Hospital Veterinário Público enfrenta problemas devido à alta demanda

O Hospital Veterinário Público do Distrito Federal (HVep) tem dificuldades de infraestrutura e limitações clínicas para atender os animais de estimação da capital federal. A avaliação é de entidades públicas, de cidadãos e da própria instituição, conforme o Correio apurou. Numa região com quase 2 milhões de pets — uma para cada duas pessoas que moram em uma área com 3,8 milhões de habitantes, segundo dados oficiais — muitos bichinhos ficam sem atendimento na instituição.

Uma média de 150 pacientes conseguem ser recebidos, diariamente, no hospital. Pessoas envolvidas na defesa desses seres e tutores que puderam marcar consultas consideram que o estabelecimento faz um bom trabalho. Porém, mesmo entre os que obtiveram socorro, há quem indique problemas e manifeste insatisfação. Divergências à parte, muitos concordam que esse centro médico precisa melhorar e ampliar sua atuação.

Entre os aprimoramentos que brasilienses gostariam de ver no hospital — vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Proteção do Animal (Sema) — está a ampliação das espécies atendidas. Atualmente somente cães e gatos podem se consultar. A subsecretária substituta de Proteção Animal da Sema, Geisa Maria Cabral, explicou que, por questões práticas e estatísticas, a instituição acabou optando pela dupla mais popular entre os que querem um amigo não-humano em casa. Quanto a coelhos, peixes, anfíbios e pássaros, por exemplo, de acordo com ela, são necessários profissionais especializados, assim como vacinas, equipamentos, instalações e tratamentos específicos.

Dentro de suas possibilidades, 110 funcionários, sendo 60 médicos veterinários — anestesistas, cirurgiões, clínicos, ortopedistas, patologistas, ultrassonografistas, entre outros — fazem o atendimento. A eles se juntam o pessoal da área administrativa, auxiliares clínicos e laboratoriais para levar à frente a proposta de cuidar da saúde dos parceiros de quem não tem condições de pagar por serviços privados.

A subsecretária de Proteção Animal, Edilene Dias, listou os problemas mais comuns que chegam ao HVep: atropelamentos, endometrioses, enfermidades infectocontagiosas (como a erliquiose, a chamada doença do carrapato), e cânceres. Algumas dessas situações acabam levando a cirurgias e internações, situações que trazem novos desafios aos usuários.

Mesmo focando-se em caninos e felinos domésticos, a unidade — inaugurada em 2018 — registra falhas na continuidade do que precisa ser realizado, depois de serem diagnosticadas complicações nos pets. Raios-X e ultrassons, por exemplo, só conseguem ser marcados meses após o primeiro atendimento, o que compromete a recuperação adequada das mascotes. A constatação é da comissão de Direitos Animais e Ambientais da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB/DF), que tem como vice-presidente Ana Paula Vasconcelos.

A demora para marcar exames, explicou a advogada, é consequência da alta procura pelo único hospital veterinário público da capital federal e do Entorno. De ambos os lugares, vem uma demanda que não é amparada por uma abrangência de horários para consultas (24horas) e nem dos prazos de que necessitaria. E, na avaliação dela, embora conte com profissionais capacitados para realizar cirurgias, a instituição não as oferece na quantidade que deveria, pois só conta com dois centros para essa finalidade. De acordo com a Sema, são realizadas três, diariamente, de segunda a sexta-feira. Além disso, conforme a pasta revelou, mesmo tendo especialistas, operações ortopédicas mais delicadas não são realizadas por falta de condições específicas para essas intervenções.

Outro problema são as internações, que são oferecidas, porém, com restrições. De segunda a sexta-feira, o animal pode ficar das 8h às 17h, não mais que essas 9 horas e sempre acompanhado pelo tutor para evitar abandonos. Após esse período, ambos devem retirar-se. Se o caso for grave, e exigir permanência maior, está prevista prorrogação. Só que ela não pode passar de 24 horas, prazo em que o amigo humano deverá ficar junto ao seu parceiro. E há, ainda, mais um complicador: a capacidade máxima para essas hospitalizações. Independentemente do tempo de duração, são para não mais que cinco cães e cinco gatos.

A subsecretária substituta da Sema disse haver planos para encarar a alta demanda por atendimentos e a demora para a realização de exames. Pensa-se na contratação de mais funcionários, mas, para isso, deve haver algumas negociações e disponibilização de recursos. É que o HVep, mesmo pertencendo ao governo local, tem em sua gestão a coparticipação da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa). Trata-se de uma Organização da Sociedade Civil (OSC) filantrópica, que atua em prol do interesse público. Até o momento, não há previsão de quando poderia se iniciar um possível processo para ter mais pessoas na equipe do hospital.

Geisa contou que, nos últimos anos, houve investimentos para resolver as dificuldades. Em meados de 2022, começaram os serviços de cardiologia, dermatologia, oftalmologia e oncologia. Isso ajudou a chegar à media diária de atendimentos atual. Antes eram cem. Outra conquista foi que, desde 2020, uma unidade móvel do HVep percorre regiões administrativa (RAs). No veículo, que passa alguns meses por RAs escolhida de acordo com a estatística de pedidos por tratamentos veterinários, profissionais oferecem esses serviços. Isso ajuda a diminuir um pouco a sobrecarga que a sede enfrenta. Mas, a própria Sema admitiu que o ideal seria ter unidades permanentes em mais pontos do DF.

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Miriam Muniz, 58 anos, reclamou haver sido atendida por um veterinário, apressadamente e, por isso, a experiência dela não foi das melhores. Seu cão estava urinando sangue. “O veterinário deu apenas uma breve examinada na boca do meu cachorro. Não passou medicamentos ou orientações. Disse que o caso não era grave e pediu que eu retornasse pela manhã do dia seguinte. Mas, nesse horário do dia, o HVep é um caos. As fichas para consultas acabam rapidamente”.

Patrícia Vasconcelos, 36, também se mostrou insatisfeita com as limitações. “Tive que ir a um hospital particular para terminar o diagnóstico e receber mais orientações sobre o estado de saúde de minha cachorra. Em hospital público é difícil. A gente tem que chegar bem cedo para ver se tem vaga, e raramente encontra”, reclamou.

Em nota, a Associação Protetora de Animais no DF (ProAnima) disse não haver recebido reclamações contra o HVep. A organização ainda citou a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (Pdad), na qual 80% dos tutores aprovam o serviço.

Entre elas está Lucas de Oliveira, 24 — um dos 49,6% dos moradores no DF com pelo menos um animal de estimação, segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios. “O meu gato estava debilitado. O médico fez os exames e está resolvendo o problema dele. Já vejo uma melhora. Eu trouxe meu outro cão aqui, outro dia. É um lugar do qual gosto muito”, afirmou.

Thais Santos, 29, marcou uma consulta on-line, chegou uma hora antes do previsto e aprovou o serviço. “Meu cachorro está com um nódulo na pata e, rapidamente, foi atendido”, contou a tutora.

HVep

Endereço:

QNF, Parque Lago do

Cortado, Taguatinga

Telefone: (61) 99938-5316

Atendimento: de 8h às 16h

* Estagiário sob supervisão de Manuel Martínez

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Inteligência artificial, uma alavanca de negócios

A inteligência artificial (IA) pode ser uma importante aliada do pequeno empreendedor e ajudar a alavancar o turismo no país. Mas o Brasil precisa avançar mais nesse segmento, focando na melhoria da qualidade de vida das pessoas e não para reduzir empregos, de acordo com especialistas. “A IA está redefinindo a maneira de como fazer negócio”, disse Tomaz Carrijo, líder de Ciência de Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional, ontem, na abertura do evento Inteligência Artificial e as novas tecnologias: os impactos no mercado brasileiro, realizado pelo Correio Braziliense com apoio do Sebrae.

Essa ferramenta que está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas em todo o mundo, pode ser uma vantagem competitiva do micro e do pequeno negócio, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, na avaliação do representante do Sebrae. Ele ressaltou que a IA tem ajudado a otimizar a operação das empresas a partir da análise de dados dos seus clientes e até na precificação de produtos. “Assim, estamos melhorando a eficiência, diminuindo custos e reduzindo tempo de tarefas que são repetitivas”, pontuou. “Somando tudo, a IA traz para o pequeno negócio uma vantagem competitiva. A inteligência artificial está transformando as operações, adicionando uma perspectiva bastante simples na tomada de decisão, que é a decisão baseada em dados”, acrescentou.

Além de estimular o desenvolvimento econômico, o uso da inteligência artificial pode ser benéfico para o turismo. Em parceria com grandes empresas e universidades, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) promove um trabalho coordenado, que visa a democratização da tecnologia, a melhora na experiência do turista e a digitalização no setor. O projeto, denominado Embratur LAB, começou no ano passado e busca resultados benéficos para o setor no país nos próximos anos, de acordo com o diretor de Gestão e Inovação da agência, Roberto Gevaerd (ver quadro).

O diretor destacou que o Brasil possui um potencial econômico em todas as áreas do turismo, o que não pode ser deixado em segundo plano. Diante disso, as iniciativas desenvolvidas no laboratório já promovem resultados na prática. Entre as iniciativas desenvolvidas, está o uso de realidade virtual para conhecer novos lugares antes de visitá-los pessoalmente. “A questão da imersão é fundamental. Se você está em dúvida se vai visitar as Cataratas do Iguaçu ou as do Niagara, você entra, pega os óculos de realidade virtual e visita as duas. E aí você decide qual local tem mais interesse”, explicou Gevaerd.

O intuito é facilitar a escolha do próximo destino. O trabalho de digitalização da agência envolve grandes empresas, como o Google e o AirBnB, além de parceria com universidades do Rio de Janeiro, como a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC Rio) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para o estímulo à inovação. Para os operadores, a tecnologia pode aprimorar a prestação de serviço e a experiência do turista, bem como atingir o turista-alvo, realizar estudos de precificação, implementar inventário e maximizar o retorno do investimento (ROI), entre outras funcionalidades. No ano passado, foram contabilizados cerca de 7,8 milhões de empregos diretos pelo turismo no Brasil. Além disso, mais de 500 atividades econômicas integram esse setor, que foi responsável por 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, no ano passado, o que representa R$ 146 bilhões, conforme dados da Embratur.

O uso de tecnologias no mercado de trabalho é uma preocupação presente durante a formação técnica e profissional de brasileiros em diversas áreas, pontuou Vitor Corrêa, diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Distrito Federal (Senac-DF). “A educação e a formação de mão de obra numa realidade tão dinâmica como a atual exige um esforço do Senac para o uso de novas ferramentas e emergências tecnológicas, que vivenciamos cada vez mais rápido no Brasil e no mundo”, frisou. Ele contou que, no ano passado, foi feito um investimento de R$ 25 milhões em computadores e outros dispositivos tecnológicos para as salas de aula do Senac para que o ensino seja mais atrativo para os alunos mais jovens. A exemplo disso, ele informou que o Senac está testando atendimento clínico de saúde por meio digital, além de uma experiência de visitar pontos turísticos no metaverso. Outro ponto é que os estudantes das áreas de tecnologia e inovação estudam casos reais de embate tecnológico e apontam soluções — um exemplo é saber como fica o mercado da loteria, em meio aos chamados bets.

Sobre a preocupação acerca da ocupação de empregos, que é um debate surgido rotineiramente quando o assunto é inteligência artificial, o coordenador de Métodos, Dados e Projeções Microeconômicas no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luís Kubota, ressaltou que o fator que vai determinar se uma ocupação é mais passível ou não de automação, são as tarefas que são desempenhadas pela carreira. “Eu recomendo o estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que foi feito em cima da realidade do Chat GPT 4. O resultado do estudo, de certa forma, tem uma coloração mais positiva”, observou.

Em relação às mudanças geradas na economia e à concentração desse mercado, Kubota alertou que a “tendência monopolística” da IA está relacionada com o ponto de vista das políticas adotadas nos países desenvolvidos: a concentração de dados, o poder econômico, e, inclusive, a capacidade de contratar recursos. “Você tem que ter infraestrutura, que é o que a gente chama de maturidade digital. As firmas precisam ter maturidade para que sejam capazes de adotar essas tecnologias de modo seguro e produtivo”, reforçou o coordenador.

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3º congresso da AMIHLA discutirá oportunidades e desafios da hotelaria

3º congresso da AMIHLA discutirá oportunidades e desafios da hotelaria (Foto: Divulgação)

Reconhecido mundialmente como grande gerador de riquezas, o turismo representa cerca de 17% do Produto Interno Bruto (PIB) global, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT). No entanto, no Brasil, ele reponde por somente 8%, apesar de todo o potencial natural, cultural e histórico que possui, o que mostra o quanto a indústria hoteleira no país ainda pode crescer. Existem, no entanto, entraves que impactam diretamente o setor, exigindo a adoção de estratégias inovadoras e ações concretas para impulsionar a cadeia produtiva do turismo. É nesse contexto desafiador que a Associação Mineira de Hotéis de Lazer (AMIHLA) promove o 3º Congresso AMIHLA, na próxima terça-feira, dia 7 de maio, no Tauá Resort em Caeté (a 50 km. de Belo Horizonte).

Grandes nomes da hotelaria de Minas Gerais

O evento reunirá os principais empreendedores hoteleiros de Minas Gerais para uma jornada de discussões, insights e networking, com palestras e “cases” de proeminentes nomes do mercado, como Lizete Ribeiro, CEO do Grupo Tauá de Hotéis; Pedro Cypriano, CEO da Noctua Advisory; Diogo Gonçalves, presidente da Rádio Itatiaia; André Bekerman, diretor geral da Trul Hotéis e a consultora de Revenue Management (Gestão de Receitas), Waleria Fenato.O presidente da AMIHLA, Alexandre Santos, destaca a importância do congresso para o desenvolvimento de estratégias visando a expansão do turismo em todo Estado. “Para romper com os desafios que afetam diretamente o desenvolvimento de toda cadeia produtiva do turismo, é preciso um esforço conjunto para encontrar soluções que impulsionem sua expansão e competitividade no mercado nacional.”

Para atingir o amplo potencial do turismo nacional, a indústria hoteleira precisa superar questões cruciais para crescer como: escassez de profissionais qualificados; infraestrutura logística interna com péssimas rodovias; alta tributação entre outros. O 3º Congresso AMIHLA será uma oportunidade para os principais “players” do mercado se atualizarem e contribuírem na busca por soluções concretas para o “trade”. Alexandre Santos ressalta, que o evento surgiu há três anos com a ideia de fortalecer o segmento diante da série de desafios complexos que afetavam diretamente a hotelaria na pandemia.

Programação intensa

Alguns dos mais renomados especialistas do setor compartilharão suas visões e experiências em uma ampla programação que se estenderá das 8h30 às 20 horas.

A primeira palestrante será a anfitriã do evento, Lizete Ribeiro, às 10h, com a palestra “A Força da Cultura no Grupo Tauá”. Pedro Cypriano, especialista em investimentos e gestão estratégica, às 11h, interagirá com o público no painel “Os Desafios da Hotelaria”, fornecendo “insights” sobre como superá-los. Às 14h, Diogo Gonçalves, trará sua expertise em gestão financeira com o tema “Gestão Financeira para o Sucesso na Hotelaria”, oferecendo orientações valiosas para garantir a saúde financeira dos empreendimentos hoteleiros. Já André Bekerman, às 15h30, falará sobre “Como Inovar e Se Reinventar na Indústria Hoteleira”, abordando estratégias práticas para os hoteleiros se manterem competitivos em um mercado em constante evolução. Finalizando, às 17h, Waleria Fenato, trazendo o tema “Os Desafios da Precificação Dinâmica na Estratégia Hoteleira”, trazendo aspectos sobre como ajustar a precificação para atender às demandas do mercado em constante mudança.

Além das palestras, o congresso também promoverá networking e oportunidades de negócios. São esperados mais de 400 hoteleiros, empresários, investidores e estudantes da cadeia produtiva da hotelaria e do turismo. Com a presença já confirmada de 380 marcas expositoras de produtos e serviços, o 3º Congresso AMIHLA é um evento imperdível para todos os interessados no crescimento sustentável do turismo em Minas Gerais e no Brasil.

Inscrições

O congresso é direcionado a associados e todos os demais interessados em geral. Ingressos avulsos estão disponíveis no site do Sympla com condições especiais para leitores desta coluna. Para se inscrever e obter mais informações, acesse aqui.

Um grupo visionário de empresários da hotelaria de lazer de Minas Gerais uniu forças e fundou a Associação Mineira de Hotéis de Lazer, em abril de 2020, em meio aos desafios e incertezas provocados pela pandemia. Movidos pela paixão pelo turismo e a determinação em enfrentar os obstáculos impostos naquele momento, esses empreendedores decidiram criar uma entidade que não apenas fortalecesse o setor, mas também abrisse novas oportunidades de negócios para o mercado de turismo de lazer em Minas Gerais.

Com o compromisso de representar e promover os melhores empreendimentos de lazer do Estado, a AMIHLA conta hoje com 30 associados tornando-se uma voz influente no cenário hoteleiro. Ao longo de sua trajetória, tem trabalhado incansavelmente para defender os interesses dos empresários hoteleiros, promover a excelência na prestação de serviços e contribuir para o crescimento sustentável do turismo.

Maarten Van Sluys (Consultor Estratégico em Hotelaria – MVS Consultoria)

Instagram: mvsluys

e-mail: mvsluys@gmail.com

Whatsapp: (31) 98756-3754

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Grão Mogol, no norte de Minas, vira exemplo de transformação do turismo

Grão Mogol, no norte de Minas, vira exemplo de transformação do turismo (Capela Nossa Senhora do Rosa?rio (Foto: divulgação))

Situada na Cordilheira do Espinhaço, Grão Mogol vem se consolidando como um dos principais destinos turísticos de Minas Gerais. A cidade atrai visitantes de diferentes partes do Brasil, que vivem experiências de enoturismo e de turismo de natureza, admiram as construções históricas e se encantam com as trilhas, cachoeiras, paisagens e espécies endêmicas da flora e da fauna local.

Grão Mogol tornou-se um exemplo de transformação por meio do fomento ao turismo, com a expansão recente no número de visitantes e melhoria na geração de emprego e renda para a população. Essa mudança começou há três anos, quando foi implantado um plano de desenvolvimento e valorização do turismo na cidade.

“Tínhamos um território com muitas potencialidades, a paisagem da Cordilheira do Espinhaço, o parque estadual, o conjunto histórico arquitetônico tombado, as trilhas, cachoeiras, o Presépio Mão de Deus, que é o maior presépio a céu aberto do mundo, o charme das construções em pedra como a Igreja Matriz de Santo Antônio, uma diversidade e atratividade que é rara de se encontrar ao mesmo tempo. Mesmo assim, a população estava desanimada com o turismo”, recorda o Secretário Municipal de Turismo, Ítalo Mendes.

Para “virar o jogo”, relata Mendes, foram iniciadas uma série de ações e parcerias como as firmadas com o Governo do Estado, o Sebrae, o Sesc, o Senac e com agências e operadoras de turismo. O objetivo da mobilização foi realizar um esforço integrado que aproveitasse todo o potencial oferecido por Grão Mogol de modo a estruturar e qualificar o destino para que pudesse ser apresentado como um dos mais imperdíveis de Minas Gerais.

“Foram implementados programas de qualificação e de melhoria da infraestrutura da cidade. Houve um trabalho de divulgação para atrair turistas com maior gasto médio e mais tempo de permanência, interessados em conhecer a natureza, a história e a cultura local e ainda vivenciar as experiências do enoturismo e adquirir peças do nosso artesanato”, descreve o Secretário Municipal de Turismo de Grão Mogol.

Com a soma de esforços por meio das parcerias, houve um crescimento do turismo no município em torno de 20% ao ano e em momentos de alta visitação a taxa de ocupação nos empreendimentos de hospedagem chega a atingir 100%. Mas, o reflexo concreto do fluxo turístico é vivido na economia local, com o crescimento de 50% no número de empregos formais no setor de turismo desde o início da implementação da estratégia. Além disso, Grão Mogol vive a expectativa de atrair novos investimentos nas áreas da hotelaria e gastronomia.

“Mostramos que ao se priorizar o turismo e implementar políticas públicas sérias de incentivo ao setor, é possível atrair turistas que deixam seu dinheiro na cidade, gerando novas oportunidades de trabalho e renda especialmente para os jovens, fazendo com que eles permaneçam no território, ao invés de migrarem para os grandes centros”, observa Mendes. Ele lembra que as inovações realizadas também tiveram o reconhecimento com premiações de boas práticas de políticas públicas.

“Grão Mogol, aposta do turismo nacional”, diz fundador da CVC

Cada vez mais a cidade histórica do Norte de Minas passa a fazer parte dos roteiros e produtos comercializados por operadoras e agências de turismo. O potencial turístico de Grão Mogol é reconhecido por um ícone do setor no país, Guilherme Paulus, fundador da CVC, maior operadora nacional de turismo, que visitou a cidade em 2023.

“Grão Mogol é a próxima grande aposta do turismo nacional. É um local a ser descoberto no Brasil. É uma cidade histórica, bem gostosa, charmosa, que lembra Ouro Preto de anos atrás. Também é quase como uma Serra Gaúcha, que une paisagens deslumbrantes com história. É a cidade dos diamantes e tem investido bastante no turismo”, declarou Guilherme Paulus.

Enxergando a oportunidade apontada pelo fundador da CVC, Nilo Sérgio Lanza, dono de uma operadora de turismo em Brasília (DF), colocou Grão Mogol nas opções de pacotes vendidos por sua empresa, especializada em cicloturismo. A agência oferece viagens de bicicleta para o Brasil, em países da América Latina, América Central e na Europa.

“Vejo Grão Mogol como um expoente no turismo de vilarejo e também do turismo de experiências gastronômicas, histórico, cultural e do turismo de aventura. O município tem todas as condições agregadas para deslanchar e se firmar como um novo destino nacional, em especial, quando se fala no tema cidades históricas”. Avalia Nilo Lanza.

Rio Itacambirac?u? faz parte dos atrativos naturais de Grão Mogol (Foto: divulgação)

Para ter certeza de que vale a pena conhecer determinado lugar o melhor mesmo é ouvir a opinião de quem visitou o destino como turista, pois a maioria ainda aposta na recomendação de parentes e amigos para escolher o destino da sua próxima viagem. Em relação a Grão Mogol, o testemunho é dado pelo engenheiro Jorge Luís da Silva, morador de Brasília, que disse que valeu a pena ter percorrido os 850 quilômetros que separam a Capital nacional da pequena cidade no Norte de Minas.

“Estive com minha esposa em Grão Mogol. É um lugar lindo, parece uma cidade esquecida nas montanhas de Minas, que realmente nos surpreendeu, pelo seu povo acolhedor, a cultura, a gastronomia, as belezas naturais das cachoeiras e montanhas, além da vinícola que nos impressionou bastante, e espero em breve voltar a esta cidade tão acolhedora”, declara. Na opinião de Jorge Luís, a cidade precisa de maior divulgação de suas belezas naturais e históricas, além de promover competições de ciclismo e turismo de aventura. Afirmou ainda que acredita que a iniciativa privada venha investir em pousadas e restaurantes, melhorando a infraestrutura para a recepção dos turistas e promoção de eventos.

Enoturismo, mais uma atração na cidade de Grão Mogol

Um dos empreendimentos que incrementaram o turismo em Grão Mogol foi a Vinícola Vale do Gongo, que oferece passeios agendados, com jantar harmonizado e, claro, degustação do bom vinho produzido na região. O proprietário da vinícola, Alexandre Damasceno Rocha, enaltece o potencial turístico do município.

“Poucas são as cidades, como Grão Mogol, que podem, ao mesmo tempo, oferecer história, arquitetura, cultura, gastronomia e belezas naturais exuberantes”, assinala o empresário. “Aqui, temos tudo isso, aliado ao estilo simples e acolhedor do povo do interior mineiro”, completa.

Damasceno destaca a importância da sua atividade. “O enoturismo é a atividade que mais se desenvolve no mundo. Os países e regiões que souberam investir no enoturismo desenvolveram uma virtuosa cadeia que alimenta um forte mercado em crescimento: hotelaria, gastronomia, passeios em contato com a natureza, dentre outras atividades.” Tudo isso é possível aqui em Grão Mogol.

“Proporcionamos aos visitantes uma sofisticada experiência enogastronômica e sensorial que articula e envolve tudo que há de melhor no terroir da Cordilheira do Espinhaço”, assegura.

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Transporte do futuro: especialistas apontam soluções para o DF

Em alta nos anos 1960, devido ao impulso à corrida espacial, a tendência futurista apresentou ao mundo a possibilidade de convivermos com robôs, fazermos videoconferências e termos televisões planas. Foi o que mostrou, por exemplo, o desenho animado Os Jetsons. Mais tarde, no filme De volta para o futuro (lançado em 1985), o personagem Doc Brown prometeu: “Para onde vamos não precisamos de estradas”. Apesar de os carros voadores serem uma realidade em 2024, não é o meio de transporte idealizado para o futuro do Distrito Federal, segundo especialistas ouvidos pelo Correio. Diferentemente do que muitos imaginam, ônibus e veículos sobre trilhos seriam as melhores opções para garantir mobilidade democrática e de qualidade. Até alcançarmos essa possibilidade, porém, é preciso vencer desafios.

O primeiro deles é o colapso dos congestionamentos nas vias do DF. Conforme o relatório mais atualizado do Departamento de Trânsito do DF (Detran), circularam mais de 2 milhões de veículos na região, em 2023, um aumento de 35,8% em relação a 2013, quando havia 1.491.539 veículos em circulação. No ano passado, as vias foram ocupadas por automóveis, enquanto os ônibus circularam com uma quantidade cem vezes menor do que os carros. Na prática, a constatação resulta em insatisfação com o serviço, tanto pelos desgastes em engarrafamentos quanto pelo número insuficiente de coletivos, segundo o especialista em trânsito Wellington Matos e o pesquisador em mobilidade urbana Carlos Penna.

De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves, desde 2019, 2.303 novos veículos entraram em circulação para substituir os coletivos mais antigos e outros 158 foram incorporados ao sistema para aumentar a oferta aos usuários. “Além disso, temos mais de 150km de faixas exclusivas para reduzir o tempo de deslocamento dos coletivos, extensão que será ampliada para os corredores Oeste e Norte, com linhas rápidas, por meio de BRTs (Bus Rapid Transit)”, completa.

“A previsão é de que, até o fim deste ano, mais 850 novos ônibus entrem em operação nas ruas para a continuidade do processo de troca. Todo o processo de renovação está previsto em contrato e não impacta no valor que o usuário paga pela passagem”, diz Zeno Gonçalves. Ainda segundo o secretário, para o futuro, o objetivo é dar continuidade à renovação da frota, melhorar e otimizar as linhas, modernizar o transporte coletivo e ampliar a oferta de facilidades para ter acesso à integração, ao cartão Mobilidade e a outros meios de pagamento.

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Com uma frota de 32 trens, 27 estações operacionais e 42,38km de extensão, o metrô do DF atende cerca de 160 mil usuários por dia. Liga Brasília às regiões administrativas de Ceilândia e Samambaia, passando pela Asa Sul, Setor Policial Sul, Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA), Guará, Park Way, Águas Claras e Taguatinga. Expandir as linhas é o segundo desafio para garantir mobilidade democrática e de qualidade.

De acordo com Wellington Matos, os veículos sobre trilhos são essenciais, visto que têm maior facilidade de locomoção, atendem a um número maior de pessoas, têm um tempo de viagem reduzido e o risco de sinistro é bem menor do que em rodovias. “O ideal é que tivéssemos trilhos para todos os cantos”, reforça. Em relação ao meio ambiente, diminui-se a quantidade de veículos na rua e, consequentemente, a emissão de gases e outros materiais poluentes.

Carlos Penna recorda que, em 2001, com a inauguração do metrô, havia a sensação de que Brasília teria solução para a mobilidade urbana, considerando que a frota de veículos — à época com 651 mil automóveis registrados — era três vezes maior do que a quantidade esperada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para esse período.

“Em 2007, estudou-se atualizar as linhas, passando de duas para quatro. Entretanto, em 2009, o GDF reverteu os programas e resolveu trocar as linhas de metrô por corredores de ônibus. Um erro crasso”, destaca Penna, que é ex-coordenador do Metrô DF. Assim, os gastos foram direcionados para duplicar vias, fazer viadutos, construir túneis e pagar subsídios aos ônibus. “A solução seria finalizar a linha 1, chegando ao fim da Asa Norte, estendendo o ramal de Ceilândia até Águas Lindas e o ramal de Samambaia até Santo Antônio do Descoberto. As linhas 2 (ligando Asa Sul, Gama e Santa Maria), 3 (ligando Riacho Fundo, Recando das Emas e Taguatinga) e 4 (ligando Asa Norte, Sobradinho e Planaltina) têm de ser construídas com urgência”, opina Carlos.

Segundo o Metrô-DF, recentemente, a licitação da expansão em Samambaia foi homologada, de forma que a linha 1 será expandida em 3,6 km. No trajeto, estão previstas as construções de duas estações e de uma subestação retificadora. O projeto deve beneficiar uma população de 10 mil pessoas. A próxima etapa é a contratação, seguida da fase de elaboração de projetos. A companhia também está com a licitação da expansão de Ceilândia em andamento, na qual serão 2,3 km a mais de linha, com mais duas novas estações, cruzando a região até próximo à BR-070, na saída para Águas Lindas. Estima-se o acréscimo de 12 mil passageiros por dia.

Locomover-se usando a energia do próprio corpo é, de todas as opções de transporte, a mais sustentável e acessível. É a mais viável? Ainda não. Apesar de ter a segunda maior malha cicloviária do país, com quase 700 km, muitas ciclovias e calçadas não são devidamente interligadas, levando a lugar algum. “Na prática, para se deslocar em ciclofaixas, é importante que, no destino, haja a possibilidade de tomar um banho, trocar de roupa e guardar a bicicleta”, disse o especialista Wellington Matos.

O relatório Desigualdade da Mobilidade Urbana no Distrito Federal, do Observatório de Políticas Públicas do DF, divulgado no fim de 2022, mostra que em RAs de renda mais baixa, uma das motivações principais para se caminhar é ir ao trabalho. Nos locais de renda mais alta, o caminhar é realizado sobretudo como uma atividade física. De forma semelhante, para os mais pobres, a bicicleta é usada para ir ao trabalho por 32,3% dos usuários e para fazer compras/serviços por 25,8%. Nas RAs de mais alta renda, a bicicleta é mais usada para atividade física e de lazer: 38,9% e 44,4%, respectivamente.

Atualmente, o Plano Piloto é a região com o maior número de pistas para bicicletas: 138,08 km. Em segundo lugar está o Lago Sul, com 58,2 km. Em seguida, aparecem Park Way (50,7 km), Gama (35,9 km), Lago Norte (33,9 km), Ceilândia (33,6 km) e Santa Maria (33,1 km). Para o futuro, o secretário Zeno Gonçalves aponta: “Pretendemos dotar o DF de uma infraestrutura de mobilidade ativa adequada aos padrões para uma capital brasileira, com terminais acessíveis, com paradas de ônibus e abrigos que atendam às necessidades do usuário”.

Para Wellington Matos, é fundamental que os transportes sobre trilhos atinjam todas as RAs, enquanto internamente seja priorizada a circulação de ônibus. “Integrar ônibus e metrô é a solução. Como isso ainda não é uma realidade, temos que trabalhar os ônibus, colocando vias exclusivas — pelo menos duas, transformando-os em coletivos de alta qualidade. No entanto, acredito que, para um futuro realista, podemos esperar o aumento de obras e, consequentemente, de veículos individuas, visto que quanto mais obras, mais convidativo será para os motoristas de veículos”, ponderou.

Carlos Penna reforçou que os transportes do futuro já existem, falta apenas implementá-los. “São o metrô; o trem do Entorno (que liga Luziânia, Valparaiso e Brasília); e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ligando o aeroporto à W3 e à L2 . Além disso é fundamental fazermos as ciclovias separadas das vias dos automóveis e calçadas lisas para todos poderem se deslocar livremente”, ressaltou.

E os carros autônomos e elétricos? Bom, Matos acredita que levará tempo para que veículos autônomos possam trafegar com tranquilidade em nossas vias, pois dependem de boa sinalização e estrutura de internet elevada. “Não é algo tão simples e são veículos muito caros”, esclareceu. Penna ponderou que a troca dos veículos de motor à explosão por motores elétricos é positiva, dado que não emitem gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), e nem causam poluição sonora.

“É preciso entender, porém, que um congestionamento com 50 mil veículos elétricos continua sendo um congestionamento. Portanto, são soluções individuais, enquanto devemos pensar em transporte público de qualidade”, concluiu o pesquisador.

Quando Brasília foi desenvolvida, no período áureo do pensamento rodoviarista, idealizou-se que os moradores andassem mais de carro, tanto que a região tem as faixas mais largas do Brasil. A cidade tinha sido imaginada para 500 mil habitantes no ano 2000, porém, neste mesmo período, já somava mais de 1 milhão de habitantes. “Imaginou-se haver de 140 mil a 200 mil automóveis e já havia quase 500 mil”, salientou Carlos Penna. Quando o transporte público tem qualidade, não é preciso se locomover em um veículo.

2019: 1.840.659

2020: 1.886.372

2021: 1.928.729

2022: 1.951.546

2023: 2.026.116

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Concurso Unificado: tudo o que você precisa saber para o dia da prova

O dia do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) está chegando, e é importante que os candidatos estejam por dentro de todos os detalhes. O exame será aplicado em 5 de maio, em 228 municípios do país. No Distrito Federal, a prova ocorrerá em 264 locais e 6.330 salas.

Organizado pelo Ministério da Gestão e da Inovacão em Serviços Públicos (MGI), o Concurso Unificado oferta 6.640 vagas para diversas áreas de atuação. As chances são de níveis médio e superior e são divididas em oito blocos, sendo eles: Infraestrutura, Exatas e Engenharias; Tecnologia, Dados e Informação; Ambiental, Agrário e Biológicas; Trabalho e Saúde do Servidor; Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos; Setores Econômicos e Regulação; Gestão Governamental e Administração Pública; e Intermediário.

O certame é um novo modelo que consiste na realização conjunta de concursos públicos para o provimento de cargos públicos efetivos no âmbito dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, mediante a aplicação simultânea de provas em todos os Estados e no Distrito Federal.

Pela manhã, os portões serão abertos às 7h30 (horário de Brasília). Nesse turno, os inscritos para os blocos de nível superior (1 a 7), responderão 20 questões objetivas – de múltipla escolha – sobre conhecimentos gerais e uma questão dissertativa de conhecimento específico. Para o bloco de nível médio (bloco 8), os candidatos farão 20 questões objetivas — de múltipla escolha — e uma redação.

À tarde, os portões abrirão às 13h (horário de Brasília). Nesse período, os candidatos dos blocos de nível superior (1 a 7), responderão a 50 questões objetivas – de múltipla escolha – de conhecimentos específicos. Enquanto os inscritos no bloco de nível médio farão mais 40 questões objetivas – de múltipla escolha. As provas para o nível médio não incluem questões dissertativas, apenas a redação no período matutino.

Manhã

Tarde

Nesta quinta-feira (25/4), o MGI liberou a consulta aos locais de prova. Para conferir o lugar, os candidatos devem acessar o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível na página do certame. Para isso, basta fazer login com os dados da conta GOV.BR.

No documento, os participantes poderão checar o número de inscrição, data, hora e local de prova. O cartão também confirma se a pessoa inscrita terá direito a atendimento especializado ou tratamento pelo nome social, se for o caso.

Mesmo não sendo obrigatório, o Ministério da Gestão orienta a levar o cartão no dia da prova. Além disso, a ministra Esther Dweck ressalta a importância de consultar o documento. “É superimportante que as pessoas não deixem para a última hora para ver isso, para que possam saber onde vão fazer a prova”, disse ela em entrevista ao Bom Dia, Ministra, em 11 de abril.

A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) ampliou o horário de funcionamento do serviço no dia da prova do Concurso Nacional Unificado. O exame ocorrerá em 5 de maio.

Em nota, a companhia informou que todas as estações estarão abertas para embarque e desembarque das 6h às 20h. O horário normal aos domingos é das 7h às 19h.

O Concurso Unificado contará com o trabalho de 215 mil pessoas. A informação foi divulgada pelo Ministério da Gestão. As provas serão aplicadas em 3.665 locais e 75.730 salas, sendo 94,6% da população apta a participar com deslocamento de até 100 km.

O MGI anunciou novas medidas para evitar fraude no Concurso Unificado. O órgão anunciou a previsão de coleta de digitais e realização de exame grafológico no dia do exame. De acordo com o MGI, as medidas foram recomendadas pela Polícia Federal. O objetivo é garantir que o candidato que estiver prestando a prova seja a mesma pessoa que vai tomar posse do cargo, caso seja aprovado.

Quando os participantes receberem os exames nas salas de aplicação, vão preencher o cartão de resposta com os dados, assinar e escrever a frase, que é o exame grafológico. Nesse momento, um aplicador da prova circulará pela sala para coletar a digital, que ficará registrada no próprio cartão de resposta.

Dessa maneira, o cartão terá as respostas das questões, o exame grafológico, a assinatura do candidato e a coleta da digital. “Essas novas camadas de segurança foram adotadas por sugestão dos órgãos de segurança, como a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que estão juntos com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos na elaboração desse que será o maior concurso público da história do pais”, informa o coordenador-geral de Logística do CNU, Alexandre Retamal.

Outra medida adotada pelo Ministério da Gestão é a proibição de sair do local de prova com o caderno e nem fazer nenhum tipo de anotação dos gabaritos das questões no cartão de confirmação.

O coordenador-geral de logística do CNU, Alexandre Retamal, explica que a ação também ocorre por questões de segurança. “Quem escrever as respostas no cartão de confirmação, pela manhã, vai voltar de tarde com ele, e aí a gente teria que conferir se o que está escrito são as anotações dele, ou se era algum tipo de cola. Então, para aumentar a segurança, não vai ser permitida anotações de nenhum tipo no verso do cartão de confirmação.”

“Se a pessoa fizer qualquer tipo de anotação, ela fica sujeita a ser eliminada da prova. E principalmente, ela não vai poder entrar na parte da tarde de volta na prova com anotações no verso do cartão de confirmação”, explica.

Os cadernos de provas estarão disponíveis após o término dos exames no site do Ministério da Gestão. O cartão-resposta dos candidatos será disponibilizado na página do candidato, na data prevista de 3 de junho.

Cartão de Confirmação e Documento de Identidade: os itens mais importantes para levar no dia da prova são o Cartão de Confirmação da Inscrição e o documento de identidade original com foto. Não serão aceitas cópias, mesmo que autenticadas. O candidato que precisar apresentar documentos digitais deverá acessar o aplicativo no momento da identificação na entrada da sua sala. Por isso, é importante que já tenha o aplicativo baixado no celular, já que pode ser acessado mesmo sem internet. O MGI orienta testar antes para se certificar que está funcionando corretamente. Não serão aceitas fotografias do documento, mesmo que estejam na galeria do telefone.

Caneta preta transparente: outro item indispensável é a caneta preta fabricada em material transparente. Não serão fornecidas canetas e não será permitido se comunicar durante as provas. Por isso, é recomendado que os candidatos levem mais de uma caneta reserva.

Alimentação: para se alimentar, podem ser levadas comidas e água no dia da prova. As embalagens devem estar lacradas e as garrafas de água precisam ser transparentes.

Itens proibidos: serão eliminados do concurso aqueles que forem pegos com aparelhos sonoros, fonográficos, de comunicação ou de registro, eletrônicos ou não, tais como: agendas eletrônicas e(ou) similares, gravadores, pendrive, mp3 player e(ou) similar, fones de ouvido, chaves com alarme ou com qualquer outro componente eletrônico, relógios de qualquer natureza, telefones celulares, microcomputadores portáteis e/ou similares. Os candidatos também serão eliminados, se forem surpreendidos, durante as provas, em qualquer tipo de comunicação com outro candidato ou utilizando máquinas de calcular ou similares, livros, códigos, manuais, apostilas, impressos ou anotações.

Envelopes porta-objetos: a Fundação Cesgranrio, banca organizadora, fornecerá aos candidatos envelopes porta-objetos para guardar os materiais, além do telefone celular, que deverá ficar desligado durante a prova. Os envelopes deverão ser lacrados e identificados antes de o candidato se dirigir à carteira onde fará o exame. O envelope deverá ficar embaixo da carteira e só poderá ser aberto do lado de fora do local de prova.

Opção por carros elétricos e híbridos cresce no DF

Basta dar uma volta pelas ruas de Brasília para perceber o aumento do número de carros eletrificados (elétricos e híbridos). De acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), baseada em dados do Renavan, no ano passado, em números absolutos, Brasília foi a segunda cidade com mais emplacamentos de veículos desse tipo (6.401), atrás de São Paulo — 15.648. Nos três primeiros meses de 2024, o DF registrou a venda de 2.972 veículos desses modelos, sendo 1.105 somente em março.

Para incentivar a compra de carros elétricos e híbridos, as unidades da federação passaram a dar incentivos fiscais. É o caso do DF que, por meio da Lei nº 7.028, de 27 de dezembro de 2021, incluiu os modelos na lista dos que não pagam o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

A isenção do IPVA foi um dos motivos que atraíram o servidor público Leon Sólon da Silva, 44 anos. Ele comprou seu primeiro carro elétrico em novembro do ano passado. O morador da Asa Sul conta que a adaptação para receber o automóvel foi bastante fácil, porque mora em uma casa. “Vale lembrar que, em Brasília, rodamos muito. Por isso, é arriscado não ter estrutura em casa para carregamento. O investimento, além da compra do carro, foi de R$ 9 mil para aquisição do carregador, com instalação”, relembra.

A preocupação de Leon tem motivo. Desde 2019, o DF dispõe de apenas de 10 postos de carregamento (veja quadro). Em 2023, o Governo do Distrito Federal (GDF) firmou um acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para substituir os atuais pontos de recarga por estruturas mais avançadas e instalar outros 25 eletropostos, totalizando 35.

Leon Sólon da Silva foi atraído principalmente pela economia, com destaque para a isenção de IPVA

Para ele, a principal desvantagem está, na maioria das vezes, na autonomia do veículo. “Hoje, poucos carros conseguem fazer viagens muito grandes, porque a estrutura de carregamento, principalmente aqui no Centro-Oeste, não é muito boa”, lamenta. Ainda assim, enumera benefícios que fazem valer a pena. “Com certeza, é muito mais econômico do que um carro a combustão, mesmo com o investimento inicial de carregamento, isso se paga rápido. Primeiro, pelo IPVA. E, também, pela questão de não gastar com combustível”, avalia.

Sólon afirma que passou muito tempo estudando e fazendo cálculos. “Obviamente, eles são carros relativamente caros e você tem que fazer a conta de qual vai ser a sua economia. Para mim, valeu muito a pena. Já rodei 12 mil quilômetros desde novembro. Isso daria R$ 6 mil de combustível e, com o elétrico, gastei, no máximo, R$ 2 mil de energia elétrica”, comemora.

A bancária Patrícia Joyce Tavares, 44, está com seu segundo veículo 100% elétrico. Para a moradora do Park Way, os principais ganhos estão relacionados à sustentabilidade, economia e eficiência. “Os veículos elétricos não poluem de forma direta. Não há abastecimento com um combustível que está com valor em alta. E o motor elétrico oferece praticamente toda a energia disponível para ser convertida em potência”, elenca.

Patrícia pondera, assim como Leon, que a autonomia, a infraestrutura nas estradas e o preço são dificuldades para quem decide arriscar no mundo dos elétricos. A bancária ressalva que, no caso dela, compensou. “Não tenho custos para abastecer, pois também tenho um sistema fotovoltaico em casa, que já se pagou. Além disso, não gasto quase nada nas revisões, sem falar na isenção de IPVA”, enumera.

Apesar de ressaltar o impacto positivo para o meio ambiente na utilização de veículos elétricos, o pesquisador associado em Sustentabilidade Energética e Mudanças Climáticas Globais da Universidade de Brasília (UnB) Eli Siqueira Alves observa que as baterias são um gargalo significativo. “O que nos assusta na expectativa do uso nos carros elétricos é a exploração da natureza”, aponta. “Geralmente, o silício e outros insumos de baterias elétricas saem da floresta amazônica. As empresas prometem que vão preservar e ter um cuidado especial para a exploração do silício utilizado e não é bem assim, pelo que a gente está vendo na China, por exemplo”, critica o especialista.

O pesquisador questiona como será feito o trabalho de reciclagem dessas baterias. “Quais são as tecnologias que a gente vai usar? Isso tudo ainda está começando em países como os Estados Unidos e a Alemanha. Só que fica muito caro para o Brasil comprar e desenvolver essas tecnologias de reciclagem eletroeletrônica”, analisa. “É um desafio para o governo e, também, requer um esforço muito grande da sociedade, para que a gente consiga alcançar uma medida ótima para essa reciclagem”, alerta Eli.

Os números de eletrificados se referem à soma de veículos elétricos híbridos plug-in (PHEV), elétricos 100% a bateria (BEV) e elétricos híbridos convencionais sem recarga externa (HEV).

Lançado em outubro de 2019, o programa Vem DF foi um piloto de compartilhamento de veículos elétricos para frotas públicas. Servidores do GDF, previamente cadastrados, poderiam utilizar os veículos exclusivamente para trabalho. O serviço foi uma iniciativa da ABDI, em parceria com o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI). Na ocasião, o GDF divulgou que o objetivo era substituir toda a frota do governo local. A ideia do programa era possibilitar o uso de energia limpa e renovável, diminuir o volume de gases e economizar combustível.

Questionada sobre o fim da iniciativa, que ocorreu em novembro de 2022, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectic) do DF respondeu que o programa “incluiu momentaneamente na frota do Governo do Distrito Federal carros elétricos e eletropostos, com unidades à disposição dos servidores no Palácio do Buriti e nas Administrações Regionais. Enquanto vigente, o Vem DF promoveu o compartilhamento de veículos elétricos com o objetivo de servir de estimulo à população quanto à conscientização da necessidade de redução da emissão de gases poluentes na atmosfera, bem como incentivo na expansão do compartilhamento de veículos e a toda cadeia produtiva de veículos elétricos”.

“O encerramento da iniciativa ocorreu de forma harmônica com o que havia sido pactuado e atingiu os seus objetivos”, prosseguiu. De acordo com a pasta, como se tratava da modalidade contratual de comodato, a frota de veículos elétricos estava cedida à secretaria. Com o fim do programa, os carros foram devolvidos à Fundação Parque Tecnológico Itaipu.

» Emater-DF (antiga Secretaria de Saúde, AENW 3, Lote A);

» Novacap (estacionamento interno, SAP Lote B);

» Reciclotech (Gama, Qd. Industrial 06, Lote 20);

» Secretaria de Saúde (Parque de Apoio, SGAP, Lote G, AE);

» Secretaria de Segurança Pública (SDN – Asa Norte);

» Administração Regional do Guará (QE 25, Guará 2);

» Administração Regional de São Sebastião (Qd. 101);

» Administração Regional do Lago Norte (SHIN CA 5);

» Fundação de Apoio à Pesquisa (Granja do Torto, Lote 4);

» Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SCS 6 A).

*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso

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Zhu Qingqiao, embaixador da China: “Nossa relação é de longo prazo”

Brasil e China completam, este ano, 50 anos de relações diplomáticas, além dos 20 anos da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) — instalada em 2004, quando o Brasil reconheceu o país asiático como uma economia de mercado e criou o colegiado para fomentar discussões entre os dois governos. Desde então, as nações apenas estreitaram os laços no campo comercial, apesar de tensões diplomáticas em alguns governos, como no de Jair Bolsonaro.

Em conversa com o Correio, o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, ressaltou que os dois países são as maiores nações em desenvolvimento em seus respectivos hemisférios. Afirmou, ainda, que o Brasil sempre esteve entre os primeiros a firmar parcerias estratégicas com os chineses. Para o futuro, ele espera uma aproximação ainda maior em temas como economia verde e reindustrialização.

Qingqiao citou como exemplo a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), um projeto global de investimentos chineses em infraestrutura, ao qual o Brasil optou por não aderir oficialmente até agora — apesar de os primeiros convites virem em 2018.

O embaixador participou, ontem, do evento “50 anos da Relação Brasil-China: Cooperação para um Mundo Sustentável”, em Brasília, realizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pela Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS). O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, também participou do encontro e celebrou o marco diplomático.

“O melhor resultado da parceria Brasil-China é o comércio exterior. Ele é campeão. Hoje, a China é o maior parceiro comercial brasileiro, com fluxo superior a US$ 150 bilhões de dólares, e crescente”, frisou.

Também estavam presentes a senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS), o embaixador Eduardo Paes Saboia — secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores —, o presidente do Cebri, José Pio Borges, e o vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Gedeão Pereira. Confira a entrevista.

Qual a importância, para a China, dessas últimas cinco décadas de relacionamento com o Brasil?

O marco de 50 anos de relações diplomáticas é muito importante. China e Brasil são os maiores países em desenvolvimento, respectivamente, nos hemisférios Leste e Oeste. Temos uma tarefa em comum, que é o desenvolvimento, a construção dos dois países. E, na economia, temos muita complementaridade.

A data também marca os 20 anos de criação da Cosban, que aprofundou a parceria. O que mudou nestas duas décadas?

Nesses 20 anos, nós, os dois países, sempre encaramos essa relação do ponto de vista estratégico. E o Brasil é o primeiro país (em desenvolvimento) a estabelecer parceria estratégica com a China (em 1993). E também o primeiro país na América Latina a estabelecer essa relação de parceria estratégica global com a China (em 2012). Isso mostra que nossos países sempre encararam essa relação do ponto de vista de longo prazo.

Apesar das aproximações e afastamentos promovidas por diferentes governos brasileiros, a parceria se manteve firme todo esse tempo…

Conseguimos passar por diferentes períodos, mas sempre o Brasil estava lá. Há 14 anos a China é o maior parceiro comercial do Brasil, e também é o maior mercado para exportação do Brasil. Estamos muito contentes e com vistas aos próximos 50 anos.

Dá para prever o que vem pela frente?

Vamos fazer um resumo, tirar a experiência — uma boa experiência — e olhando para frente como um futuro compartilhado para ambos os países, aproximando ainda mais essas relações e, também, fazendo essa sinergia da estratégia de desenvolvimento dos países. Como, por exemplo, a Iniciativa Cinturão e Rota e os projetos do Brasil de reindustrialização, de transformação ecológica. Temos muitas áreas para explorar — ciência, tecnologia e inovação, economia verde, economia digital. Por isso, podemos ter um futuro muito promissor.

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Zhu Qingqiao, embaixador da China: “Nossa relação é de longo prazo”

Brasil e China completam, este ano, 50 anos de relações diplomáticas, além dos 20 anos da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) — instalada em 2004, quando o Brasil reconheceu o país asiático como uma economia de mercado e criou o colegiado para fomentar discussões entre os dois governos. Desde então, as nações apenas estreitaram os laços no campo comercial, apesar de tensões diplomáticas em alguns governos, como no de Jair Bolsonaro.

Em conversa com o Correio, o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, ressaltou que os dois países são as maiores nações em desenvolvimento em seus respectivos hemisférios. Afirmou, ainda, que o Brasil sempre esteve entre os primeiros a firmar parcerias estratégicas com os chineses. Para o futuro, ele espera uma aproximação ainda maior em temas como economia verde e reindustrialização.

Qingqiao citou como exemplo a Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), um projeto global de investimentos chineses em infraestrutura, ao qual o Brasil optou por não aderir oficialmente até agora — apesar de os primeiros convites virem em 2018.

O embaixador participou, ontem, do evento “50 anos da Relação Brasil-China: Cooperação para um Mundo Sustentável”, em Brasília, realizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pela Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS). O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, também participou do encontro e celebrou o marco diplomático.

“O melhor resultado da parceria Brasil-China é o comércio exterior. Ele é campeão. Hoje, a China é o maior parceiro comercial brasileiro, com fluxo superior a US$ 150 bilhões de dólares, e crescente”, frisou.

Também estavam presentes a senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS), o embaixador Eduardo Paes Saboia — secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores —, o presidente do Cebri, José Pio Borges, e o vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Gedeão Pereira. Confira a entrevista.

Qual a importância, para a China, dessas últimas cinco décadas de relacionamento com o Brasil?

O marco de 50 anos de relações diplomáticas é muito importante. China e Brasil são os maiores países em desenvolvimento, respectivamente, nos hemisférios Leste e Oeste. Temos uma tarefa em comum, que é o desenvolvimento, a construção dos dois países. E, na economia, temos muita complementaridade.

A data também marca os 20 anos de criação da Cosban, que aprofundou a parceria. O que mudou nestas duas décadas?

Nesses 20 anos, nós, os dois países, sempre encaramos essa relação do ponto de vista estratégico. E o Brasil é o primeiro país (em desenvolvimento) a estabelecer parceria estratégica com a China (em 1993). E também o primeiro país na América Latina a estabelecer essa relação de parceria estratégica global com a China (em 2012). Isso mostra que nossos países sempre encararam essa relação do ponto de vista de longo prazo.

Apesar das aproximações e afastamentos promovidas por diferentes governos brasileiros, a parceria se manteve firme todo esse tempo…

Conseguimos passar por diferentes períodos, mas sempre o Brasil estava lá. Há 14 anos a China é o maior parceiro comercial do Brasil, e também é o maior mercado para exportação do Brasil. Estamos muito contentes e com vistas aos próximos 50 anos.

Dá para prever o que vem pela frente?

Vamos fazer um resumo, tirar a experiência — uma boa experiência — e olhando para frente como um futuro compartilhado para ambos os países, aproximando ainda mais essas relações e, também, fazendo essa sinergia da estratégia de desenvolvimento dos países. Como, por exemplo, a Iniciativa Cinturão e Rota e os projetos do Brasil de reindustrialização, de transformação ecológica. Temos muitas áreas para explorar — ciência, tecnologia e inovação, economia verde, economia digital. Por isso, podemos ter um futuro muito promissor.

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Pirataria e contrabando causam prejuízo de R$ 453 bi por ano no Brasil

A escolha por comprar produtos falsificados pode parecer atrativa para quem vê apenas por fora. Apesar disso, essa opção “barata” pode, por muitas vezes, sair bem mais caro no final. Diante disso, uma pesquisa conduzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou o tamanho dos prejuízos para a sociedade, bem como para o poder público e o setor privado, causados pela prática da ilegalidade no país.

A pesquisa Brasil Ilegal, que também contou com a parceria da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), revela que o Brasil deixa de arrecadar pelo menos R$ 453 bilhões todos os anos. Esse valor equivale a cerca de 4% do Produto Interno Bruto do país no ano passado.

“Esse valor é, realmente, um desastre nacional. Ele atinge todo cidadão, atinge os governos municipais, atinge os governos estaduais, e atinge a União. E, na verdade, são recursos que equivalem a todo o PIB de Santa Catarina. São recursos que vão para o ralo, pois são impostos que deixam de entrar nos cofres públicos”, afirma o diretor da Fiesp e da Firjan na área de segurança, Carlos Erane de Aguiar.

Para chegar a esse valor bilionário, foram contabilizados somente 16 setores da economia. Por conta disso, os responsáveis pelo estudo acreditam que esse valor pode ser ainda maior.

“Então toda a sociedade deve ter essa consciência de que quando adquire um produto ilegal ou pirata, todos perdem. São empregos que deixam de ser gerados em todo o país. Esse prejuízo financeiro poderia ser revertido em investimento em escolas, hospitais e segurança, principalmente, que é um tema, hoje, do Brasil, que está muito carente”, completa o diretor.

De acordo com o Índice Global de Crime Organizado, publicado em 2022, o Brasil é o 22º país com o pior índice de criminalidade no que tange ao comércio de produtos falsificados, e fica atrás apenas de Colômbia (2º), Paraguai (4º) e Equador (11º) na América do Sul.

Ao destrinchar o ônus total para o país (R$ 453 bi) com a ilegalidade, a CNI calcula que R$ 136 bilhões equivalem a impostos que deixaram de ser arrecadados, enquanto que R$ 297 bilhões foram perdidos ao considerar os 16 setores econômicos avaliados pela pesquisa. Além disso, o restante do valor integra os furtos de energia e água.

Segundo o gerente de infraestrutura da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Isaque Ouverney, o valor perdido com o furto de energia no país no ano passado é equiparado ao abastecimento de toda a região metropolitana de São Paulo por um ano. “A gente perde aqui valores que são cada vez maiores em termos de energia, em termos de água e esgoto, que são perdidos aqui todos os anos”, comenta.

De acordo com a pesquisa, somente os chamados ‘gatos’ (ligações clandestinas) de energia custaram R$ 6,3 bilhões ao país em 2022. Como explica a CNI, o valor poderia ser utilizado em novos investimentos no setor, além da melhoria da qualidade do serviço no país, que tem sido alvo de críticas mais rotineiras este ano, como o caso dos apagões em São Paulo, por exemplo.

No caso do abastecimento de água, dados disponibilizados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) estimam que as ligações irregulares nas redes de abastecimento do Brasil causaram prejuízo de R$ 14 bilhões aos cofres públicos no ano retrasado. Para se ter ideia, o volume total de água desviado por ano no país equivale a 2,6 vezes o volume do Sistema Cantareira.

Além de ser prejudicial aos governos, essas práticas ilegais também causam danos a toda a sociedade, como explica o gerente de infraestrutura da Firjan. “Quando a gente olha para o setor de infraestrutura, a gente vê que são recursos que estão sendo drenados de potenciais investimentos para a expansão do sistema, principalmente quando a gente fala em termos de saneamento, que é um desafio brasileiro, e também recursos que poderiam ser destinados para a redução das tarifas”, pontua Ouverney.

A pesquisa da CNI também mostra que, nos 16 setores analisados, o mercado ilícito brasileiro foi responsável pela perda de cerca de 370 mil empregos diretos com carteira assinada em 2022. Nesse sentido, o setor que mais foi afetado foi o de vestuário, com 67 mil postos de trabalho a menos.

Outros setores, como o farmacêutico e o de combustíveis, também deixaram de empregar 20,7 mil e 15,5 mil trabalhadores, respectivamente, por conta desse mercado informal. “Então são oportunidades de desenvolvimento em regiões que necessitam, muitas vezes, regiões que estão carentes, que deixam de acontecer, por conta do mercado ilegal”, avalia, ainda, o gerente de infraestrutura.

Apesar de parecer vantajosa à primeira vista, a opção de comprar um produto ou adquirir um serviço de maneira ilegal pode causar sérios transtornos ao cliente. Além do prejuízo financeiro com a compra de itens de qualidade inferior, há também perigos para a saúde. Como ressalta a advogada da Kasznar Leonardos, Raquel Barros, produtos irregulares não passam por controles de qualidade adequados, e podem conter substâncias tóxicas ou prejudiciais.

“Por exemplo, eletrônicos falsificados podem apresentar risco de incêndio ou explosão devido a falhas na fabricação; calçados falsificados podem causar danos às articulações; óculos de sol falsos podem prejudicar a retina. Além disso, há o risco de intoxicação decorrente do consumo de bebidas falsificadas, medicamentos, cosméticos, entre outros”, alerta a jurista.

Para evitar cair nesses enganos, o consumidor deve ficar atento a alguns aspectos. Segundo a advogada, o principal é conferir a origem e o preço do item a ser comprado. “Com o fácil acesso à internet, o consumidor pode verificar os preços praticados pelas lojas oficiais e deve desconfiar sempre que um item for vendido por um valor significativamente abaixo do praticado pela loja oficial”, esclarece a advogada Raquel Barros.

Além disso, também é recomendável comprar de lojas ou vendedores confiáveis e reconhecidos no mercado, como aconselha o advogado especializado em direito do consumidor e sócio no Machado de Carvalho Advocacia, Mozar Carvalho.

“(É necessário) verificar a autenticidade dos produtos, procurando por selos de autenticidade, códigos de barras e outras características que comprovem a originalidade do produto, é essencial. Além disso, preços muito baixos, especialmente em relação a produtos de marcas conhecidas, podem indicar que o produto é falsificado ou contrabandeado”, recomenda.

Caso o consumidor deseje prestar queixa contra vendedores que anunciam produtos falsificados ou contrabandeados, é possível fazer uma reclamação formal às autoridades competentes, entrando em contato com órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, ou com a polícia. Como explica o advogado, é recomendável dar a maior quantidade possível de detalhes sobre o vendedor e o produto em questão.

“É importante fornecer o máximo de informações possíveis, como nome, endereço, site ou perfil nas redes sociais do vendedor, juntamente com evidências que comprovem a venda de produtos ilegais. Dessa forma, as autoridades poderão investigar e tomar as medidas necessárias para combater essas práticas ilegais”, explica o advogado Mozar Carvalho.

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