do fornecimento de tecnologias portáteis.

Melhorias animas os atletas e os feedbacks positivos aumentam a confiança do COB por ciclos ainda mais vitoriosos. “Quando há planejamento, o dinheiro é mais bem gasto e o resultado aparece. Espero que Paris, como foi no Pan de Santiago em relação à Lima-2019, queremos mais do que foi em Tóquio”, ressalta Rogério Sampaio.

“A ideia é que a estrutura seja um pedaço auxiliar na performance. Às vezes passa despercebido e não entendemos porque aquele atleta performa melhor naquele lugar e não em outro. Identificamos espaços potenciais para transformá-los em áreas adequadas para treinamentos. O mesmo ambiente pode atender várias modalidades, fazemos com que haja rotação e a estrutura sempre utilizada”, comenta a ex-judoca e gerente de infraestrutura da entidade, Daniela Polzin.

Espaço exclusivo da ginástica é considerado um dos principais do mundo

Como a estrutura do CT Time Brasil no Rio potencializa conquistas

Rio de Janeiro — O que os olhos não veem, o coração do brasileiro sente. Se a delegação verde-amarela alcançou as 21 medalhas nas Olimpíadas de Tóquio — a melhor marca desde a estreia na Antuérpia-1920 — e deu um upgrade ao recorde de pódios em Jogos Pan-Americanos, com as 205 condecorações em Santiago, é porque existe uma estrutura talvez desconhecida pela maioria das pessoas. A 225 dias da abertura da disputa de Paris-2024, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) reabriu as portas do Centro de Treinamento localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense para o Correio e prestou contas perante os resultados expressivos do último ciclo para cá.

“O alcance desses resultados é reflexo da evolução contínua da gestão”. A frase é de quem um dia alcançou panteão de protagonistas olímpicos. Ouro em Barcelona-1992, o ex-judoca Rogério Sampaio agora está do outro lado do balcão. Diretor-geral do COB, hoje, ele é o braço-direito daquele que outrora foi o sensei dele nos tatames: Paulo Wanderley. Juntos, são responsáveis por apostar nas diferentes modalidades e contribuir para a lapidação de talentos. E tudo isso passa pela fantástica fábrica de medalhas.

O Centro de Treinamento do Time Brasil é uma espécie de legado das Olimpíadas Rio-2016. O foco está na área de saúde do atleta, preparação esportiva e ciência e tecnologia. Envolve médicos, fisioterapeutas, massoterapeutas, nutricionistas, profissionais da bioquímica, psicologia e análise de desempenho. Boa parte da estrutura utilizada para a maior festa do esporte mundial na Cidade Maravilhosa não foi apenas mantida, como aprimorada.

Isso significa um atendimento a 44 modalidades — a versão parisiense dos Jogos, por exemplo, terá 48 — sem contar com os serviços de prevenção e tratamento de lesões, além de análises clínicas, laboratoriais e suporte psicológico. A iniciativa lançada em 2017 leva a crer que o plano olímpico está coberto. Em 2023, foram 529 atletas, 156 comissões técnicas atendidas e 33 Confederações atendidas pelos serviços do CT Time Brasil.

Um dos espaços de reabilitação e regeneração à disposição dos atletas

A reportagem esteve no CT do Time Brasil, mesmo local no qual fica localizado o Parque Aquático Maria Lenk, em 2 de fevereiro. Trezentos e quinze dias se passaram desde a última visita. Se o cenário naquele período era considerado animador para quem anda pelos corredores do COB, atletas, comissões técnicas e demais envolvidos, agora é como se tivesse chegado um novo estoque da terceira dose de otimismo. Durante o tour pelas instalações na Barra da Tijuca, foram apresentadas melhorias.

Se antes a maioria dos ambientes separado, a menos de um ano do início da jornada na Cidade Luz, parte das instalações passaram por processo de integração. Ou seja, além de deixar espaços mais harmônicos, possibilita que os profissionais das diferentes achas interajam sobre desempenho e saúde dos atletas. Um dos cômodos novinhos em folha da casa do esporte olímpico é a academia. Esqueça as paredes e pilares que “engessavam” o ambiente. Agora, tudo está unificado e com mais cara de Brasil (confira o antes e depois nas imagens). Destaque para o espaço multi-uso para lutas. A arquitetura adotada pelo COB permite monta-desmonta tanto para judo quanto para taekwondo, por exemplo.

A piscina do Maria Lenk também não é exclusiva da natação e dos saltos ornamentais. As águas cariocas são as “pistas” de atletas da canoagem slalom. Para o diretor de desenvolvimento esportivo do COB, Kenji Saito, incentivar canoístas a treinar na piscina é comparado a corredores que trocam as esteiras pelas pistas. Mas as análises e constatações dos personagens do backstage do esporte brasileiro não são baseadas em achismos e, sim, em estudos. Para isso existe o Laboratório Olímpico.

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O objetivo dessa oficina do esporte é disponibilizar informações relevantes e precisas para treinadores e comissões e, consequentemente, agregar ao desenvolvimento do atleta, tanto em treinamento quanto em competições. Para o COB, o trunfo do projeto é atender às especificidades de cada modalidade e deslocar-se aos centros de treinamentos dos clubes dos atletas espalhados pelo Brasil, a partir do fornecimento de tecnologias portáteis.

Melhorias animas os atletas e os feedbacks positivos aumentam a confiança do COB por ciclos ainda mais vitoriosos. “Quando há planejamento, o dinheiro é mais bem gasto e o resultado aparece. Espero que Paris, como foi no Pan de Santiago em relação à Lima-2019, queremos mais do que foi em Tóquio”, ressalta Rogério Sampaio.

“A ideia é que a estrutura seja um pedaço auxiliar na performance. Às vezes passa despercebido e não entendemos porque aquele atleta performa melhor naquele lugar e não em outro. Identificamos espaços potenciais para transformá-los em áreas adequadas para treinamentos. O mesmo ambiente pode atender várias modalidades, fazemos com que haja rotação e a estrutura sempre utilizada”, comenta a ex-judoca e gerente de infraestrutura da entidade, Daniela Polzin.

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Turismo quer fortalecer atividades ecológicas e internacionalizar Brasília

O setor turístico de Brasília passou por uma retomada e teve saldo positivo ao final de 2023. A avaliação é do secretário do Turismo, Cristiano Araújo, que detalhou ao CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — os esforços feitos para ampliar a internacionalização das rotas aéreas e também melhorar a infraestrutura para o ecoturismo em trilhas e cachoeiras, atividades que foram mais procuradas a partir da pandemia. Em entrevista aos jornalistas Sibele Negromonte e Samuel Calado, o representante da secretaria também comenta sobre a reabertura do Salão Nacional do Turismo, evento para toda população que chega ao DF pela primeira vez na próxima sexta-feira.

Cristiano Araújo conclui que, neste ano, Brasília se fortaleceu como cidade turística. “Foi um ano extremamente positivo para a secretaria de turismo e para Brasília. Isso não sou eu quem diz, mas sim os números de arrecadação de impostos e de geração de empregos. Toda essa base que sofreu muito na pandemia, está se recuperando e revestindo”, explicita.

Dentre as áreas de maior interesse do público, o secretário destaca o ecoturismo, com práticas esportivas e de lazer ao ar livre, aproveitando os espaços verdes e cachoeiras. “De uma maneira geral, o ecoturismo em Brasília cresce demais. Temos empresas especializadas em fazer essas caminhadas em cachoeiras. Nós temos as vinícolas. Então, é grande a riqueza”. Mesmo assim, ressalta, a área ainda precisa de cuidados, “nossa ideia é justamente criar infraestrutura para receber esse turismo, não adianta o turista ir numa cachoeira se ela não está sinalizada. Hoje estamos caminhando em relação a isso”, acrescenta.

A secretaria de Turismo também almeja angariar o público que passa pelo Aeroporto Internacional de Brasília, que hoje tem conexões com todos os estados do Brasil, além de regiões fora do país. “Na parte internacional, nós conseguimos alguns voos para Lima, no Peru, para Argentina, na semana passada, mais voos diários para Miami e estamos negociando para trazer algum voo para parte do Chile, pensando na alta temporada”, planeja.

*Estagiário sob supervisão de Márcia Machado

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Cachorro-vinagre Rondon deixa Zoo de Brasília rumo a São Paulo

Um dos moradores ilustres se despediu do Zoológico de Brasília nesta terça-feira (12/12). O cachorro-vinagre Rondon partiu rumo ao zoológico de São Paulo, para contribuir com os programas de reprodução da espécie.

Zoo de Brasília recebe cachorro-vinagre, espécie ameaçada de extinção

O animal foi resgatado em junho de 2022, em Rondonópolis (MT), pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Mato Grosso (Sema-MT), em colaboração com a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab). Desde então, Rondon tornou-se um símbolo da dedicação à preservação da fauna brasileira. O cachorro-vinagre é uma espécie ameaçada, razão pela qual sua transferência para o Zoológico de São Paulo é estratégica, visando contribuir para os esforços de conservação e possível reprodução da espécie.

O resgate de Rondon ocorreu como parte de uma operação conjunta entre a Sema-MT e a Azab, que agiram rapidamente para garantir o bem-estar do animal. Após o resgate, Rondon foi encaminhado para o Zoológico de Brasília, onde recebeu tratamento veterinário especializado, além de uma atenção dedicada para se adaptar ao novo ambiente.

O diretor de Mamíferos do Zoológico de Brasília, Leandro Drigo, disse que a expectativa é que, no novo lar, Rondon tenha a oportunidade de contribuir para os programas de reprodução desempenhando um papel fundamental na preservação dessa rara e ameaçada espécie de cachorro-vinagre.

O animal foi embarcado em um voo direto que partiu de Brasília às 16h05 (hora local) e pousou em São Paulo/Guarulhos às 17h45 (hora local). Nos próximos dias, o animal deve passar por um processo de adaptação antes de ser introduzido ao novo lar.

*Com informações da Fundação Jardim Zoológico de Brasília

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Fim do home office e revisão de cargos e contratos públicos: como foi o 1º dia de trabalho de Javier Milei

O presidente da Argentina, Javier Milei, determinou o fim do home office no funcionalismo público e uma revisão nos cargos e contratos do governo.

Nesta segunda (11), Milei fez a primeira reunião com os seus nove ministros. Ele foi empossado no cargo no domingo (10).

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Na reunião, que aconteceu na Casa Rosada, a sede do governo, Milei ordenou que os ministros adotem uma exigência de trabalho 100% presencial a todos os membros de suas pastas.

O presidente, segundo sua vice, Victoria Villaruel, também pediu um “inventário geral” de todos os funcionários públicos e cargos comissionados, além de um levantamento de todos os contratos vigentes nos ministérios.

Os anúncios geraram no país o temor de demissões e destituições em massa no funcionalismo público ao longo do dia, segundo a imprensa local.

A maior expectativa para o início do governo de Milei, no entanto, acontecerá nesta terça-feira (12), quando seu ministro de Economia tem previsto anunciar os ajustes fiscais da nova gestão.

A imprensa do país avalia que o anúncio possa ser não só de um pacote, mas de todo o plano de ajustes do governo de Milei, que, no discurso de posse, falou que “não temos dinheiro (no governo)” e pediu que a população se prepare para tempos difíceis em um primeiro momento.

Cachorros no bastão presidencial

Um detalhe da cerimônia de posse do presidente da Argentina, Javier Milei, neste domingo (10), não passou despercebido: o bastão presidencial do novo líder argentino tem esculpidos os rostos de seus cachorros clonados.

A passagem de bastão é uma tradição da Argentina, importada da Espanha, que marca a passagem democrática de poder. Na cerimônia deste domingo, o bastão já com a imagem dos animais esculpidos foi entregue pelo agora ex-presidente Alberto Fernández a Milei.

Além dos rostos, o nome dos pets do líder argentino – todos homenagens a economistas liberais – também foram colocados no bastão.

Fã de cachorros, Milei considera seus animais de estimação – quatro deles clones do primeiro – seus conselheiros. Segundo pessoas próximas, o presidente argentino diz se comunicar com Conan, o cachorro original, por meio de uma médium que faria “comunicação interespécies”.

O detalhe chamou a atenção de fotógrafos especialmente depois de Cristina Kirchner, a ex-vice de Fernández, notar os desenhos e rir na sequência.

Corte de ministérios pela metade

Também neste domingo, Javier Milei já assinou o primeiro decreto de sua gestão. A medida reduz o número de ministérios do país a nove, a metade do que tinha seu antecessor, o agora ex-presidente Alberto Fernández.

O governo do ultraliberal terá, assim, as seguintes pastas:

Ministério de Interior;

Ministério de Relações Exteriores;

Ministério de Comercio Internacional e Culto;

Ministério da Defesa;

Ministério da Economia;

Ministério de Infraestrutura;

Ministério da Justiça;

Ministério de Segurança;

Ministério da Saúde e Capital Humano.

Segundo Milei, a medida é a primeira para cortar gastos públicos, uma das bandeiras que ele levantou durante discurso neste domingo.

“Não existe solução sem atacar o déficit fiscal. A solução implica um ajuste no setor público, que cairá sobre o Estado, e não sobre o setor privado”, disse.

“Não existe solução sem atacar o déficit fiscal. A solução implica um ajuste no setor público, que cairá sobre o Estado, e não sobre o setor privado”, disse.

Milei afirmou que, no curto prazo, a situação deve piorar até que as primeiras medidas comecem a dar resultado. E reiterou que o governo não tem dinheiro: “Lamentavelmente tenho que dizer, ‘no hay plata'”.

“Isso impactará de modo negativo a atividade, o emprego, a quantidade de pobres e indigentes. Haverá estagflação [situação em que há estagnação da economia e inflação alta], mas é algo muito diferente do que tivemos nos últimos 12 anos. Será o último gole amargo para começar a reconstruir a Argentina”, disse.

“Não será fácil: cem anos de fracasso não se desfazem num dia, mas um dia começa, e hoje é esse dia.”

O presidente argentino discursou nas escadarias do Congresso, para seus eleitores. É uma quebra de protocolo, porque normalmente esse discurso ocorre dentro do parlamento.

Mais tarde, já na Casa Rosada, falou ao público de novo e disse que sua eleição representa “o fim da noite populista e o renascer da Argentina próspera e liberal”.

Entre as autoridades que participaram da posse estavam o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O presidente Lula não foi a Buenos Aires e mandou seu chanceler, Mauro Vieira, como representante do Brasil.

Veja abaixo frases do discurso de posse no Congresso:

Hoje começa uma nova era na Argentina.

Damos por terminada uma longa e triste história de decadência e começamos o caminho da reconstrução do país.

Hoje enterramos décadas de fracasso.

Nossos líderes decidiram abandonar um modelo que nos havia deixado ricos e abraçaram as ideias empobrecedoras dos coletivismo, um modelo que só gera pobreza.

Assim como a queda do Muro de Berlim marcou o fim de uma época trágica para o mundo, essas eleições marcaram o ponto de quebra para a nossa história.

Sabemos que no curto prazo a situação vai piorar.

Na área de segurança, a Argentina se converteu em um banho de sangue. O narcotráfico se apoderou das nossas ruas.

A única forma de sair da pobreza é com mais liberdade.

Inflação

Milei também mencionou a elevada inflação, acima de 140% ao ano, e atribuiu a culpa aos governos peronistas. Antes de Alberto Fernández, que deixa o cargo agora, quem governou foi Mauricio Macri, que é de direita e aliado de Milei. Antes de Macri, Cristina Kirchner

“Arruinaram a nossa vida e fizeram cair dez vezes os nossos salários. Portanto, não deveria surpreender que estejam deixando 45% de pobres e 10% de indigentes.”

“Os argentinos, de forma contundente, expressaram uma vontade de mudança que já não tem retorno. Não há retorno. Hoje enterramos décadas de fracassos e disputas sem sentido. Brigas que só conseguiram destruir o nosso país e nos deixar em ruínas. Hoje começa uma nova era na Argentina, de paz e prosperidade”, afirmou.