O Podcast do Correio recebeu, nesta terça-feira (1º/10), o engenheiro Giovanni Pascotto Bonin, que avaliou o avanço do uso da inteligência artificial no dia a dia das empresas e da sociedade. Mestre no assunto pela Universidade de Michigan e em ciências da computação pela Universidade de Miami, Giovanni diz que o tema está em grande evidência no momento por conta do volume de aplicações existentes. “Além disso, as empresas têm visto oportunidades de cortar custos e observar métricas de maneira mais fácil”, destacou ele, que é sócio da Tecto, em entrevista aos jornalistas Mariana Niederauer e Roberto Fonseca.
Para Giovanni, a inteligência artificial é uma ferramenta que consegue reduzir a burocracia, aumentar a produtividade e a prosperidade, trazer melhorias em saneamento e infraestrutura, além de permitir a redução do tempo gasto em tarefas rotineiras.
Na avaliação de Giovanni, a inteligência artificial pode ser uma grande aliada dos pequenos negócios. “Ao se analisar um grande centro de custo de tempo, como as conversas no WhatsApp, o processo de venda para um cliente ou a listagem de todos os produtos que se têm no catálogo, isso acaba sendo um desafio para o pequeno empreendedor. Com a inteligência artificial, é viável uma automatização da conversa. Esse processo, que poderia ser um limite de escala para uma empresa, é resolvido com a ferramenta que trabalha as 24 horas do dia”, diz ele, que tem mais de 10 anos de experiência liderando equipes de engenharia em rápido crescimento, com atuação em gigantes da tecnologia, como Intel, e na liderança de startups promissoras até o IPO, como a Coursera, no Vale do Silício, na Califórnia, nos Estados Unidos.
Em relação à educação, Giovanni afirma que a inteligência artificial pode resolver bastante problemas. Como exemplo, ele explica a possibilidade de pegar um assunto como a Teoria da Relatividade e transformar o conteúdo de uma forma que uma criança acharia que está assistindo a um canal de entretenimento. “Isso poderia ser escalonado ao colocar a ferramenta na mão de um professor que está tendo dificuldades para tratar um tema com um aluno. Essas ferramentas trazem infinitas possibilidades de resolver a educação, de resolver qualquer problema de qualquer fase”, diz o engenheiro.
Segundo Giovanni, a inteligência artificial também permite um aumento da criatividade. Com ela, é possível renderizar uma ideia praticamente da forma idealizada, aumentando a criatividade quando o artista consegue visualizar o que tem em mente. “A gente está falando de um artista individual, uma pessoa que não tem os recursos de uma Netflix, por exemplo, mas consegue criar como a Netflix cria”, afirma.
Sobre os limites éticos do uso da inteligência artificial, Giovanni acredita que não se pode dar todo o poder de tomada de decisões para a ferramenta, sendo isso uma escolha da sociedade. De acordo com ele, as vantagens da IA são enormes, sendo necessário que pessoas boas, que desejam ver seus valores materializados, se engajem e não tenham medo. “Eu vejo hoje que, no Brasil, tem-se mais potencial de empreender e criar uma empresa forte do que nos Estados Unidos. Vejo mais oportunidade aqui do que lá”, completa.
* Estagiário sob a supervisão de Roberto Fonseca
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