2025 e, Ainda estou aqui! ((Foto: Gerd Altmann/ Pixabay))
É inegável, que o assunto principal no Brasil, além das férias, do verão e da preparação para o carnaval que se aproxima, é o estrondoso e merecido sucesso do filme “Ainda Estou Aqui, dirigido pelo brilhante Walter Salles e estrelado por um elenco jovem e fabuloso, encabeçado pelo talentoso Selton Mello e a premiadíssima Fernanda Torres.
O filme conta a trajetória e recria a experiência vivida pela advogada Eunice Paiva e seus filhos, em um Brasil de 1971, em plena ditadura militar, quando o patriarca da família, Rubens Paiva, foi “convidado” a desaparecer!
Não ousarei falar muito sobre o filme, mas é impossível tocar neste assunto e não louvar as “Eunices”! Uma, a Eunice Paiva real, mãe, resiliente, que estudou Direito e se posicionou historicamente como uma ativista dos Direitos Humanos no Brasil, após o desaparecimento de Rubens Paiva seu Marido.
A outra, a Eunice Paiva da ficção, que voltou à vida na pele e na voz de Fernanda Torres e sua mãe Fernanda Montenegro, que de forma sensível, clara e muito presente, deram vida à transformação vivenciada por uma mulher forte, lidando com o agressivo desaparecimento de seu marido, em um momento brasileiro difícil, se transformando em uma defensora voraz pelos Direitos Humanos.
Fernanda Torres, com uma atuação vitoriosa, reconhecidamente premiada, nos apresentou a dor resiliente de Eunice Paiva, que como pôde, manteve a rotina familiar junto a seus filhos, ao mesmo tempo em que buscava corajosamente pela verdade.
Sobre a Direção de Walter Sales, não tenho muito o que falar, basta ver o filme para sentirmos leveza, verdade, realidade, sensibilidade e competência.
Mas o gancho que me interessa pegar, é a frase, que intitula o filme, “Ainda Estou Aqui”!
Refletindo sobre “Ainda Estou Aqui”
Intimamente penso, que ainda vivemos em uma luta incansável por justiça e pela memória, em um cenário muitas vezes sombrio de tortura, agora mais psicológica e virtual, que nos apresenta até hoje, um odor da violência, das feridas deixadas pela ditadura militar e em muitos casos, até de impunidade.
Estamos em 2025 e literalmente, “Ainda Estou Aqui!”, neste Brasil que não se cansa de escancarar as mazelas sociais, que só crescem e estão profundamente interligadas, criando um ciclo vicioso de desigualdade e exclusão, e olha que já estamos no Século 21.
Sinceramente, queria envelhecer em um ambiente social e culturalmente mais saudáveis e mais abastecido de obras contemporâneas mais qualificadas como o que temos visto na produção literária e cinematográfica brasileira, acontecendo também nos segmentos de música, das artes cênicas, das artes plásticas, da manutenção das tradições folclóricas e muito mais.
Tenho plena convicção, que o povo brasileiro, merece ser servido com ações culturais competentes, convincentes e educativas. Seria uma forma mais justa de contraponto, com a realidade que nos é mostrada todos os dias em vários cenários.
Ainda nos sentimos inseguros
Se falarmos de segurança pública, o que assistimos nos telejornais é só violência, com altíssimas taxas de homicídios, roubo e agora até violência da sociedade vítima, contra a marginalia, explicitando seu descontentamento com tantos absurdos e falta de sossego social.
A insegurança que paira em qualquer “voltinha para relaxar”, principalmente nos grandes centros, nos confirma a total falta de confiança nas instituições e no sistema de justiça.
Em um cenário mais comunitário, o que vemos é o aumento nítido da pobreza e da desigualdade social e não é para menos. Em um país onde é clara a concentração de riqueza com dados que confirmam que 1% da população detém 40% da riqueza nacional e mais de 20 milhões de brasileiros vivem com menos de R$420,00 ao mês, o que podemos esperar.
Em outro espectro, insistem que não, mas está cada dia mais nítido, que estamos vivendo em muitos aspectos, o sentimento e a presença da censura e temos cada vez menos, a segurança da liberdade de expressão.
Vivemos um momento cheio de restrições, com ameaças e violência camuflada contra a sociedade, contra profissionais da comunicação, controle de informações, que nos dias de hoje podemos chamar de “censura online e offline”, as restrições à liberdade criativa e uma lamentável alienação da educação de modo geral.
É claro, que temos as ilhas de conforto e sensatez, principalmente no âmbito municipal, onde os recursos são obrigatoriamente aplicados na educação, mas em outras esferas, é clara e proposital a falta de recursos para a educação pública. O acesso à educação de qualidade, infelizmente é desigual e se pensar, cito ainda um tanto de mazelas que não deveriam estar presente neste ambiente.
Ainda estamos aqui, e o que podemos fazer?
É meus caros leitores, é por isso que digo, “ainda estou aqui”, resistindo, seguindo meu trabalho, tentando trazer a minha colaboração social da melhor forma e convivendo, lamentavelmente, com as consequências que são inevitáveis diante da polarização social com claras divisões e muita intolerância.
Esta estagnação econômica, é o portal escancarado para a desigualdade e a pobreza, que lógico, limitam o crescimento.
No fim das contas, como “ainda estou aqui” e não vale, ou não adianta só reclamar, temos que pensar também em caminhos e soluções para tudo isso, afinal ainda estamos aqui e estamos vivos e produtivos.
Dentro do possível é importante e necessário cobrarmos pela implementação de políticas públicas inclusivas, que criem ambiente para investimentos em educação, saúde e muito, em segurança.
Fica evidente a importância e a pressa em se pensar na reforma tributária progressiva, se quisermos de fato, reduzir a desigualdade econômica. Como cidadãos, temos a obrigação de atuar no fomento à participação cidadã, cada vez mais, se quisermos fortalecer a democracia participativa tão necessária.
Devemos proteger a liberdade de expressão, criando um cenário de proteção à produção cultural e às artes em geral e por fim, lutarmos pela justiça social e pela igualdade em todos os âmbitos, combatendo qualquer tipo de discriminação.
2025, ano da COP 30
Como estamos em 2025, ano da COP 30 em nosso país, é nosso dever, atentarmos para o cenário atual da sustentabilidade no Brasil, que nos apresenta desafios e oportunidades. Apesar de progressos em vários aspectos, ainda há muito a ser feito e esta obrigação é nossa, da população brasileira.
Ainda lidamos com desafios enormes como o desmatamento e perda de biodiversidade. Tenho andado muito pelo norte do Brasil e é fácil a percepção sobre os efeitos na Amazônia e outros biomas brasileiros que enfrentam alta taxa de desmatamento.
As mudanças climáticas, ano após ano nos mostram seus efeitos terríveis. O Brasil é o 6º maior emissor de gases de efeito estufa. Precisamos mudar nosso comportamento e aprendermos as práticas mais adequadas para os nossos recursos hídricos. A seca e a escassez de água, afetam muitos lugares em muitas regiões do país.
A saúde comprometida com o aumento da poluição, com resultados negativos como a contaminação do ar, do solo e da água por atividades industriais e agrícolas. Nos falta infraestrutura para o gerenciamento adequado do lixo e insistimos em manejar inadequadamente os resíduos sólidos que produzimos em larga escala.
É hora de pensarmos em aproveitar as oportunidades e encararmos o desafio da renovação energética, aproveitando o sol, o vento e a água para nos oferecer a energia que carecemos.
Ampliar o conhecimento sobre práticas agrícolas orgânicas e de baixo impacto ambiental, que atribuem um caráter sustentável ao ambiente agrícola. Incentivarmos ações de proteção das áreas naturais, incentivar o ecoturismo e a sensibilização para a preservação.
Urge pensarmos em inovações tecnológicas, que permitam o desenvolvimento de soluções sustentáveis, como a economia circular, que reduz, reutiliza e recicla o lixo.
Envolvimento de todos para um futuro melhor
Já que ainda estou aqui, sonhar não custa nada! Vamos conhecer as iniciativas do setor público, da iniciativa privada e incentivar a sociedade como um todo a encarar o desafio da promoção e sensibilização sobre a importância da sustentabilidade para nossa qualidade de vida no futuro.
A participação cidadã não é uma opção e sim uma obrigação de atuarmos no engajamento das comunidades em que convivemos, para que participem sempre das decisões das ações que envolvam o meio ambiente e que fiquem atentos ao consumo responsável, escolhendo produtos sustentáveis e saudáveis.
E cá pra nós, não custa nada praticarmos a redução do desperdício, em todos os âmbitos.
Temos a sorte de estamos na era da tecnologia e da Inovação. Estamos na era dos investimentos e das pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias limpas e buscando a eficiência energética.
Podemos e devemos ajudar no alcance dos resultados de nosso progresso. Sempre atual, pensarmos na redução das emissões dos gases de efeito estufa, na preservação das áreas de florestas, na redução de resíduos e muito mais. Se ainda estou aqui, preciso trazer a minha contribuição cidadã para uma vida melhor.
Queremos e precisamos de um cenário mais adequado de sustentabilidade e para tanto, precisamos aguçar nosso compromisso político e social, contribuir dentro do possível, com os investimentos em tecnologia e inovação e propagarmos as ações de educação, sensibilização e conscientização do maior número de pessoas.
Você, que nos lê e que também, ainda está aqui, está disposto a participar e contribuir com um futuro mais saudável, mais seguro e próspero?
Eu sinceramente espero que sim. Juntos chegaremos lá!
Até a próxima.
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