Comercial Norte pede socorro: população reclama de problemas em Taguatinga

O comércio no centro de Taguatinga Norte movimenta a cidade financeiramente, mas a Avenida Comercial enfrenta problemas que atrapalham a vida dos frequentadores, além de desvalorizar a região. Desníveis e buracos nas calçadas dificultam o tráfego de pedestres, o acúmulo de lixo causa mau cheiro em pontos de coleta e comerciantes têm denunciado aumento de roubos e violência.

Os idosos estão entre os mais afetados pelos problemas. Valmir de Oliveira, de 75 anos, reclama das condições que encontra na avenida quando caminha até a casa da irmã, que fica na região. De acordo com ele, o trajeto tem sido cada vez mais incômodo e até as paradas de ônibus estão se tornando dor de cabeça, com falta de espaço por conta do lixo espalhado.

Valmir de Oliveira reclama do acumulo de lixo e demora na sua coleta

“Tem três dias que esse lixo está aí. Eu passei aqui na segunda-feira e ele já estava ali, do mesmo jeito. Na outra esquina também tinha muito lixo. Atrapalha muito para caminhar por aqui”, relatou o aposentado.

Funcionárias de uma malharia na avenida, Amanda Cristina, 23, e Marileide Pereira, 35, dizem que a insegurança dos comerciantes da região aumentou com a reforma da Praça do Relógio, que teria feito com que pessoas em situação de rua deixassem o local rumo à Avenida Comercial.

Francisco Xavier, de 54 anos, cuida de uma loja de materiais elétricos na região com o filho Hebert Vinícius, de 25 anos. Pai e filho também sentem a insegurança crescendo na região. Eles compartilham a ideia de que isso se deve ao crescente número de pessoas em situação de rua, mas acham que isso tenha sido causado pela mudança de endereço do Centro POP de Taguatinga, que teria feito com que um número maior de pessoas passassem pela região.

O comerciante Francisco Xavier se preocupa com a segurança da região

“Geralmente eles dormem na porta das lojas e de manhã, às vezes, acabamos tendo problemas por isso. Tem um homem que passa do outro lado da rua de vez em quando com uma faca, gritando. Então, tem muita gente que se assusta”, denunciou Hebert.

Manoel Alves, de 67 anos, acha que os desníveis, buracos e escadas irregulares podem ser problemas para pessoas mais velhas, como ele. “Se uma pessoa cai, pode se machucar. Sempre que estou aqui, eu passo por esta avenida e tem sido cada vez pior. Eu ainda não tive nenhum problema, porque enxergo bem e tenho boa locomoção, mas para as pessoas da terceira idade são muitos obstáculos nas calçadas”, opinou.

Ele reclama do lixo acumulado, mas acredita que esse problema é comum em todos os grandes centros urbanos. Aposentado, ele diz optar por fazer as suas compras sempre no período da tarde, por acreditar que à noite o local não é seguro.

Lixo espalhado ajuda com desvalorização do comércio ao afastar clientes

A aposentada Luzia Feitosa, de 72 anos, também sente dificuldades para fazer suas compras no setor por problemas com a infraestrutura. Com idade mais avançada, ela lamenta que seja mais fácil andar de carro para frequentar o comércio, em vez de poder caminhar com tranquilidade.

“Nas escadas da calçada tem uma diferença grande nos degraus, um mais alto do que o outro. Ao longo da comercial tem muitos buracos e carros estacionados em cima das calçadas também. Isso tudo atrapalha para caminhar. Passo com muita frequência aqui nos comércios, mas aqui é melhor dirigir do que andar a pé”, lamentou a idosa.

Obstáculos nas calçadas prejudicam o dia a dia de idosos que frequentam os comércios

A Administração Regional de Taguatinga reconheceu que, ainda que faça operações tapa-buracos diariamente, o setor comercial ainda apresenta empecilhos para o trânsito de pedestres e motoristas. O órgão afirma que o setor QNE receberá reparos, nos quais serão identificados pontos onde é preciso fazer ajustes.

Com relação ao acúmulo de lixo, a admiministração afirma que a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) faz coletas e varrições diárias na cidade. O órgão garantiu que irá enviar uma equipe ao local para atender aos pedidos e reforçar a manutenção e a conservação das vias.

Sobre os problemas com pessoas em situação de rua, a administração informou que monitora as demandas do tipo e está em constante diálogo com os órgãos responsáveis, com o objetivo de garantir que as devidas medidas sejam adotadas. “Nos últimos meses, diversas operações de acolhimento foram realizadas em conjunto com diversos órgãos do GDF, visando oferecer apoio e soluções para essas pessoas em situação de vulnerabilidade”, sustentou a administração em nota.

A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) informou que não pretende mudar o Centro Pop de local e que ele está instalado em uma área central de fácil acesso à população de rua, conforme preconiza a política pública do Sistema Único de Assistência Social (Suas). A pasta frisou que não faz remoção de pessoas em situação de rua, mas se esforça para garantir os direitos de uma população vulnerável e bastante estigmatizada.

A secretaria acompanha, sistematicamente, as pessoas em situação de rua do DF, incluindo as que vivem na região de Taguatinga e na Praça do Relógio, por meio de 27 equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) organizadas nas regiões administrativas. As equipes podem ser acionadas pela população por meio da Ouvidoria, no 162.

*Estagiário sob supervisão de Eduardo Pinho

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Fórum ressalta importância de agenda ambiental e inclusiva na economia

Expoentes da economia nacional, com uma participação de quase 10% do Produto Interno Bruto, os setores de seguros e de franquias têm potencial para dar uma contribuição ainda mais relevante ao crescimento econômico do país. Para proporcionar mais benefícios à sociedade, no entanto, é necessário consolidar os importantes marcos regulatórios aprovados recentemente e afastar a insegurança jurídica. Assim será possível obter novas conquistas, como ampliação da cobertura securitária da população brasileira e novas oportunidades de negócios.

Essas são algumas das conclusões do CB Fórum, realizado ontem, na sede do Correio Braziliense. Com o tema Alavancas de Crescimento Econômico: perspectivas e diálogo entre os setores de seguros e franquias, o evento reuniu autoridades do Judiciário e do Executivo, além de chefes de agências reguladoras e representantes do mercado de seguros e franquias. O CB Fórum teve apoio da Prudential do Brasil e apoio institucional da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).

Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes destacou que o Brasil tem potencial para se tornar economicamente próspero, sem deixar de lado a proteção do meio ambiente, garantida pela Constituição Federal de 1988.

“Não escapa a nenhum de nós aqui presentes as potencialidades do Brasil para se tornar um país economicamente próspero, socialmente justo e ambientalmente equilibrado. Setores privados da economia, passando por atividades industriais de ponta, até serviços prestados ao mercado brasileiro, não são poucos os caminhos que já trilhamos para gerar riqueza e prosperidade”, destacou o magistrado.

O ministro destacou que a responsabilidade sobre o meio ambiente é de todas as gerações. “O Brasil precisa dar mais um passo nesse processo a fim de assegurar que a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico sejam conjugados com a concretização da fraternidade plasmada na justiça climática e a responsabilidade intergeracional”, ressaltou.

Gilmar Mendes observou que o mercado de seguros também está atento à questão da sustentabilidade. “A proteção ambiental precisa se atualizar diante de uma mudança climática que já nos dá sinais de um futuro que se aproxima a passos rápidos. Especificamente no mercado de seguro, as principais empresas do setor têm percebido a agenda ambiental, social e de governança. Assim o mercado tem assumido um papel estratégico, tornando-se um agende indutor de práticas sustentáveis”, finalizou.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, apontou a agenda de desenvolvimento sustentável como o principal pilar e oportunidade para o crescimento econômico brasileiro. “A grande oportunidade de desenvolvimento do Brasil está na agenda do desenvolvimento sustentável”, disse.

Mello descreveu um panorama do cenário macroeconômico e apontou as estratégias necessárias para um crescimento equitativo, equilibrado e sustentável. Segundo ele, há três grandes eixos estruturantes, além de medidas no ambiente de negócios.

O economista mencionou o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no âmbito da infraestrutura; o Nova Indústria Brasil, plano governamental de implantação da nova política industrial; e o Plano de Transformação Ecológica, conjunto de políticas públicas que visa promover o desenvolvimento sustentável do Brasil.

“Esses três planos dialogam e se articulam entre si. E é isso que compõe uma estratégia de desenvolvimento, onde você consegue olhar para o conjunto da economia”, destacou.

O secretário enfatizou ainda que um crescimento econômico sustentável precisa necessariamente combinar inclusão social e sustentabilidade ambiental. “A combinação de um cenário macroeconômico mais estável, mais amigável ao investimento, além de uma série de planos, estratégias e instrumentos que vão abarcar um conjunto amplo de setores da economia brasileira, é o que vai permitir ao Brasil aproveitar, criar e impulsionar o crescimento econômico sustentável”, sustentou.

Por sua vez, o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Uallace Moreira Lima, argumentou que o país depende de políticas perenes e estruturantes para se desenvolver. “Nenhum país do mundo consegue crescimento sustentável inclusivo com programas de governo — porque governo passa — mas com programas de Estado”, comentou.

O secretário do Mdic destacou que projetos como o Novo PAC, a reforma tributária e o Marco das Garantias são decisivos para um crescimento econômico “robusto, sustentável e inclusivo”.

Citando o crescimento da indústria nacional, Moreira Lima mencionou a existência de bases econômicas para expansão do setor de seguros e de franquias. “Sem esses dados, não existe mercado de seguros, e não existe mercado de franquias”, pontuou o secretário.

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Artigo: A formação médica no Brasil está em risco?

Marcelo Morales

O Brasil tornou-se o vice-campeão mundial em número de escolas médicas, com cerca de 390 instituições em funcionamento, atrás apenas da Índia, que tem mais de 600, segundo a Radiografia das Escolas Médicas 2024, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Desde 2000, quando o país contava com apenas 80 escolas, houve um aumento acelerado e desordenado, sem o suporte necessário para garantir ensino de qualidade. Se essa expansão continuar no mesmo ritmo, o Brasil pode ultrapassar a Índia em número absoluto de escolas médicas nos próximos levantamentos. Em termos proporcionais, considerando a população seis vezes maior da Índia, estamos à frente.

Esse crescimento descontrolado levanta uma questão fundamental: a expansão de escolas tem ocorrido sem critérios claros, mesmo com a existência de regras regulatórias, resultando na formação de mais médicos, mas sem infraestrutura adequada para garantir um ensino de qualidade. Segundo o CFM, 78% das cidades que sediam faculdades de medicina não possuem a estrutura mínima exigida, como hospitais de ensino, leitos do SUS e equipes da Estratégia Saúde da Família. Sem essas condições, a formação prática torna-se inviável, comprometendo a qualificação profissional e, consequentemente, a segurança dos pacientes.

Enquanto instituições sem condições mínimas seguem sendo autorizadas, universidades de excelência, como a PUC-Rio, enfrentam dificuldades para abrir seus cursos. Esse descompasso revela um sistema regulatório falho, que prioriza quantidade em detrimento da qualidade. Como consequência, profissionais mal preparados chegam ao mercado, agravando os desafios da saúde pública e colocando em risco a credibilidade da medicina brasileira.

O problema se estende à residência médica, etapa essencial para a especialização. O aumento expressivo de vagas na graduação não foi acompanhado pela criação proporcional de novas vagas na residência, criando um gargalo preocupante. Muitos recém-formados, especialmente aqueles que financiaram os estudos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho e pagar suas dívidas. Além disso, a bolsa de residência é insuficiente para garantir a subsistência em grandes cidades, desestimulando a adesão a programas de especialização e ampliando desigualdades na distribuição de médicos pelo país.

Para enfrentar esse cenário, o Projeto de Lei nº 2294/2024, em tramitação no Senado, propõe a criação de um exame nacional de proficiência em medicina. A iniciativa, apoiada pela Academia Nacional de Medicina, Associação Médica Brasileira e pelo próprio CFM, busca garantir que médicos recém-formados possuam as competências essenciais para exercer a profissão com segurança e ética. Modelos semelhantes são adotados em países como Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, onde exames rigorosos asseguram que todos os médicos, independentemente da instituição de ensino, atendam aos mesmos padrões de qualidade antes de atuar.

No Brasil, o exame será um mecanismo essencial para qualificar a formação médica, mas não resolverá sozinho os desafios estruturais do ensino. A abertura de novas escolas deve obedecer a critérios rigorosos, permitindo apenas aquelas com infraestrutura adequada, enquanto as existentes precisam ser reavaliadas e obrigadas a cumprir os padrões exigidos. Atualmente, muitas instituições funcionam sem a estrutura básica necessária, comprometendo a formação dos estudantes e a segurança dos pacientes. É urgente corrigir essas falhas e garantir que todas as faculdades atendam aos requisitos essenciais para uma educação médica de qualidade.

O futuro da medicina brasileira não pode se resumir a números. É preciso um compromisso real com a excelência na formação, garantindo que médicos estejam preparados para atender a população com competência e segurança. Se nada for feito, a qualidade da medicina no Brasil continuará a se deteriorar. O momento exige planejamento, regulamentação eficaz e ações concretas para evitar que a crise na formação médica comprometa ainda mais a saúde pública.

*Médico e biofísico, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro das Academias Brasileiras de Ciências e Nacional de Medicina e da Nacional de Farmácia

Picolé para animais, caminhão-pipa para trabalhadores e alta procura por ventiladores: como o RS está lidando com onda de calor

🥵 Com as altas temperaturas registradas nas últimas semanas no Rio Grande Sul, cada vez mais as pessoas procuram por maneiras de diminuir a sensação térmica. Alguns locais adotam medidas criativas para aliviar o calor.

Na segunda-feira (10), Porto Alegre chegou a ser a capital mais quente do Brasil, com temperatura máxima de 37,9°C, segundo medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Calor esse que traz riscos à saúde, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), que emitiu um alerta orientando profissionais da rede em relação à proteção à saúde da população durante o período de calor extremo.

Os bichos também sofrem. Segundo o secretário geral do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS (CRMV-RS), Henrique Noronha, em entrevista a RBS TV, é importante aumentar a quantidade de água ingerida pelo animal.

Caminhão-pipa para trabalhadores

💦 A Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa), localizada na Capital, colocou em prática um sistema de refrescamento para os trabalhadores. Com quatro caminhões-pipa, chuveiros espalhados pelo pátio e água a disposição, além de mangueiras de jato para molhar os carregadores (veja no vídeo abaixo).

Picolés para animais do zoológico

🍦 No Parque Zoológico de Sapucaia, na Região Metropolitana de Porto Alegre, os animais também recebem tratamento especial durante os dias de calor excessivo. Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (SEMA), que administra o local, a alimentação dos inquilinos inclui picolés e bolos de frutas, além de água fresca para garantir que os animais se mantenham bem hidratados.

Ainda de acordo com a SEMA, alguns animais recebem banhos de mangueira, o que auxilia no resfriamento. As furnas do zoológico são equipadas com ar condicionado, proporcionando um ambiente mais fresco. Além disso, todos os recintos possuem áreas de sombra, seja por árvores ou telhados, permitindo que os animais se abriguem do calor intenso. Na área da piscina, tigre e ursos podem se refrescar no ambiente aquático”.

Piscina para os pets

🐶 Os animais domésticos também precisam de cuidado especial. Segundo Henrique Noronha (CRMV-RS), os animais têm que evitar, além do calor excessivo, o chão quente que pode causar queimadura das coxinhas plantares (as almofadinhas).

Com o calor, a procura por locais adequados aumentou. É o caso de um hotel pet em Porto Alegre, que teve uma alta na procura por hospedagem.

A proprietária do local, Vanessa Kreitchmann Cavalcanti, explica que algumas medidas foram tomadas para aliviar a sensação de altas temperaturas nos animais, como transferir atividades para a área interna – climatizada, além de utilizar frutas congeladas e gelos para as atividades no calor. Por fim, o local instalou uma piscina para aliviar o calor dos pets.

“A piscina é rasa, da para molhar a barriguinha e muitos, 99% acabam deitando e ficando ali mesmo, conta Vanessa.

“A piscina é rasa, da para molhar a barriguinha e muitos, 99% acabam deitando e ficando ali mesmo, conta Vanessa.

Aumento na procura por ar-condicionado e ventilador

🧊 Segundo levantamento do Sindilojas Porto Alegre, lojistas relatam aumento na procura por ventiladores e aparelhos de ar-condicionado. Uma pesquisa, realizada no último dia 7 pelo Núcleo de Pesquisas do Sindilojas Porto Alegre, mostra que para 47,5 % dos lojistas, a venda de ventiladores tende a crescer. Já para a compra de aparelhos de ar-condicionado, esse número sobe para 73,3%.

De acordo com Arcione Piva, presidente do Sindilojas Porto Alegre, esse aumento é algo esperado.

“A estação mais quente do ano tem se mostrado agressiva, com os tradicionais dias abafados, impactando na compra desses eletrodomésticos. As vendas vêm acontecendo e segundo a pesquisa, há margem de aumento, impactando de forma positiva toda essa cadeia produtiva”, afirmou.

Altas temperaturas no RS

🌡 A onda de calor que atinge praticamente todo o território do RS deve chegar ao pico nesta semana. É o que aponta o Inmet, que mantém alerta de grande perigo e grau máximo no RS válido até esta quarta-feira (12).

Conforme informações da Climatempo, as máximas em Porto Alegre podem chegar aos 40ºC. Em medição preliminar, uma das estações automáticas do Inmet registrou 38,4ºC na tarde de terça (11).

Recorde histórico em Quaraí

A cidade de Quaraí, na Fronteira Oeste do RS, registrou 43,8ºC na terça-feira da última semana (4). De acordo com a Climatempo, essa é a maior temperatura registrada no Rio Grande do Sul desde pelo menos 1910, quando começaram as medições regulares do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no estado.

Ainda de acordo com a Climatempo, essa é também a temperatura mais alta registrada no Brasil em 2025. Essa é a terceira vez que Quaraí atinge a marca no ano – antes, havia registrado calor de 42,5ºC, na segunda-feira (3), e 42,4ºC , em 23 de janeiro.

Cuidados com a saúde

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgou um alerta para sintomas e cuidados com o calor excessivo, são eles: Transpiração excessiva, fraqueza, tontura, náuseas, dor de cabeça, cãibras musculares e diarreia. Ao sentir esses sintomas, a pessoa deve procurar atendimento nos serviços de saúde de sua região.

Como aliviar o calor:

Aumentar o consumo de água durante todo o dia.

Usar roupas leves e de cores claras.

Ficar na sombra sempre que puder.

Evitar esforço entre 10h e 16h.

Tomar banhos frios para refrescar o corpo.

Usar protetor solar e acessórios de proteção.

VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Quando o lugar da moradia amplia o perigo climático

POR MOHEMA ROLIM* — Diante do aumento de 460% de desastres climáticos no Brasil desde a década de 1990, do estudo “2024 – O Ano Mais Quente da História”, realizado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, percebemos que os efeitos das mudanças climáticas não são um problema do futuro, eles já estão entre nós. Mesmo quem não acredita no aquecimento global decorrente, principalmente, da ação humana, é capaz de perceber as mudanças no regime e na precipitação das chuvas, o aumento dos períodos de calor, o avanço das águas em cidades litorâneas e o aumento do período de estiagem.

Com o efeito das mudanças climáticas em curso é inegável, também, a ameaça à extinção de diversas espécies, seja pelo derretimento das geleiras que causa escassez de alimentos aos Ursos Polares, ou pelo aumento da estiagem que expõe e facilita a caça do Peixe-Boi-da-Amazônia, ou pelo aumento da temperatura para os répteis que não têm a capacidade de autorregular a temperatura corporal. Parece igualmente evidente que todos esses fatores podem causar danos à vida humana. Porém somos a espécie homo sapiens e temos a nosso favor a capacidade de adaptação que possibilita a existência da vida humana, apesar das condições adversas.

Mas, somos todos iguais? Sim, do frágil ponto de vista das capacidades cognitivas avançadas, mas, definitivamente, não estamos todos no mesmo barco, não partimos do mesmo ponto, não temos os mesmos obstáculos, nem o mesmo tempo e, principalmente, não temos as mesmas condições de moradia.

Então, não, não estamos todos com igual acesso à adaptação climática. As pessoas mais ameaçadas, as que vivem em condições de vulnerabilidade social, estão mais profundamente lançadas aos efeitos das mudanças climáticas e dependem, basicamente, da sorte. E aqui falamos de uma combinação de circunstâncias que podem ser fatais, e para essas pessoas é como estar no lugar errado e na hora errada, o tempo todo. São das comunidades e favelas os CPFs que alongam as listas de mortos, feridos e desabrigados, dos que perderam tudo o que tinham. É neste espaço onde o Poder Público investe menos em infraestrutura urbana e estratégias de mitigação – e é também onde o socorro demora mais a chegar.

No Brasil, aproximadamente 4 milhões de pessoas residem, atualmente, em áreas de risco, segundo dados do Ministério da Integração e do Serviço Geológico. Vários estados têm enfrentado chuvas intensas que resultaram em mortes, desabrigo e prejuízos bilionários. As enchentes no Rio Grande do Sul deixaram mais de 200 mortos e milhares de famílias desalojadas. Em janeiro, o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em 10 municípios nordestinos, localizados na Bahia, Ceará, Paraíba e Piauí, por estiagem e seca.

É necessário e urgente que o poder público invista na melhoria da infraestrutura urbana com construção de sistemas de drenagem eficientes para prevenir enchentes, construção de diques, muros de contenção e barreiras naturais em áreas suscetíveis a enchentes e deslizamentos, além da melhoria dos acessos viários. É urgente, ainda, o reforço nas moradias por meio da implementação de programas de reforma para melhorar a estrutura de casas em áreas vulneráveis, assim como a implementação de sistemas de alerta precoce e informação, com investimento em tecnologias para monitoramento em tempo real de condições climáticas e capacitação de comunidades para que estejam informadas dos riscos e consigam agir em emergência. Neste cenário, são igualmente relevantes os investimentos na recuperação ambiental, além da conservação de zonas de amortecimento natural como manguezais e pântanos.

Tudo isso, porém, só é possível com políticas públicas bem desenhadas, legislação eficaz e recursos significativos. As parcerias institucionais entre governos, ONGs, universidades e setor privado também contribuem na criação de soluções de adaptação e financiamento de projetos sociais. Em um cenário onde os riscos climáticos se intensificam, fica evidente que a geografia da insegurança reflete uma desigualdade que vai além da economia e afeta a própria sobrevivência. É preciso repensarmos nossas cidades para garantir que o lugar onde se mora não seja um fator que amplifique o perigo, mas, sim, um espaço de proteção e resiliência e, sobretudo, um direito acessível e protegido para todos.

*Gerente de Programas da ONG Habitat para a Humanidade Brasil

Gusttavo Lima e a política: Do embaixador ao planalto?

Conforme a Billboard, Gusttavo Lima pode estar acostumado a liderar paradas musicais, mas agora seu nome também figura entre os principais candidatos à Presidência do Brasil. Segundo a última pesquisa Genial/Quaest, o cantor sertanejo aparece em terceiro lugar na corrida eleitoral para 2026, com 12% das intenções de voto.

Na frente dele estão apenas o ex-presidente Lula (30%) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (13%).

O dado mais curioso é que, em alguns cenários onde Tarcísio não concorre, Gusttavo Lima chega a ocupar a segunda posição. Isso não apenas demonstra a força de sua popularidade, mas também levanta um questionamento: o Brasil está pronto para um presidente sertanejo?

A ideia de um cantor disputar um cargo político não é novidade no Brasil. Tivemos Tiririca, Agnaldo Timóteo e Netinho de Paula se aventurando nas urnas. Mas um presidente vindo diretamente do mundo da música seria uma revolução.

No início de janeiro, Gusttavo Lima já havia sinalizado nas redes sociais seu interesse em ingressar na política. “Meu anseio é o mesmo de vocês: um país com mais segurança, infraestrutura e amor no coração. Que todos os partidos se unam para realmente fazer um governo em prol do povo brasileiro”, declarou o cantor, deixando claro que sua intenção vai além de um simples desabafo.

E não parou por aí. Poucos dias depois, ele reforçou seu desejo de mudar o Brasil: “O povo precisa de alternativas. Estou cansado de ver gente passando necessidade e sem poder fazer nada. Eu mesmo vim de uma condição bastante humilde e sei como é difícil subir na vida”, disse.

Gusttavo Lima: O que falta para sua candidatura?

Apesar do entusiasmo, há algumas barreiras burocráticas para que Gusttavo Lima realmente dispute a eleição presidencial. Segundo a Constituição Federal, é necessário ter nacionalidade brasileira, idade mínima de 35 anos e filiação partidária. O cantor já tem 35 anos e é brasileiro nato, mas ainda precisa encontrar um partido que apoie sua candidatura.

Ele mesmo já revelou que está em negociações para se filiar a uma legenda, desde que o partido esteja alinhado com suas ideias. “Sou um empreendedor, sei como fazer a roda girar. O Brasil precisa de menos burocracia para funcionar melhor”, disse em entrevista ao Metrópoles.

A ascensão de figuras populares na política não é exclusividade do Brasil. Nos Estados Unidos, Donald Trump saiu dos reality shows para a Casa Branca. Na Ucrânia, Volodymyr Zelensky passou da comédia televisiva para a liderança do país. O fenômeno das redes sociais vem mudando as dinâmicas eleitorais e possibilitando a entrada de nomes que, em outros tempos, seriam improváveis.

Resta saber se a intenção de Gusttavo Lima é real ou apenas um movimento para fortalecer ainda mais sua presença no imaginário popular. Mas uma coisa é certa: se o Brasil já teve um presidente metaleiro com Collor e um presidente pagodeiro com Lula, talvez um presidente sertanejo não seja tão impensável assim.

Gusttavo Lima e a política: Do embaixador ao planalto?

Conforme a Billboard, Gusttavo Lima pode estar acostumado a liderar paradas musicais, mas agora seu nome também figura entre os principais candidatos à Presidência do Brasil. Segundo a última pesquisa Genial/Quaest, o cantor sertanejo aparece em terceiro lugar na corrida eleitoral para 2026, com 12% das intenções de voto.

Na frente dele estão apenas o ex-presidente Lula (30%) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (13%).

O dado mais curioso é que, em alguns cenários onde Tarcísio não concorre, Gusttavo Lima chega a ocupar a segunda posição. Isso não apenas demonstra a força de sua popularidade, mas também levanta um questionamento: o Brasil está pronto para um presidente sertanejo?

A ideia de um cantor disputar um cargo político não é novidade no Brasil. Tivemos Tiririca, Agnaldo Timóteo e Netinho de Paula se aventurando nas urnas. Mas um presidente vindo diretamente do mundo da música seria uma revolução.

No início de janeiro, Gusttavo Lima já havia sinalizado nas redes sociais seu interesse em ingressar na política. “Meu anseio é o mesmo de vocês: um país com mais segurança, infraestrutura e amor no coração. Que todos os partidos se unam para realmente fazer um governo em prol do povo brasileiro”, declarou o cantor, deixando claro que sua intenção vai além de um simples desabafo.

E não parou por aí. Poucos dias depois, ele reforçou seu desejo de mudar o Brasil: “O povo precisa de alternativas. Estou cansado de ver gente passando necessidade e sem poder fazer nada. Eu mesmo vim de uma condição bastante humilde e sei como é difícil subir na vida”, disse.

Gusttavo Lima: O que falta para sua candidatura?

Apesar do entusiasmo, há algumas barreiras burocráticas para que Gusttavo Lima realmente dispute a eleição presidencial. Segundo a Constituição Federal, é necessário ter nacionalidade brasileira, idade mínima de 35 anos e filiação partidária. O cantor já tem 35 anos e é brasileiro nato, mas ainda precisa encontrar um partido que apoie sua candidatura.

Ele mesmo já revelou que está em negociações para se filiar a uma legenda, desde que o partido esteja alinhado com suas ideias. “Sou um empreendedor, sei como fazer a roda girar. O Brasil precisa de menos burocracia para funcionar melhor”, disse em entrevista ao Metrópoles.

A ascensão de figuras populares na política não é exclusividade do Brasil. Nos Estados Unidos, Donald Trump saiu dos reality shows para a Casa Branca. Na Ucrânia, Volodymyr Zelensky passou da comédia televisiva para a liderança do país. O fenômeno das redes sociais vem mudando as dinâmicas eleitorais e possibilitando a entrada de nomes que, em outros tempos, seriam improváveis.

Resta saber se a intenção de Gusttavo Lima é real ou apenas um movimento para fortalecer ainda mais sua presença no imaginário popular. Mas uma coisa é certa: se o Brasil já teve um presidente metaleiro com Collor e um presidente pagodeiro com Lula, talvez um presidente sertanejo não seja tão impensável assim.

O passado rico da cidade mineira que se tornou polo de ‘exportação’ de imigrantes ilegais aos EUA

Bem antes de ganhar fama nacional como “exportadora” de brasileiros na década de 80, Governador Valadares, cidade de 279 mil habitantes localizada a 315 km de Belo Horizonte (MG), registrou ainda nos anos 60 seus primeiros moradores que decidiram emigrar para os Estados Unidos.

Foram 17 jovens que, com visto legal para trabalhar, deixaram a cidade para viver o sonho americano.

Ganhar dinheiro, naquela época, não era a principal motivação da viagem: nascidos em famílias de classe média alta, os jovens tinham o segundo grau completo, falavam inglês e eram atraídos pela curiosidade de conhecer um país que consideravam rico, desenvolvido, culturalmente interessante e cheio de grandes oportunidades.

Desde que aquelas primeiras pessoas emigraram, Valadares se transformou até os dias de hoje em um dos principais polos de migração — tanto a legal quanto a ilegal — do país.

Dados do censo demográfico de 2010 colocam a cidade na sétima posição entre os dez municípios brasileiros com maior número de emigrantes internacionais, com um total de 8.800 emigrantes no exterior.

O perfil dos emigrantes, no entanto, mudou bastante desde os anos 60: se antes os primeiros a deixar o país pertenciam a famílias abastadas e entraram nos EUA com visto e documento legalizados, a partir da segunda metade da década de 80 quem partia para tentar a sorte nos EUA tinha em grande parte o ensino fundamental completo (36%), entrou nos Estados Unidos pela fronteira do México ou Canadá (51%) e, em parte dos casos, usando documentos falsos (10%).

Os dados são da pesquisadora Sueli Siqueira, titular da Universidade Vale do Rio Doce no campus de Governador Valadares. Dedicada a estudar os efeitos da migração sobre os mineiros que vão para os EUA e retornam ao Brasil, ela entrevistou e organizou em uma pesquisa os depoimentos dos primeiros valadarenses a emigrarem.

Em 1960, Valadares já tinha uma escola de inglês, que viabilizou os primeiros intercâmbios estudantis para os EUA. Com eles, em uma época em que essa era uma oportunidade restrita às capitais do país, valadarenses de classe alta iam passar um ou dois anos estudando fora. Quando voltavam, encantavam a cidade com as histórias sobre as maravilhas da vida na América.

Atualmente, os Estados Unidos endureceram a política de imigração e intensificaram batidas e operações em busca de migrantes sem documentos desde a chegada ao poder de Donald Trump, em 20 de janeiro.

Sonho americano

O primeiro intercambista de Valadares, segundo as pesquisas de Siqueira, foi para a cidade de Dumas, no Texas. Sua viagem e estadia foram noticiadas amplamente no jornal local, sempre enfatizando as benesses de se viver em um país desenvolvido.

O jovem logo percebeu, e espalhou a notícia por meio de cartas, que no país havia oportunidades para os amigos que quisessem trabalhar e estudar de maneira legal. Quando o primeiro intercambista voltou, todos queriam saber da experiência.

“Quando cheguei fazia fila na minha casa para ver o álbum de fotografia e para eu contar como era a vida lá. Durante muitos meses eu não consegui falar de outra coisa, meus amigos só queriam ouvir sobre a vida lá”, disse um dos primeiros intercambistas, que viajou para estudar em 1963, em entrevista concedida 50 anos depois à especialista.

Para a pesquisa “Histórico das migrações da Região de Governador Valadares para os Estados Unidos”, Siqueira entrevistou em 2010 os primeiros emigrantes que viajaram para trabalhar nos EUA, recuperando seus relatos sobre a realidade da época e reconstruindo o contexto histórico em que esses primeiros 17 emigrantes valadarenses deixaram o país.

As entrevistas realizadas por Siqueira dão ideia do fascínio que, desde então, os EUA exerciam sobre a população da cidade.

“Eu tinha um sonho de conhecer a Broadway. Quando eu cheguei perguntei onde era a Broadway e disseram que eu estava nela, fiquei muito emocionado. Também tive sorte de morar na Rua 42 bem no centro de New York”, afirmou um dos valadarenses, que emigrou em 1964 e foi entrevistado, 50 anos depois, para a pesquisa da professora.

“Toda vida a situação financeira da minha família foi boa, quando resolvi emigrar a família me chamou de doido, falou que eu era aventureiro. Ninguém sabia, mas eu queria ir para lutar na guerra do Vietnã. Todas as notícias que chegavam mostravam a aventura que era aquela guerra”, afirmou outro entrevistado, que foi embora para trabalhar nos Estados Unidos em 1967.

Mas por que, em tempos em que grande parte da população brasileira era analfabeta e rural, uma cidade pequena no interior de Minas Gerais já tinha intercambistas, escolas de inglês e tantas conexões com a vida nos EUA? E por que anos mais tarde, quando a década de 80 ficou conhecida como a “década perdida” por sucessivas crises econômicas, tantos valadarenses migraram para os EUA, em vez de partir para as grandes metrópoles brasileiras? A resposta, segundo Siqueira, envolve fatores que passam por economia e história, tanto de Valadares quanto dos Estados Unidos.

A primeira família americana

‘Mister Simpson’, engenheiro que firmou residência em Governador Valadares com a família nos anos 1940

Em 1942, um americano conhecido como Mister Simpson foi um dos engenheiros que se mudaram para Governador Valadares, localizada na região do Rio Doce, no leste de Minas Gerais, e em meio à Mata Atlântica.

Ele veio para trabalhar na ampliação da Estrada de Ferro Vitória a Minas, entre Vitória e Belo Horizonte. Quando as obras terminaram e todos os engenheiros voltaram para os EUA, Mister Simpson decidiu permanecer na cidade junto com a família. Continuou trabalhando como funcionário da então Vale do Rio Doce e viveu em Governador Valadares até sua morte, em 1969, segundo Siqueira.

A convivência com o grupo americano, desde aquela época, introduziu um contato com a cultura que ficou impregnado no “DNA” valadarense. “Foi um evento que ficou na memória popular”, diz Siqueira, em entrevista à BBC News Brasil.

“Nesse período da presença deles houve um desenvolvimento na infraestrutura, na saúde. E, ainda na década de 40, os moradores de Governador Valadares tiveram acesso ao dólar. Os depoimentos relatam que era engraçado porque eles tinham torradeira, máquina de lavar roupa, eles trouxeram tudo isso. Era um pequeno grupo vivendo o estilo de vida americano em uma cidade pequena.”

Depois do fim das obras, Mister Simpson e sua esposa, Geraldina Simpson, ficaram em Valadares e decidiram abrir uma escola de inglês, a Ibeu. A instituição também aparece com destaque nos relatos dos primeiros jovens que emigraram para trabalhar nos EUA entrevistados por Siqueira.

“Tinha um programa da dona Geraldina Simpson que era de intercâmbio. O Coelho foi o primeiro e quando ele retornou me deu informações sobre os EUA, que se eu conseguisse o visto de trabalho pra lá que não teria problema nenhum. Trabalharia vinte horas e estudaria numa escola normalmente e o que eu ganhava dava para me sustentar o mês todo sem problema. Aqui em Governador Valadares tinha eu, e outros três que queriam ir. Conseguimos o visto de trabalho e partimos”, afirmou um entrevistado, que emigrou de Valadares em 1964.

Foto do casal Simpson publicada no Diário do Rio Doce, em 1964, sobre a chegada dos dois a Valadares

“A ideia de ir para os EUA ficou mais atraente. Assim que fez o intercâmbio estudantil nos EUA ele me passou as informações que eu precisava: que era a de que lá conseguia sobreviver e que era possível emigrar para lá com o visto de trabalho e não ter problema. Não decidimos emigrar por questões financeiras, fomos mais pelo desejo de conhecer e estar em mais contato com a música americana, que era nossa paixão”, diz um outro entrevistado, que emigrou em 1964.

No mesmo ano, mais amigos do primeiro intercambista tomaram o mesmo rumo. Chegaram a Nova York sem nenhum contato, mas tinham as informações sobre onde se hospedar e conseguir trabalho.

“As cartas, acompanhadas de fotos, eram enviadas com frequência. Elas relatavam as oportunidades e maravilhas da terra, difundindo, assim, a grande aventura que era emigrar. Estes foram seguidos por outros 14, todos com visto de trabalho. Todos falavam inglês, tinham o segundo grau completo e pertenciam a famílias das classes mais abastadas da cidade”, diz o estudo da pesquisadora.

“Esses dezessete primeiros jovens emigraram com visto de trabalho e se constituíram nos pontos iniciais do movimento migratório de Governador Valadares para os EUA e deram origem a um fluxo migratório, aumentando consideravelmente a presença de brasileiros nos Estados Unidos”, diz.

A partir de 1966, segundo a pesquisadora, os relatos demonstram que poucos foram os que conseguiram visto de trabalho, tanto pelo alto custo do depósito exigido quanto por negativa do consulado, e o visto de turista passou a ser o mais utilizado.

“Na segunda metade dos anos 1980, a negativa do visto de turista atingia a maioria dos que desejavam migrar. Crescem então as alternativas: passaporte montado (falso) e a travessia pela fronteira do México”.

A formação dos laços sociais consolidados ao longo das décadas tornava, para muitos valadarenses, migrar para os Estados Unidos mais fácil e familiar do que mudar-se para uma capital como São Paulo, por exemplo.

A busca pelos vistos de turista estimulou uma espécie de “indústria de serviços” para ajudar nessa tarefa. Passam a existir na cidade agências de turismo que organizam a documentação, informam como proceder na hora da entrevista, como se vestir, fazem o agendamento e oferecem transporte terrestre até o consulado.

Estudos de Sueli Siqueira realizados em 2009 apontam que 89% dos emigrantes entrevistados por ela retornaram ao Brasil na mesma situação em que se encontravam quando chegaram aos Estados Unidos, ou seja, continuavam indocumentados. Em grande parte, eram emigrantes que estiveram nas cidades de Nova York, Miami e Boston.

“No final dos anos de 1990 e início dos anos 2000, observa-se uma mudança deste quadro — os mais pobres também passam a migrar, financiados pelos emigrantes da região que se estabeleceram e montaram algum tipo de negócio demandando mão de obra. São negócios de faxina, pintura e construção civil ou comércio étnico. Estes proprietários financiam a passagem a ser paga com trabalho.”

Também influenciaram essa conexão Valadares-EUA, segundo Siqueira, a existência de um mercado de trabalho secundário no país de destino, de trabalhos menos qualificados, desprezado pelos trabalhadores americanos devido ao baixo status e baixa remuneração, mas atrativo para o emigrante.

Além disso, ela pontua o efeito do desemprego e da queda no poder aquisitivo da classe média a partir do fim dos ciclos de prosperidade econômica nos anos 60.

Por que engenheiros americanos estavam em Valadares?

As obras na estrada de ferro que trouxeram Mister Simpson a Valadares eram necessárias porque, na ocasião, o município vivia um boom demográfico e econômico. A estrada de Ferro Vitória a Minas, construída em 1910 para transportar toras de madeira e sacos de café, foi reformada quando teve início a partir da década de 40 também a exportação de minério de ferro.

Nos anos 30 e 40, uma das estrelas da economia valadarense tornou-se a exploração de mica, matéria-prima que era empregada na indústria bélica

Nos anos 30 e 40, uma das estrelas da economia valadarense tornou-se a exploração de mica, matéria-prima que era empregada na fabricação de materiais elétricos e instrumentos de precisão, tornando-se muito necessária para a indústria bélica durante a 2ª Guerra Mundial.

A produção, destinada quase exclusivamente aos Estados Unidos, foi ampliada consideravelmente, tornando-se um negócio altamente lucrativo, que empregava milhares de pessoas.

A exploração do solo e do meio ambiente valadarense aqueceu a economia e acelerou o crescimento da pequena cidade. Em 1940, a população de Governador Valadares era de 5.734 habitantes; em 1950 chegou a 20.357 habitantes e, dez anos depois, atingiu a cifra de 70.494 habitantes, segundo o pesquisador Haruf Salmen Espíndola, doutor em história econômica e professor da Univale em Governador Valadares.

“Entre os outros fatores que aceleraram o povoamento, destaca-se a decisão do governo brasileiro, em 1942, de exportar o minério de ferro de Itabira, (a 200 km de Valadares) em grande escala. Essa decisão resultou na criação da Companhia Vale do Rio Doce”, diz estudo do pesquisador.

Sob coordenação e financiamento dos Estados Unidos, a ferrovia foi totalmente reformada. Sob tutela americana também foi erradicada a malária, que era a maior dificuldade dos povoadores e ameaçava a atividade exploratória. Foram criados serviços especiais de saúde, que previam a implementação de saneamento básico e assistência médica.

“Na área de expansão urbana ficava a lagoa do Sapo, que servia de bebedouro para as boiadas e constituía-se num dos maiores focos do mosquito transmissor. A eliminação da lagoa do Sapo somente foi conseguida vencendo a enorme resistência dos que a utilizavam. Seu fim significou um grande alívio para a população urbana”, explica Espíndola.

“Era comum ver nas ruas de Governador Valadares o triste espetáculo de doentes definharem pelo chão.” Havia também grande incidência de leishmaniose e esquistossomose na região.

O fim da riqueza valadarense

A partir de 1960, a produção de mica despencou; ao fim da década, a produção já era bastante irrisória. O refluxo da atividade extrativa da mica teve consequências sérias para a economia local, com redução do número de empregos do setor, que despencou de cerca de 3.000 pessoas, no início dos anos 50, para cerca de 500 empregos, no início dos anos 60.

Além dos empregos diretos, a queda da demanda atingiu fortemente as centenas de famílias que trabalhavam a mica em suas próprias casas.

O perfil predatório das atividades da região do Rio Doce, que deixou poucas alternativas à medida que os recursos foram se esgotando, também contribuiu para o fim do período de expansão econômica em Valadares.

“O crescimento econômico e demográfico nas décadas de 40 e 50 foi baseado na exploração dos recursos naturais. Entretanto, a devastação da floresta e o esgotamento dos solos provocaram retração econômica e esvaziamento demográfico regional, repercutindo estruturalmente sobre a cidade”, afirma o pesquisador Espíndola.

O esgotamento dos recursos naturais exigiu dos empresários maiores investimentos de capitais para se obter ganhos de produtividade, porem a opção do capital foi migrar, segundo o estudo. “Restou a imagem da antiga prosperidade fixada na paisagem: nas ruínas das serrarias, das antigas usinas”, diz Espíndola em artigo sobre a formação da cidade.

Ao longo dos anos 60, as empresas e investidores do setor madeireiro foram migrando principalmente para o norte do Espírito Santo e sul da Bahia.

A região de Valadares, de polo de atração e crescimento, converteu-se, gradativamente, em reservatório de mão-de-obra para a indústria e trabalho doméstico. A população passou a mudar-se para outros Estados em busca de novas fronteiras agrícolas e centros industriais em crescimento. Com isso, a cidade foi perdendo o dinamismo populacional e econômico.

Hoje, Governador Valadares possui diversos dilemas de magnitude considerável, segundo o pesquisador: escassez de capital, abundância de mão-de-obra, baixa qualificação da força de trabalho e graves problemas ambientais, especialmente a degradação do solo e o assoreamento dos rios, em função do histórico predatório.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cidade tem salário médio mensal de dois salários mínimos, e 35% da população vive em domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa.

Foi nesse ambiente que muitos valadarenses, em busca de melhores oportunidades, emigraram ilegalmente e acabaram deportados, como mostrou outra reportagem da BBC na cidade.

“Os anos 70 foram de incomparável crescimento econômico de Minas Gerais, com índices superiores a 10% ao ano. Nesta década, contrariamente, a região do Rio Doce teve índice negativo de crescimento, com a população regional reduzindo-se em 0,14% ao ano.”

A região que foi considerada a “terra da promissão”, passou a ser mencionada nos documentos oficiais, a partir dos anos sessenta, como “região problema”.

* Essa reportagem foi publicada originalmente em março de 2020 e atualizada em fevereiro de 2025

Embratur torna-se membro do Conselho Mundial de Viagens e Turismo e reforça papel do Brasil de protagonista no turismo internacional

Embratur torna-se membro do Conselho Mundial de Viagens e Turismo e reforça papel do Brasil de protagonista no turismo internacional ( O anúncio simboliza um marco, consolidando o país como protagonista no cenário internacional de turismo. (Foto: Divulgação))

Durante a Feira Internacional de Turismo (FITUR) 2025, uma das mais prestigiadas e influentes exposições de turismo do mundo, a Embratur oficializou sua adesão inédita ao World Travel & Tourism Council (WTTC), o Conselho Mundial de Viagens e Turismo. O anúncio simboliza um marco, consolidando o país como protagonista no cenário internacional de turismo.

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Com mais de 200 membros, o WTTC é uma organização global que representa o setor privado, abrangendo líderes de companhias aéreas, redes hoteleiras, operadoras de turismo e outros segmentos. Ao tornar-se membro, a Embratur reforça o compromisso do Brasil com as melhores práticas do mercado global, alinhando-se às tendências de sustentabilidade, inovação e colaboração internacional.

Presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destaca a importância dessa filiação. “Este é um marco para o turismo brasileiro. Nossa entrada no Conselho nos conecta diretamente aos principais players globais, permitindo avançar em direção a um turismo mais competitivo alinhado às expectativas dos viajantes internacionais,” afirma Freixo.

“Estamos posicionando o Brasil cada vez mais como um ator-chave na discussão global sobre o futuro do turismo. Esta parceria reforça nosso compromisso em estabelecer o Brasil como um destino que vê o turismo como uma atividade econômica alinhada aos desafios do século 21, impulsionando o desenvolvimento por meio da sustentabilidade ambiental e da celebração da diversidade humana”, reforça.

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CEO do WTTC, Julia Simpson, pontua a relevância desta parceria para o Brasil e para o setor global de turismo. “É uma honra que a Embratur e o Brasil sejam membros do WTTC, uma organização que reúne os principais atores do mercado privado mundial, especialmente no setor de turismo e viagens. O turismo é um setor fundamental para a economia brasileira”, disse. No caso do Brasil, ela destacou a importância da Embratur, que tem sido fundamental para atrair visitantes ao país, um destino único, repleto de belezas naturais e diversidade. “É um país tão lindo e tão grande, com tantas coisas para descobrir. Estou realmente muito feliz por termos a Embratur como associada”, concluiu.

Benefícios

A participação da Embratur no Conselho Mundial de Viagens e Turismo traz uma série de benefícios e oportunidades para o país. Ao se conectar aos padrões globais de qualidade, o país aumenta sua atratividade de investimentos e fortalece a credibilidade internacional.

A associação ao WTTC também garante acesso a dados e informações para orientar a promoção e o desenvolvimento dos destinos brasileiros. Por meio das pesquisas, relatórios e insights do Conselho, a Embratur terá mais elementos para alinhar a promoção do Brasil às tendências mundiais e terá facilitada conexões com empresas globais, potencializando projetos de infraestrutura e campanhas internacionais.

“A colaboração Embratur e WTTC vai maximizar o impacto das ações de promoção do Brasil em mercados de alta potencialidade, contribuindo para o fortalecimento da imagem do país como destino turístico competitivo com ênfase em experiências autênticas e sustentáveis”, reforça o diretor de Marketing, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Bruno Reis.

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Atribuições

A Embratur, como membro do WTTC, terá o papel estratégico de amplificar a presença do Brasil no mercado global de turismo, atrair parcerias, alinhar-se às tendências globais e promover o país como um destino sustentável e competitivo. Mais do que promover o Brasil, isso contribuirá ativamente em temas que moldam o futuro do turismo internacional.

As ações conjuntas entre a Embratur e o Conselho Mundial de Viagens e Turismo estão em fase de construção. Entre as principais frentes, destacam-se a realização de pesquisas sobre o retorno de investimentos em atividades promocionais internacionais e seu impacto na economia brasileira, além da participação em eventos de networking com líderes da indústria para ampliar parcerias e promover o Brasil nos mercados globais.

A Embratur também apresentará suas estratégias de promoção internacional aos membros do WTTC, participará de mesas-redondas sobre temas relevantes do setor e organizará um webinar sobre sustentabilidade hoteleira.

Programação

Nesta quinta-feira (23), a Embratur intensificou sua participação na FITUR. Além da adesão ao WTTC, o presidente Marcelo Freixo reuniu-se com Sandra Carvao, diretora de Inteligência de Mercado, Políticas e Competitividade da ONU Turismo (UNWTO), onde foi discutido sobre o estímulo à promoção de experiências turísticas no Brasil que priorizam a base comunitária e a sustentabilidade. Entre os tópicos foram abordados as comunidades quilombolas da Bahia, as ribeirinhas do Pará que serão impactadas pelo projeto Peabiru, focado na promoção do turismo em áreas como o quilombo Kaonge.

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Outra agenda fundamental foi o lançamento do programa Brasil Travel Specialist, um programa para tornar agentes de viagens e operadores em especialistas do Brasil. A partir de agora a Embratur tem uma plataforma exclusiva para comunicação com agentes de viagens, em inglês e espanhol. O objetivo é oferecer todo o suporte ao agente de viagem na jornada de venda.

Durante o lançamento no estande, os participantes tiveram a oportunidade de degustar caipirinhas, enquanto o presidente da Embratur apresentou um vídeo explicativo sobre o uso da nova ferramenta destinada aos operadores turísticos estrangeiros, que poderão se inscrever para se tornarem especialistas no Brasil.

Siga o @portaluaiturismo no Instagram e no TikTok @uai.turismo

Embratur torna-se membro do Conselho Mundial de Viagens e Turismo e reforça papel do Brasil de protagonista no turismo internacional

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Durante a Feira Internacional de Turismo (FITUR) 2025, uma das mais prestigiadas e influentes exposições de turismo do mundo, a Embratur oficializou sua adesão inédita ao World Travel & Tourism Council (WTTC), o Conselho Mundial de Viagens e Turismo. O anúncio simboliza um marco, consolidando o país como protagonista no cenário internacional de turismo.

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Com mais de 200 membros, o WTTC é uma organização global que representa o setor privado, abrangendo líderes de companhias aéreas, redes hoteleiras, operadoras de turismo e outros segmentos. Ao tornar-se membro, a Embratur reforça o compromisso do Brasil com as melhores práticas do mercado global, alinhando-se às tendências de sustentabilidade, inovação e colaboração internacional.

Presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destaca a importância dessa filiação. “Este é um marco para o turismo brasileiro. Nossa entrada no Conselho nos conecta diretamente aos principais players globais, permitindo avançar em direção a um turismo mais competitivo alinhado às expectativas dos viajantes internacionais,” afirma Freixo.

“Estamos posicionando o Brasil cada vez mais como um ator-chave na discussão global sobre o futuro do turismo. Esta parceria reforça nosso compromisso em estabelecer o Brasil como um destino que vê o turismo como uma atividade econômica alinhada aos desafios do século 21, impulsionando o desenvolvimento por meio da sustentabilidade ambiental e da celebração da diversidade humana”, reforça.

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Benefícios

A participação da Embratur no Conselho Mundial de Viagens e Turismo traz uma série de benefícios e oportunidades para o país. Ao se conectar aos padrões globais de qualidade, o país aumenta sua atratividade de investimentos e fortalece a credibilidade internacional.

A associação ao WTTC também garante acesso a dados e informações para orientar a promoção e o desenvolvimento dos destinos brasileiros. Por meio das pesquisas, relatórios e insights do Conselho, a Embratur terá mais elementos para alinhar a promoção do Brasil às tendências mundiais e terá facilitada conexões com empresas globais, potencializando projetos de infraestrutura e campanhas internacionais.

“A colaboração Embratur e WTTC vai maximizar o impacto das ações de promoção do Brasil em mercados de alta potencialidade, contribuindo para o fortalecimento da imagem do país como destino turístico competitivo com ênfase em experiências autênticas e sustentáveis”, reforça o diretor de Marketing, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Bruno Reis.

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As ações conjuntas entre a Embratur e o Conselho Mundial de Viagens e Turismo estão em fase de construção. Entre as principais frentes, destacam-se a realização de pesquisas sobre o retorno de investimentos em atividades promocionais internacionais e seu impacto na economia brasileira, além da participação em eventos de networking com líderes da indústria para ampliar parcerias e promover o Brasil nos mercados globais.

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